Cachoeira tem novo advogado e tese da
delação premiada preocupa o Palácio do Planalto Cuidado
redobrado.
O escândalo envolvendo Carlos Augusto de
Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso desde o último dia 29 de fevereiro
na esteira da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, pode sofrer uma
reviravolta.
Até recentemente defendido pelo criminalista Márcio Thomaz Bastos,
ex-ministro da Justiça no governo Lula, Cachoeira deve entregar sua defesa ao
advogado Ricardo Sayeg. E é exatamente nessa mudança que está o perigo.
Diferentemente de Thomas Bastos, que assumiu o
caso para manter Cachoeira calado o máximo de tempo possível, o que fez a
alegria de petistas ilustres, Sayeg é adepto da delação premiada como forma de
minimizar a pena a ser cumprida pelo cliente.
Márcio Thomaz Bastos deixou a
defesa de Carlinhos Cachoeira depois que a mulher do contraventor foi acusada de
chantagear o juiz federal responsável pelo caso, o que não foi comprovado, pois
o magistrado não tem provas do crime e perdeu a chance de dar voz de prisão a
Andressa Mendonça no momento da consumação do fato.
O criminalista alegou que a relação com os
familiares de Cachoeira estava desgastada, mas a realidade é que nada do que foi
prometido aconteceu.
Segundo consta, Thomaz Bastos teria cobrado R$ 15 milhões
de honorários, valor considerado alto mesmo com cláusula de sucesso, mas o
contraventor continua preso.
A estratégia de Ricardo Sayeg trouxe preocupação a
Palácio do Planalto e à cúpula do PT, pois há muito mais companheiros envolvidos
com o contraventor do que se pode imaginar.
Tão abusado quanto precavido, Cachoeira tinha o
hábito de gravar seus encontros, algo que o PT palaciano soube a partir do
escândalo envolvendo Waldomiro Diniz, ainda nos primórdios do governo Lula.
Se
Carlinhos Cachoeira seguir as orientações do seu novo advogado, a República deve
desmoronar por completo, pois muitos escândalos virão à tona.
Antes que
Cachoeira conte o que sabe, alguém há de silenciá-lo. Não custa lembrar o caso
de Carlos Delmonte Printes, legista do caso Celso Daniel, misteriosamente morto
em seu escritório, na Zona Sul da capital paulista.
20 de agosto de 2012
Ucho.info
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