O deslumbrado que já foi metalúrgico, Marco Maia, hoje e ainda presidente da Câmara dos deputados, viajou escamoteadamente para o exterior. Não comunicou à Casa que ela estava acéfala e ao abandono.
Ele escondeu a realização de sua viagem para a Alemanha e não repassou o cargo à primeira vice, Rose de Freitas (PMDB-ES), deixando aquela enorme casa de tolerância sem comando por cinco dias nesta semana. Não que alguém vá notar qualquer diferença; sim porque não pode. O cara pode ser processado por quebra de decoro. E até perder o cargo e o mandato. É o que, há muitos e muitos anos, nessa república se chamava cassação de mandato.
Maia está em viagem desde domingo, dia 22, e só deve retornar a Brasília no dia 30 de janeiro. Rose soube de tudo pela imprensa - sempre essa persecutória imprensa! Pois ela soube na quinta-feira, 26, que o presidente estava fora do País. Ela ficou revoltada.
Ela ficou revoltada e ele ficou mais viajado. Mais do que como um deputado deve proceder, ele age como se ainda fosse um metalúrgico, coisa que - todo mundo sabe - já não é mais. mas metalúrgico daqueles espertos que saltam das portas das fábricas para as cadeiras do Congresso, me Brasília.
Agora deixe que a gente relembre para vocês uma fábula da Seleta em Prosa e Verso - livro meio-bíblia do curso de 2° Grau nos bons tempos em que o Brasil tinha uma boa Educação:
Era uma vez, um sapateiro que não cobrou pelo serviço de meia-sola ou coisa parecida que fez para um nobre senhor. Agradecido, o ente superior - tipo assim esses políticos que a gente hoje tem por aqui, misturados com as pessoas - resolveu lhe dar um presente. Não era propina; era uma alvíçara; uma compensação.
Mandou fazer um bolo e, no meio da guloseima colocou - não lembramos bem - dinheiro ou diamantes suficientes para fazer a independência financeira do humilde sapateiro pro resto da vida.
Na manhã em que o bolo lhe foi repassado, um mendigo bateu-lhe à porta. Estava faminto e precisava de algo para comer.
Sem mais o que ter dentro de casa, o sapateiro lhe deu o bolo que havia recebido. O mendigo ficou rico; o sapateiro ficou sapateiro.
MORAL DA HISTÓRIA - Quem nasceu para ser sapateiro, sapateiro será. Ou, metalurgia não é coisa pra qualquer deputadinho de meia pataca. Deputado é deputado; metalúrgico é gente como a gente, pô!
HAPPY END - Como ex-metalúrgico Maia tem tudo para voltar a ser metalúrgico. Como deputado, pode ser processado por falta de decoro parlamentar. No Brasil, tem tudo para continuar fingindo que é as duas coisas.
sanatório da notícia
29 de janeiro de 2012
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
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