Lasier Martins, conceituado jornalista da RBS
TV, pediu aos telespectadores do Jornal do Almoço que enviassem sugestões (que
não sejam aumento de tributos) para conter a sangria financeira que toma conta
do Estado do Rio Grande do Sul há, pelo menos, duas décadas. Este pedido foi
realizado após o anúncio do aumento das taxas do Detran pelo atual governo que,
quando na oposição, considerava tal aumento inadmissível.
O desequilíbrio fiscal que atinge a
administração gaúcha não é privilégio exclusivo. Na verdade, trata-se de um
fenômeno de escala mundial que coloca em crise tanto o continente europeu,
notadamente a Zona Euro e, dentro dela, Grécia, Portugal e Espanha (Itália e
França estão a caminho), quanto a nação tupiniquim. Sendo um fato comum a estes
dois continentes, sua origem também é. E a causa primeira da insolvência dos
Estados Europeus e dos Estados brasileiros é uma só: gigantismo estatal. Neste
ponto, podemos nos orgulhar de sermos como a Europa, muito embora isto
signifique uma viagem sem volta rumo ao precipício econômico.
Cada novo governo que assume o Palácio Piratini
aumenta as despesas com o pagamento do funcionalismo público estadual.
Secretarias, cargos e afins são criados desenfreadamente, de maneira que cada
vez mais o déficit aumenta; e quando se trata de administração pública, só
existe uma maneira de compensar este aumento de despesa: aumento de
imposto.
Os motivos pelos quais ocorre este incremento
de pessoal estão longe de serem técnicos. São meras conveniências políticas que
tem como único objetivo promover a compensação econômica a aliados políticos às
custas do ubre estatal que amamenta generosamente os aliados dos diversos
governos. Basta uma rápida olhada no sítio oficial do governo para verificarmos
a existência de secretarias e assessorias que simplesmente não possuem razão de
existir ou que poderiam ser absorvidas por outras. Isto ocorre tanto no âmbito
da União quanto nos Estados federados.
Analogamente, a Europa sofre do mesmo mal. O
gigantismo estatal europeu aliado a uma política de distribuição de capital a
quem nada produz por intermédio dos diversos tipos de ajudas e seguros faz com
que somente o aumento tributário consiga tapar os buracos financeiros que são
abertos. Quem acaba pagando o pato é aquela parcela da população que produz a
riqueza por intermédio de impostos cada vez mais altos.
O caminho para a recuperação da saúde
financeira do Rio Grande do Sul, sem o aumento de tributos, é a mesma para se
reverter o caso de crise da Europa: desestatização urgente da economia e redução
drástica da estrutura administrativa e do funcionalismo público nos três
poderes.
Difícil é encontrarmos algum governador ou
presidente disposto a promover essa verdadeira revolução. Não encontraremos.
Para eles, quanto maior o tamanho do Estado, maior é a possibilidade de barganha
junto a aliados e adversários.
Ninguém está interessado em desenvolver
efetivamente o lugar onde vivem. Querem apenas ficar sentados confortavelmente
no elefante estatal que é sustentado pelos impostos pagos por aqueles que o
carregam.
08 de junho de 2012
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