Na véspera do Dia Internacional de Combate à Corrupção o ex-caseiro que denunciou o ex-ministro Antonio Palocci fez ontem um desabafo em entrevista ao portal do Estado. Francenildo Santos Costa reclama da dificuldade que tem tido para arrumar emprego fixo nestes últimos cinco anos e meio.
"Só porque falei a verdade eu vou ser prejudicado pelo resto da vida?". Francenildo vive de bicos como jardineiro e fazendo limpezas de piscina. Aconselhado pelo advogado Wlicio Nascimento, retomou os estudos. Ele aguarda a conclusão de um processo em que pede indenização pela violação de seu sigilo bancário.
Para quem esqueceu o papel de Helena Chagas, a ministra da Comunicação da Dilma, no caso Francenildo, [leia a abaixo a historinha...]
09.DEZ.2011
Helena Chagas, substituta de Franklin, fez de um caseiro uma limonada
(03/12/2010)
A jornalista Helena Chagas foi convidada para ocupar o lugar de Franklin Martins como titular da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Surpresa zero, embora a indicação mereça ser circunstanciada, não é mesmo? Antes, uma observação: não terá os mesmos poderes. A tal “regulação da mídia”, por exemplo, deixa a pasta para migrar para o Ministério das Comunicações, onde Paulo Bernardo tentará dar uma aparência suave à coisa, sem os ódios de Franklin, especialmente à Globo. Adiante.
Helena se aproximou bastante de Dilma, mas, antes de tudo, é chapa de Palocci. A Polícia Federal tem, vamos lembrar, a genealogia do caso Francenildo, o caseiro. Começou no quintal da jornalista e terminou fraudando a Constituição. Então diretora da sucursal do jornal O Globo, em Brasília, ela ficou sabendo, por intermédio de seu jardineiro, que o caseiro havia recebido um depósito relativamente alto em sua conta na CEF.
Fiel aos deveres do jornalismo, ela mobilizou a equipe para tentar descobrir se o rapaz que botava Palocci contra a parede estava sendo financiado por alguém? Não!!! O lado patriótico falou mais alto. Ela contou tudo para o ministro. Ele chamou Jorge Mattoso, então presidente da CEF, e conversou a respeito. E o que fez o subordinado? Conseguiu um extrato da conta de Francenildo, quebrando ilegalmente seu sigilo, e lá estava o depósito. O rapaz virou capa de revista! Filho bastardo, o dinheiro era uma doação feita por seu pai biológico e nada tinha a ver com política.
Helena foi demitida do jornal e iniciava a jornada rumo ao topo, não exatamente da profissão, mas do poder. Foi contratada como diretora de jornalismo da EBC, subordinada a Franklin Martins. Deixou o cargo para ser assessora de imprensa da candidata Dilma Rousseff, migrando para a assessoria da equipe de transição. Agora, chega a um cargo com status ministerial.
Na era da redenção dos oprimidos, o único que se ferrou nessa história toda, tendo a sua vida devassada, foi o caseiro. É que ele não soube cumprir o seu papel na narrativa. Lugar de oprimido é de joelhos, grato a Lula por sua generosidade.
Por Reinaldo Azevedo
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
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