"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

PT 'APOSENTA' MARTA

Depois de sepultar a sua candidatura à prefeitura de São Paulo, trocando-a pelo jovem Fernando Haddad, ministro da Educação, o PT está prestes a dar mais um passo para "aposentar" a senadora Marta Teresa Smith de Vasconcelos Suplicy, que não deve ser reconduzida à vice-liderança do Senado e nem ganhar um ministério. Uma certeza: teremos o maior barraco.


A bancada do PT no Senado começará a sessão legislativa com a reedição da disputa entre Marta Suplicy (SP) - se ela não for para o ministério - e José Pimentel (CE) pela primeira vice-presidência da Casa.
No dia 31 haverá reunião para discutir esse e outros problemas, como a escolha do próximo líder, vaga postulada por Walter Pinheiro (BA) e Wellington Dias (PI).
Também estará na pauta o rodízio nas presidências das comissões permanentes comandadas pelo PT: Direitos Humanos (CDH) e Assuntos Econômicos (CAE), uma das mais importantes da Casa.
Ana Rita (ES) quer substituir Paulo Paim (RS) na CDH e Eduardo Suplicy (SP) quer comandar a CAE no lugar de Delcídio Amaral (MS).


Como Paim e Delcídio foram eleitos presidentes das comissões para mandato de dois anos - assim como Marta na vice-presidência do Senado -, a troca, nesses casos, depende de renúncia, um ato unilateral dos ocupantes dos cargos. Paim e Delcídio mostram disposição de ceder, diferentemente de Marta.
A queda-de-braço entre Marta e Pimentel marcou o início dos trabalhos em 2011. Após confronto interno, que dividiu a bancada, foi feito acordo de rodízio no mandato: Marta ocuparia a vice-presidência no primeiro ano e Pimentel, no seguinte.
Agora o cearense cobra o cumprimento do acordo do rodízio anual, mas Marta manifesta intenção de continuar.


"Espero não ser eu a administrar esse problema", diz o líder, Humberto Costa (PE), que deve ser substituído na função na primeira reunião da bancada. No caso da liderança, deve haver eleição para a escolha do substituto, entre Pinheiro e Dias. "O acordo de rodízio foi feito para todos os cargos. Se não for respeitado, vai ser ruim para a bancada", afirma Costa.
Ambos têm projeto de candidatura a governador de seus Estados em 2014. Dias já foi governador e quer voltar. Os dois também começaram 2011 disputando a vaga de líder do governo no Congresso. Nenhum deles levou. A função ficou com Pimentel, como compensação por abrir mão da vice-presidência do Senado para Marta.

A senadora insistiu em ocupar o cargo na mesa diretora no primeiro ano de mandato. Uma das razões era a perspectiva de disputar a Prefeitura de São Paulo. Outro argumento usado foi a importância de fortalecer a bancada feminina no momento em que uma mulher assumia a presidência da Casa.

A candidatura a prefeita não vingou e há sinais do Palácio do Planalto de que Marta não irá para o governo por enquanto.
A senadora não pretende abrir mão da vice-presidência, função estratégica para o governo e vitrine para ela.

A principal tarefa é comandar as sessões plenárias do Senado, na ausência do presidente, José Sarney (PMDB-AP). (Do Valor Econômico)

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