"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 26 de agosto de 2012

CONGO: A "CAPITAL MUNDIAL DO ESTUPRO"


Dados de 2010 mostram que 22% dos homens e 30% das mulheres do país já foram vítimas de violência sexual como arma de guerra

Um estudo publicado no Jornal Americano de Saúde Pública revelou que, a cada hora, 48 mulheres são violentadas na República Democrática do Congo. O número de vítimas do sexo masculino também é impressionante, segundo organizações de direitos humanos.

Dados de 2010 mostram que 22% dos homens e 30% das mulheres do país já foram vítimas de violência sexual como arma de guerra. Essas agressões são cometidas tanto por milícias quanto por forças oficiais. Diante desse cenário, a enviada da ONU ao Congo, Margot Wallström, classificou o país como “a capital mundial do estupro”.

Um documentário de rádio denominado “An Unspeakable Act” (“Um ato sobre o qual não se pode falar”, em tradução livre), que reúne depoimentos para uma investigação exclusiva para a BBC, traz histórias ainda mais chocantes do que os próprios números da violência.

Mais de 50 mil mortes por mês

As vítimas relatam estupros coletivos, assassinatos de parentes, mutilações, agressões físicas e psicológicas, entre outros. Estimativas dão conta de que, desde 1996, 6 milhões de pessoas já morreram em meio ao conflito no Congo. Atualmente, a média é de 54 mil mortes por mês.

Em entrevista à BBC, Laura Stemple, diretora do programa de Saúde e Direitos Humanos da Universidade da Califórnia, explica que “a violência sexual em conflitos armados é uma tática de uma eficiência incrível porque ela humilha, envergonha e traumatiza a vítima”.

26 de agosto de 2012

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