"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 22 de outubro de 2011

CHE GUEVARA

Lembrando o último combate do lendário Che Guevara, em outubro de 1967.

Em novembro de 1966, Che chegou a La Paz, com documentos falsos, sob nome de Adolfo Mena, “enviado especial da Organização dos Estados Americanos”, para realizar um estudo sobre as Relações Econômicas e Sociais vigentes no Campo Boliviano.
A credencial foi fornecida pela Direção Nacional de Informações da Presidência da República. Nessa oportunidade, Che se apresentava bastante calvo e sem barba. Seu roteiro de viagem atéLa Pazincluiu Praga, Frankfurt, São Paulo e Mato Grosso.

O movimento guerrilheiro da Bolívia recebeu ajuda financeira, entre outros, de Cuba, Sartre e Bertrand Russel, que recolheram dinheiro nos meios intelectuais.
Após onze meses de luta e uma série de peripécias, as guerrilhas foram dizimadas pelos “Boinas Verdes Quíchuas”, tropa de elite do exército boliviano, treinada pelos Estados Unidos especialmente para esse fim.

Che foi ferido na tarde do dia 7 de outubro de 1967, à 13h30m, aproximadamente. Atingido em várias partes do corpo, orientou seus captores na colocação de torniquetes para estancar as hemorragias. Em seguida, foi levado para Higueras, lugarejo a 12 kmdo estreito do Rio Yuro, onde aconteceu sua última batalha.
Deixaram-no abandonado, sem nenhuma assistência, numa sala vazia da escola local. Após 24 horas e numerosas consultas chega a ordem: Che Guevara deve morrer.

O capitão Gary Salgado, chefe da companhia de rangers do 2º regimento que o capturou, dispara-lhe nas costas uma rajada de metralhadora, de cima para baixo. O coronel Andrés Selnich, comandante do 3º Grupo Tático, dá-lhe o tiro de misericórdia, com sua pistola 9mm. A bala atravessa-lhe o coração e o pulmão.

Está morto o símbolo da guerrilha na América Latina, que se achou mais útil ao seu povo servindo à causa da Revolução Internacional que à da Medicina.

A extinta TV Tupi foi a única emissora de televisão no mundo a filmar o corpo de Che. A equipe estava em Valegrande, em virtude de problemas com o carro que a transportava, a caminho de Camiri, onde haveria o julgamento de Régis Debray, companheiro de Che que havia sido preso quando chegou a notícia da morte de Che.
Filmaram a chegada de helicóptero, que trazia o corpo do guerrilheiro amarrado na sua parte exterior, o povo que o esperava e em seguida sua autópsia realizada num casebre que servia de necrotério ao Hospital Senhor de Malta, em Valegrande.

“Um Ernesto Che Guevara magro, de barba rala, olhos muito abertos e um sorriso estranho nos lábios mortos”, lia-se no Jornal da Tarde de 11 de outubro de 1967.

Logo após mostrarem o corpo aos poucos jornalistas que conseguiram chegar a tempo ao local, arrancaram-lhe o dedo indicador, não se sabe pra quê, e incineraram seu corpo, pois temiam um peregrinação ao seu túmulo.

Em 1971, Fidel Castro tentou trocá-lo por prisioneiros cubanos, mas a Bolívia se recusou a negociar.

“De Che nunca se poderá falar no passado”, disse Fidel Castro.

(Transcrito do site guevara.com.br)

Nenhum comentário:

Postar um comentário