Dados de 2010 mostram que 22% dos homens e 30% das mulheres do país já foram vítimas de violência sexual como arma de guerra
Um estudo publicado no Jornal Americano de Saúde Pública revelou que, a
cada hora, 48 mulheres são violentadas na República Democrática do Congo. O
número de vítimas do sexo masculino também é impressionante, segundo
organizações de direitos humanos.
Dados de 2010 mostram que 22% dos homens e 30% das mulheres do país já
foram vítimas de violência sexual como arma de guerra. Essas agressões são
cometidas tanto por milícias quanto por forças oficiais. Diante desse cenário,
a enviada da ONU ao Congo, Margot Wallström, classificou o país como “a capital
mundial do estupro”.
Um documentário de rádio denominado “An Unspeakable Act” (“Um ato sobre
o qual não se pode falar”, em tradução livre), que reúne depoimentos para uma
investigação exclusiva para a BBC, traz histórias ainda mais chocantes do que
os próprios números da violência.
Mais de 50 mil mortes por mês
As vítimas relatam estupros coletivos, assassinatos de parentes,
mutilações, agressões físicas e psicológicas, entre outros. Estimativas dão
conta de que, desde 1996, 6 milhões de pessoas já morreram em meio ao conflito
no Congo. Atualmente, a média é de 54 mil mortes por mês.
Em entrevista à BBC, Laura Stemple, diretora do programa de Saúde e
Direitos Humanos da Universidade da Califórnia, explica que “a violência sexual
em conflitos armados é uma tática de uma eficiência incrível porque ela
humilha, envergonha e traumatiza a vítima”.
26 de agosto de 2012
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