Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
E DAÍ? O QUE ACONTECERÁ COM OS DEFENESTRADOS DA DONA DILMA?
Alguém acha que vai haver alguma punição para Palocci, Nascimento, Rossi, Novais, Silva e Lupi?
Como todos já sabem ou de alguma forma estão percebendo, o maior problema do país é o Poder Judiciário. Não somente por sua lerdeza ao julgar, pela corrupção de alguns de seus magistrados ou pelo corporativismo exacerbado que caracteriza a categoria profissional, mas sobretudo por sua omissão no que concerne à impunidade dos poderosos.
Quando se fala nesse revoltante privilégio das elites, estamos tratando do assunto em sua mais ampla abrangência. É que no Brasil, salvo as raríssimas honrosas exceções, os poderosos não são punidos. A começar pelos próprios magistrados. Quase invariavelmente, juiz corrupto não é recebe condenação. O máximo que lhe acontece é ser premiado com aposentadoria antecipada, mas com salários integrais e o direito de seguir trabalhando como advogado e exercendo tráfico de influência nos tribunais.
Políticos e governantes estão no mesmo caso. E jornalistas, também, bastando citar o inacreditável caso de Pimenta Neves, ex-chefe de redação do Estado de S. Paulo, que matou a namorada pelas costas, com dois tiros, um deles na cabeça. Teve a intenção declarada de matá-la, foi homicidio doloso, mas levou 10 anos para ser preso e agora pode ter direito à prisão domiciliar, por ter mais de 70 anos e ser cardíaco, pobre coitado.
Os escândalos no Brasil hoje são virtuais. Circulam na internet, são publicados em jornais e revistas, aparecem nos noticiários do rádio e da televisão. E fica nisso. A perda do cargo foi, até agora, a única punição sofrida pelos seis ministros demitidos por corrupção em 2011.
Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura), Pedro Novais (Turismo), Orlando Silva (Esporte) e Carlos Lupi (Trabalho) voltaram a ter rotina normal enquanto aguardam a conclusão de inquéritos e outras investigações preliminares. Nenhum dos ministros demitidos chegou a ser processado por corrupção ou improbidade administrativa.
Podemos perguntar: “Mas que país é esse, Francelino Pereira?” Porém, ele não irá responder. Está aborrecido porque, em seu caso específico, a Justiça enfim funcionou e ele perdeu a pensão de ex-governador de Minas Gerais, da qual desfrutou por quase três décadas. Mas continua pendurado no erário, como conselheiro da estatal Cemig.
Mas se perguntássemos a Renato Russo, da Legião Urbana, que transformou a frase de Francelino Pereira no refrão de uma das melhores canções de protesto já escritas, ele responderia tranquilamente: “É o país da impunidade das elites. Só é punido quem está fora do andar de cima”.
É verdade. Se o Judiciário atuasse a contento, os outros dois poderes apodrecidos funcionariam melhor, porque governantes e políticos teriam medo de ir para a prisão. Os criminosos do colarinho branco também não aplicariam tantos golpes financeiros. E o Brasil, que será o país do futuro, já seria o país do presente. Sem a menor dúvida.
Carlos Newton
05 de janeiro de 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário