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É uma conversa imaginária. Faça "aquela" voz e ponha o devido sotaque:
É o seguinte, minha santa: o PT já "é"; ninguém mais precisa ser convencido disso.
O que nós precisamos mostrar, vejahn, é que os outros também "são", principalmente aqueles poucos que ainda pareciam não ser.
Essa é a única novidade que esta CPI vai trazer. É isto que vai ficar na memória dos eleitores.
Vai sobrar pros nossos?
Vai. Mas e daí?
Cê demite os que aparecerem nas gravações; dá ferias pra eles aproveitarem um pouco a vida; vai trocando quem sair por gente das mesmas panelas. O povo já se acostumô com isso. Não mexe nem cos arranjos da base e você ainda fatura a fama de faxineira.
Acaba pulando pra faixa dos 90% de aprovação! Nunca antes na história desse país, menina!
Aí nóis tiramo deles a única arma que eles podiam usar nos debates. O resto já tá no saco. O resto é só o horário eleitoral onde a gente fala o que qué.
Quando essa CPI acabá, o jogo tá zerado. Não tem mais ninguém que "não é". Aí quero ver quem vai vim falar de roubalheira".
...
No início, antes de ouvir o mestre, o estômago e os nervos de Dilma, ainda "viciados" na memória de velhos tempos, esboçaram uma reação.
Mas depois, pensando bem…
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O Veríssimo hoje, terminou seu artigo assim:
"Até surgir a possibilidade de ser tecnicamente denunciado, o político corrupto podia contar com a condescendência do público. Mesmo quando não havia dúvidas quanto à sua corrupção, havia sempre a suspeita de que não era bem assim.
Sua culpa - até se ouvir sua voz gravada combinando a divisão dos milhões, ou ver sua imagem forrando os sapatos com dinheiro - era sempre uma conjetura. Imaginávamos o que acontecia nos bastidores do poder corrupto mas era um pouco como imaginar uma orgia romana, ou visualizar uma orgia romana através da imaginação de um artista.
Agora não. Com a banalização do grampo telefônico e da minicâmera escondida, temos o que faltava no quadro. Temos todos os sórdidos detalhes e a orgia às claras. Temos o que enoja".
Enoja quem, cara pálida?
O "poder corrupto", esquece vosselência de considerar, depois de todos os filmes e de todas as gravações, conta com 87% de aprovação popular.
De modo que o que parece mais é que a única coisa que esse povo realmente lamenta é ter de ficar vendo de fora essa orgia romana...
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