Na VEJA Online:
A revelação de duas ligações de funcionários do governo de Nicolas Sarkozy ao promotor do caso de Dominique Strauss-Kahn informando sobre escândalos sexuais do ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) reanima a teoria sobre um complô na França.
O jornal Liberation informou que funcionários do Ministério da Justiça e de Relações Exteriores da França ligaram ao promotor Cyrus Vance, um dia após a camareira Nafissatou Diallo apresentar sua denúncia contra Strauss-Kahn, o que teria impedido a sua liberdade imediata.
Nessas conversas, que o diário menciona após consultar três fontes diferentes não reveladas, trabalhadores da administração francesa sob controle da União por um Movimento Popular (partido do presidente Nicolas Sarkozy) ofereceram a Vance outros dados sobre DSK.
De acordo com o jornal, foram transmitidas informações sobre a denúncia de agressão sexual do socialista francês à jornalista Tristane Banon em Paris e a suspeita do envolvimento de DSK com uma rede de prostituição em um hotel da cidade de Lille, na França.
As revelações, de acordo com este jornal francês de esquerda, chegaram rapidamente de Paris a Nova York e dificultaram as negociações dos advogados de Strauss-Kahn para que ele não precisasse ficar preso.
Vídeo
A revelação sobre as ligações acontece um dia após a divulgação de um vídeo colaborar um pouco mais com a teoria da conspiração, que nas últimas semanas ressuscitou o escândalo.
A sequência, gravada pelas câmeras de segurança do hotel, mostra DSK pagando sua fatura na recepção e deixando o local. Depois, a camareira relata a suposta agressão ao engenheiro-chefe do Sofitel e a um guarda de segurança.
Após escutar sua história, eles chamam a polícia para comunicar sobre a suposta agressão e passam a um cômodo diferente, onde se abraçam e dançam durante quase 12 segundos, no que parece ser uma celebração espontânea.
Inicialmente, os responsáveis pelo grupo francês Accor, matriz da rede Sofitel, atribuíram a celebração de seus empregados a um resultado esportivo. Entretanto, o único grande evento esportivo naquele dia nos Estados Unidos foi uma partida de baseball entre o Red Sox de Boston e o New York Yankees, que terminou várias horas depois da captura das imagens pelas câmeras de segurança.
Justificativa
Em sua nova versão, o grupo assegura que os empregados não lembram a razão de estarem tão contentes após informar à polícia sobre a suposta agressão sexual e criticam as teorias “mal-intencionadas e infundadas” de que os vídeos demonstram “o envolvimento de Accor em um complô não fazem sentido”.
“Os funcionários são incapazes de lembrar o motivo dessa cena”, explica o secretário-geral da Accor, Pascal Quint.
Quint acrescenta que, de acordo com a investigação desenvolvida na rede hoteleira, os funcionários estavam “aliviados ao ver que a Polícia foi chamada e que o hotel fez as coisas seguindo as normas após a agressão”.
Por Reinaldo Azevedo
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
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