"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

INTEGRANTES DA CÚPULA PETISTA CONTINUAM COM DISCURSOS DESCONEXOS SOBRE O ESCÂNDALO DO MENSALÃO

 


Fios trocados – Tirante a incompetência da maioria dos seus integrantes e o incontestável talento da legenda para a corrupção e a desfaçatez, o PT peca ao não combinar prévia e internamente os discursos que servem para ludibriar a opinião pública.

As mentiras são tantas dentro do PT, que nem mesmo Joseph Goebbels – homem forte da propaganda nazista e autor da frase “Uma mentira contada mil vezes torna-se verdade” – daria conta do recado.

Dias após o escândalo do Mensalão do PT vir à tona, Luiz Inácio da Silva, temendo ser apeado do poder, ocupou os meios de comunicação e afirmou que o Partido dos Trabalhadores devia desculpas ao povo brasileiro. Acreditou nesse palavrório visguento apenas a parcela incauta da população, pois os que conhecem os meandros da política sabiam da verdade.

O tempo avançou, a CPI dos Correios e outras mais acabaram e Lula começou a construir um discurso diferente, maquiavélico e mentiroso. Passou a falar em todos os cantos que o Mensalão do PT fora uma tentativa de golpe da oposição e das elites brasileiras, que, segundo o petista, queriam vê-lo longe do Palácio do Planalto.

Parlapatão experiente, Lula foi reeleito e deixou o assunto decantar, até que o julgamento dos mensaleiros despontou na agenda do Supremo Tribunal Federal. Na esperança de postergar a condenação dos companheiros, o ex-presidente retomou o velho discurso, mas incluiu no bojo da culpa pelo golpe, que nunca aconteceu, setores da imprensa e o Judiciário. Estava criada na cabeça de Lula a tríade do mal que conspirou contra o Messias tupiniquim.

Antes disso, Silvio Pereira, secretário-geral do PT à época do escândalo e denunciado pelo Ministério Público Federal por participar do esquema de compra de parlamentares e desvio de dinheiro público, fez um acordo com a Justiça, o que foi considerado como um reconhecimento de que aquilo que Lula negava, como ainda nega, realmente existiu. Tempos depois, Silvinho Pereira, como é conhecido o ex-petista, revelou que o objetivo do esquema era irrigar o PT com R$ 1 bilhão.

Ministro da Justiça, o também petista José Eduardo Martins Cardozo não apenas afirmou que o Mensalão do PT existiu, mas disse que os culpados deveriam ser condenados. Enquanto isso, Lula insistia na tese mentirosa do golpe das elites.

Ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares concordou, depois de reunião da cúpula do partido, assumir a culpa pelo ocorrido. A tentativa de salvar José Dirceu e José Genoino, ambos condenados, não funcionou e Lula retomou seu enfadonho discurso.

Com o julgamento da Ação Penal 470 avançando no Supremo e a possibilidade de condenação dos réus crescendo a cada dia, a presidente Dilma Rousseff ordenou aos assessores silêncio obsequioso em relação ao tema, evitando assim qualquer respingo do escândalo no Palácio do Planalto.

Há dias, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, disse em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo” que o PT precisa esgotar a “agenda de solidariedade” aos condenados no mensalão. “Já falamos o suficiente sobre isso”, declarou o governador gaúcho. É mais um integrante da cúpula do partido que, não declaradamente, reconhece a existência do esquema criminoso.

Como Goebbels não ressuscitou, o plano é transformar em mártires os petistas condenados no processo do Mensalão do PT que terão de cumprir parte das respectivas penas de prisão em regime fechado.

31 de dezembro de 2012
ucho.info

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