Ibmec Conference: ex-ministro Maílson da Nóbrega diz que “o risco é o Brasil crescer pouco"
O ex-ministro da Fazenda e colunista da “Veja”, Maílson da Nóbrega, falou sobre as perspectivas da economia brasileira para estudantes e professores que participaram do quarto dia de palestras do “Ibmec Conference”, na última quarta-feira, 9 de maio, na Barra da Tijuca.
Segundo o consultor, a estabilidade macroeconômica, fruto do câmbio flutuante, das metas de inflação e dos superávits primários no setor público, é um fator determinante para manter a economia brasileira resistente diante do cenário hostil desencadeado pela crise financeira na Europa e nos EUA.
Respondendo a uma das questões fundamentais da economia, que é: “O que leva um empresário a investir?”, Nóbrega citou o Prêmio Nobel de Economia de 1993, o economista estadunidense Douglass North, que afirmou que os investimentos são fruto de um ambiente de negócios ideal, garantido pela presença de instituições fundamentais fortes.
O ex-ministro explicou que uma das razões para o atual sucesso do Brasil é, exatamente, a existência de instituições fundamentais estáveis como democracia, judiciário independente, imprensa livre e banco central autônomo.
No cenário atual, o agravamento da recessão europeia e a desaceleração da economia chinesa, que juntas levariam a uma drástica redução das exportações nacionais, são as principais ameaças para o Brasil, segundo o ex-ministro.
Nóbrega lembra que o mercado europeu é responsável por 20% das vendas externas da indústria brasileira. Ele é otimista em relação à situação chinesa “a tendência é que a China continue crescendo 8% ao ano”, prevê.
Embora admita que a economia brasileira dispõe de uma irrevogável plataforma para o crescimento, Maílson reconhece que o país não vive em um cenário perfeito e que há riscos de esgotamento dessa conjuntura caso não sejam feitas reformas importantes como a Reforma Tributária e a Reforma Trabalhista, essenciais para a redução do “custo Brasil”.
“Mesmo que as indústrias façam tudo certo internamente, fora de suas porteiras o cenário é hostil”, lamenta. Ele também chama a atenção para a ameaça de baixo crescimento e alta da inflação no longo prazo. “O risco é o Brasil crescer pouco”, alerta.
Tendências para 2012
Apesar de discordar dos números do governo, que prevê um crescimento 4,5%, o ex-ministro fez projeções otimistas para o Brasil. Em 2012, Nóbrega espera que o desemprego registre índices baixos, que os juros continuem em queda e que o câmbio permaneça volátil.
Segundo ele, a inflação não convergirá para a meta. O agronegócio e a mineração irão alavancar o superávit primário. O Produto Interno Bruto deve ficar na casa de 3,2%, a inflação em 5,1% (IPCA), os juros girando em torno de 8,25% e a taxa de câmbio em 1,80%.
Ainda assim, o autor de “Muito além do feijão com arroz” vê com otimismo a posição econômica do país e explica que criamos uma série de condições que devem reforçar nossa posição de destaque no cenário internacional. Para Nóbrega, o Brasil “cruzou o Rubicão” no caminho do desenvolvimento, somos um país que “deu certo”, disse.
O consultor econômico também lembra que pela primeira vez em sua história o Brasil possui resevas internacionais maiores que sua dívida, assumindo a posição de credor no mercado internacional. “O mundo deve mais ao Brasil do que o Brasil deve ao mundo”, ressaltou. E chama a atenção para a satisfatória classificação do Brasil feita pelas principais agências de rating: “O país possui a condição de Grau de Investimento”.
14 de maio de 2012
O ex-ministro da Fazenda e colunista da “Veja”, Maílson da Nóbrega, falou sobre as perspectivas da economia brasileira para estudantes e professores que participaram do quarto dia de palestras do “Ibmec Conference”, na última quarta-feira, 9 de maio, na Barra da Tijuca.
Segundo o consultor, a estabilidade macroeconômica, fruto do câmbio flutuante, das metas de inflação e dos superávits primários no setor público, é um fator determinante para manter a economia brasileira resistente diante do cenário hostil desencadeado pela crise financeira na Europa e nos EUA.
Respondendo a uma das questões fundamentais da economia, que é: “O que leva um empresário a investir?”, Nóbrega citou o Prêmio Nobel de Economia de 1993, o economista estadunidense Douglass North, que afirmou que os investimentos são fruto de um ambiente de negócios ideal, garantido pela presença de instituições fundamentais fortes.
O ex-ministro explicou que uma das razões para o atual sucesso do Brasil é, exatamente, a existência de instituições fundamentais estáveis como democracia, judiciário independente, imprensa livre e banco central autônomo.
“Mesmo que as indústrias façam tudo certo internamente, fora de suas porteiras o cenário é hostil”
RiscosNo cenário atual, o agravamento da recessão europeia e a desaceleração da economia chinesa, que juntas levariam a uma drástica redução das exportações nacionais, são as principais ameaças para o Brasil, segundo o ex-ministro.
Nóbrega lembra que o mercado europeu é responsável por 20% das vendas externas da indústria brasileira. Ele é otimista em relação à situação chinesa “a tendência é que a China continue crescendo 8% ao ano”, prevê.
Embora admita que a economia brasileira dispõe de uma irrevogável plataforma para o crescimento, Maílson reconhece que o país não vive em um cenário perfeito e que há riscos de esgotamento dessa conjuntura caso não sejam feitas reformas importantes como a Reforma Tributária e a Reforma Trabalhista, essenciais para a redução do “custo Brasil”.
“Mesmo que as indústrias façam tudo certo internamente, fora de suas porteiras o cenário é hostil”, lamenta. Ele também chama a atenção para a ameaça de baixo crescimento e alta da inflação no longo prazo. “O risco é o Brasil crescer pouco”, alerta.
Tendências para 2012
Apesar de discordar dos números do governo, que prevê um crescimento 4,5%, o ex-ministro fez projeções otimistas para o Brasil. Em 2012, Nóbrega espera que o desemprego registre índices baixos, que os juros continuem em queda e que o câmbio permaneça volátil.
Segundo ele, a inflação não convergirá para a meta. O agronegócio e a mineração irão alavancar o superávit primário. O Produto Interno Bruto deve ficar na casa de 3,2%, a inflação em 5,1% (IPCA), os juros girando em torno de 8,25% e a taxa de câmbio em 1,80%.
Ainda assim, o autor de “Muito além do feijão com arroz” vê com otimismo a posição econômica do país e explica que criamos uma série de condições que devem reforçar nossa posição de destaque no cenário internacional. Para Nóbrega, o Brasil “cruzou o Rubicão” no caminho do desenvolvimento, somos um país que “deu certo”, disse.
O consultor econômico também lembra que pela primeira vez em sua história o Brasil possui resevas internacionais maiores que sua dívida, assumindo a posição de credor no mercado internacional. “O mundo deve mais ao Brasil do que o Brasil deve ao mundo”, ressaltou. E chama a atenção para a satisfatória classificação do Brasil feita pelas principais agências de rating: “O país possui a condição de Grau de Investimento”.
14 de maio de 2012
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