Reportagem de Fernando Gallo e Júlia Duailibi, edição de terça-feira de O Estado de São Paulo, reproduz afirmação de Lula, em entrevista na sede do Instituto que leva seu nome, quando sustentou que na campanha pela Prefeitura da capital morderá os adversários para assegurar a vitória de seu candidato, Fernando Haddad. A leitura da matéria me remeteu ao passado. quinta-feira, 13 de julho de 50, campo do Fluminense, nas Laranjeiras, onde os uruguaios treinavam para a final contra o Brasil.
Encerrado o treino, o capitão do Uruguai, que comandou o time em nossa derrota, avistou João Coelho Neto, o Prego, camisa 10 da Seleção Brasileira de 30, seu amigo. Estava eu entre os que assistiram a conversa, creio ser o único vivo da roda que se formou, da qual fazia parte o treinador Oto Vieira. Obdúlio Varela traçou a tática defensiva do Uruguai para a partida de domingo. Esquematizou tudo. Diante de um Prego incrédulo, disse: vamos ganhar o jogo. Se for preciso, morderemos vocês no campo, misturando disposição e ironia.
Lula, não sei se conhece a história da frase, mas a repetiu dando sequência, na política, às histórias de bola e emoção. Vai se empenhar a fundo. Aliás, já começou. Unindo-se a Maluf, acredito que seu candidato perca votos. Mas conseguiu arrebatar o apoio do cantor Netinho, que, em vez da Prefeitura, vai disputar a Câmara de Vereadores. Traz o apoio do PC do B, partido que de comunista só tem o nome, mas que fornecerá a companheira provável de chapa do ex-ministro da Educação: vereadora Nádia Campeão. Vamos ver nas urnas se o nome será ou não um provérbio.
O fato é que Luis Inácio vai se empenhar integralmente, como os repórteres assinalaram. A foto que acompanha a matéria é de Clayton de Souza. Estava esquecendo de citar. Com sua iniciativa e sua disposição para o combate, Lula escreve mais um capítulo na história dos apoios políticos no país. Alguns deram certo, outros não.
O maior exemplo de todos, o de Vargas a Eurico Dutra, em 45, alcançou êxito total. Mas dois anos depois, em 47, ao apoiar Hugo Borghi para o governo de São Paulo, o apoio de Getúlio não funcionou. Ademar de Barros venceu com margem bastante ampla.
Em 1958, Jânio Quadros teve sucesso ao lançar Carvalho Pinto contra o mesmo Ademar de Barros. Em 1960, apesar de se encontrar no auge do prestígio, deixando a presidência da República consagrado, Juscelino empenhou-se por Tancredo Neves para o governo de Minas. Tancredo foi derrotado por Magalhães Pinto.
Em 85, Leonel Brizola garantiu a vitória de Saturnino Braga para a Prefeitura do Rio. Repetiu o êxito com Marcelo Alencar em 88. Mas entre uma eleição e outra apoiou Darci Ribeiro contra Moreira Franco e perdeu com diferença de 5 pontos. Carlos Lacerda, governador, apoiou Flexa Ribeiro em 65: Negrão de Lima venceu por maioria absoluta.
Não são todos os apoios que funcionam. O mais difícil em política é transferir votos. Nem sempre a corrente da emoção passa do líder ao correligionário. Lula alcançou êxito total no empenho por Dilma Rousseff: ela derrotou José Serra por 56 a 44% dos votos. Diga-se de passagem um dos grandes acertos do IBOPE, que esta semana completa 70 anos de pesquisas.
A força do ex-presidente é incontestável. Mas funcionará com Haddad, ou o candidato não acenderá as correntes do PT? Fica a dúvida. As pesquisas vão balizar a rota do esclarecimento e as urnas confirmar. Não duvido da capacidade eleitoral de Lula. Porém, como antigo observador das histórias do voto e do povo, tenho dúvida se o ex-titular do MEC será capaz de emocionar o eleitorado ao longo da jornada. Vamos ver.
Encerrado o treino, o capitão do Uruguai, que comandou o time em nossa derrota, avistou João Coelho Neto, o Prego, camisa 10 da Seleção Brasileira de 30, seu amigo. Estava eu entre os que assistiram a conversa, creio ser o único vivo da roda que se formou, da qual fazia parte o treinador Oto Vieira. Obdúlio Varela traçou a tática defensiva do Uruguai para a partida de domingo. Esquematizou tudo. Diante de um Prego incrédulo, disse: vamos ganhar o jogo. Se for preciso, morderemos vocês no campo, misturando disposição e ironia.
Lula, não sei se conhece a história da frase, mas a repetiu dando sequência, na política, às histórias de bola e emoção. Vai se empenhar a fundo. Aliás, já começou. Unindo-se a Maluf, acredito que seu candidato perca votos. Mas conseguiu arrebatar o apoio do cantor Netinho, que, em vez da Prefeitura, vai disputar a Câmara de Vereadores. Traz o apoio do PC do B, partido que de comunista só tem o nome, mas que fornecerá a companheira provável de chapa do ex-ministro da Educação: vereadora Nádia Campeão. Vamos ver nas urnas se o nome será ou não um provérbio.
O fato é que Luis Inácio vai se empenhar integralmente, como os repórteres assinalaram. A foto que acompanha a matéria é de Clayton de Souza. Estava esquecendo de citar. Com sua iniciativa e sua disposição para o combate, Lula escreve mais um capítulo na história dos apoios políticos no país. Alguns deram certo, outros não.
O maior exemplo de todos, o de Vargas a Eurico Dutra, em 45, alcançou êxito total. Mas dois anos depois, em 47, ao apoiar Hugo Borghi para o governo de São Paulo, o apoio de Getúlio não funcionou. Ademar de Barros venceu com margem bastante ampla.
Em 1958, Jânio Quadros teve sucesso ao lançar Carvalho Pinto contra o mesmo Ademar de Barros. Em 1960, apesar de se encontrar no auge do prestígio, deixando a presidência da República consagrado, Juscelino empenhou-se por Tancredo Neves para o governo de Minas. Tancredo foi derrotado por Magalhães Pinto.
Em 85, Leonel Brizola garantiu a vitória de Saturnino Braga para a Prefeitura do Rio. Repetiu o êxito com Marcelo Alencar em 88. Mas entre uma eleição e outra apoiou Darci Ribeiro contra Moreira Franco e perdeu com diferença de 5 pontos. Carlos Lacerda, governador, apoiou Flexa Ribeiro em 65: Negrão de Lima venceu por maioria absoluta.
Não são todos os apoios que funcionam. O mais difícil em política é transferir votos. Nem sempre a corrente da emoção passa do líder ao correligionário. Lula alcançou êxito total no empenho por Dilma Rousseff: ela derrotou José Serra por 56 a 44% dos votos. Diga-se de passagem um dos grandes acertos do IBOPE, que esta semana completa 70 anos de pesquisas.
A força do ex-presidente é incontestável. Mas funcionará com Haddad, ou o candidato não acenderá as correntes do PT? Fica a dúvida. As pesquisas vão balizar a rota do esclarecimento e as urnas confirmar. Não duvido da capacidade eleitoral de Lula. Porém, como antigo observador das histórias do voto e do povo, tenho dúvida se o ex-titular do MEC será capaz de emocionar o eleitorado ao longo da jornada. Vamos ver.
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