Peço licença aos leitores da Tribuna da Imprensa On-Line para comentar o artigo do economista Antônio Delfim Netto, postado no Jornal do Comércio de 11/10/12.
O ex-ministro da Fazenda da Agricultura e ex-embaixador do Brasil na França, nos brindou com uma parábola sobre as batatas. Começa ele citando que uma das concepções de uma das “tribos” dos economistas, refere-se à noção de equilíbrio.
Explica didaticamente o processo que dá origem ao preço das batatas, suas variáveis ao longo do tempo, a demanda, a renda dos consumidores e finalmente a condição ideal, segundo a qual toda a produção de batatas em determinado período seria consumida por um preço lucrativo chegando-se assim ao equilíbrio desejado por todos.
Em seguida, o emérito professor comenta que a fábula sobre a produção de batatas valeria para todos os mercados, tais como: tomates, bananas, roupas, móveis e utensílios, equipamentos industriais e tudo o mais que consumimos diariamente.
Continuando, o ex-deputado federal salienta que a noção de equilíbrio não passa de uma ilusão, posto que uma nação equilibrada não teria incentivo nenhum para trabalhar, inovar e crescer. A resultante de um cenário de “equilíbrio econômico” seria segundo o professor, a “morte” do mercado, que só seria viável e virtuoso em constante desequilíbrio.
O consultor de economia Delfim Netto assevera ainda, que o desenvolvimento econômico se reduz a um processo de permanente desequilíbrio gerador de mais desequilíbrio sob a égide de um manto constitucional adequado (“governo autoritário”) legitimado pela união dos três poderes.
Entretanto, o verdadeiro elo de ligação do artigo, a real finalidade de toda a verve do renomado professor se constituiu na sua afirmação derradeira de que o papel do Estado forte (constitucionalmente controlado) deve manter uma política de amizade com a iniciativa privada. Do seu ponto de vista, essas condições seriam suficientes para a produção de “desequilíbrios criadores”, citando como exemplo as recentes privatizações.
Precisaria recorrer o mestre ao artifício da parábola das batatas para em meio a tanto palavrório defender o processo das privatizações? Coisa de intelectual, certamente.
Embutidos estão neste artigo do economista Delfim Netto a defesa das teses neoliberais, a crença inexorável da prevalência da economia de mercado, a crítica contundente ao modo de produção socialista tendente a busca do equilíbrio na metrópole e a economia planificada, a certeza de que regimes fortes e controladores da atividade econômica, sob a capa de que leis promulgadas pelos atores no parlamento, mantenham o “desequilíbrio econômico”, que inova e faz crescer.
Segundo o ex-ministro da Fazenda, quando exerceu o cargo de czar da economia na década de 70, o povo só teria direito as benesses do poder, como aumentos salariais de acordo com a inflação e política de bem estar social, depois do bolo da economia haver crescido o suficiente para reparti-lo com o povo. Por óbvia conclusão, ao se acreditar que deva ocorrer um constante desequilíbrio econômico no cenário das nações, esse bolo nunca iria crescer adequadamente a ponto de ser dividido com a população.
Em suma, não se pode mudar a natureza, muito menos a visão dos economistas, sempre de olho no capital em detrimento do trabalho.
O ex-ministro da Fazenda da Agricultura e ex-embaixador do Brasil na França, nos brindou com uma parábola sobre as batatas. Começa ele citando que uma das concepções de uma das “tribos” dos economistas, refere-se à noção de equilíbrio.
Explica didaticamente o processo que dá origem ao preço das batatas, suas variáveis ao longo do tempo, a demanda, a renda dos consumidores e finalmente a condição ideal, segundo a qual toda a produção de batatas em determinado período seria consumida por um preço lucrativo chegando-se assim ao equilíbrio desejado por todos.
Em seguida, o emérito professor comenta que a fábula sobre a produção de batatas valeria para todos os mercados, tais como: tomates, bananas, roupas, móveis e utensílios, equipamentos industriais e tudo o mais que consumimos diariamente.
Continuando, o ex-deputado federal salienta que a noção de equilíbrio não passa de uma ilusão, posto que uma nação equilibrada não teria incentivo nenhum para trabalhar, inovar e crescer. A resultante de um cenário de “equilíbrio econômico” seria segundo o professor, a “morte” do mercado, que só seria viável e virtuoso em constante desequilíbrio.
O consultor de economia Delfim Netto assevera ainda, que o desenvolvimento econômico se reduz a um processo de permanente desequilíbrio gerador de mais desequilíbrio sob a égide de um manto constitucional adequado (“governo autoritário”) legitimado pela união dos três poderes.
Entretanto, o verdadeiro elo de ligação do artigo, a real finalidade de toda a verve do renomado professor se constituiu na sua afirmação derradeira de que o papel do Estado forte (constitucionalmente controlado) deve manter uma política de amizade com a iniciativa privada. Do seu ponto de vista, essas condições seriam suficientes para a produção de “desequilíbrios criadores”, citando como exemplo as recentes privatizações.
Precisaria recorrer o mestre ao artifício da parábola das batatas para em meio a tanto palavrório defender o processo das privatizações? Coisa de intelectual, certamente.
Embutidos estão neste artigo do economista Delfim Netto a defesa das teses neoliberais, a crença inexorável da prevalência da economia de mercado, a crítica contundente ao modo de produção socialista tendente a busca do equilíbrio na metrópole e a economia planificada, a certeza de que regimes fortes e controladores da atividade econômica, sob a capa de que leis promulgadas pelos atores no parlamento, mantenham o “desequilíbrio econômico”, que inova e faz crescer.
Segundo o ex-ministro da Fazenda, quando exerceu o cargo de czar da economia na década de 70, o povo só teria direito as benesses do poder, como aumentos salariais de acordo com a inflação e política de bem estar social, depois do bolo da economia haver crescido o suficiente para reparti-lo com o povo. Por óbvia conclusão, ao se acreditar que deva ocorrer um constante desequilíbrio econômico no cenário das nações, esse bolo nunca iria crescer adequadamente a ponto de ser dividido com a população.
Em suma, não se pode mudar a natureza, muito menos a visão dos economistas, sempre de olho no capital em detrimento do trabalho.
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