Toda acumulação de riquezas é às custas de quem as produziu, às custas do trabalhador. E todas as riquezas existentes no mundo foram elaboradas pelo trabalhador, que fica com muito pouco do que produz.
A grande parte da riqueza produzida termina nas mãos dos donos dos meios de produção e do capital, em detrimentos de quem as produziu. Por isso mesmo, a maioria dos trabalhadores permanece na pobreza, nos subúrbios, nos bairros pobres e favelas.
Num sistema assim, acreditar ser possível manter a roubalheira contida dentro de parâmetros ditos toleráveis sempre foi um grande desafio para as elites. A natureza do capitalismo objetiva produção de riquezas, suas diversas transferências, inclusive, valendo ameaças pelas armas e invasões militares. Porém, toda a grande acumulação de riquezas acaba concentrada nos banqueiros, grandes empresários e comerciantes, assim como em alguns executivos e graduados funcionários do governo.
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SEM DESCRENÇA
Mas a acumulação e as transferências de riquezas têm que ser dentro de certas regras, para não ferir a boa crença geral, de suma importância para saúde financeira e econômica do sistema. Se a descrença chega ao povão, as coisas se complicam.
Por ser o sistema capitalista baseado quase que exclusivamente na crença, na emoção e na fantasia, pouco a ver com necessidades, criteriosos e detalhados planejamentos, a imagem de credibilidade é de sideral importância para a robustez desse sistema. Sem forte e insana crença geral, as coisas acabam tomando rumo do desânimo, que pode ser geral, empurrando a economia para retração e crises.
Por essa extravagante natureza, apesar da exuberante vitalidade do sistema capitalista, manter o sistema operando em alto estímulo não é tarefa simples. Pior em época de grande crise, ainda mais quando se corre atrás de grandes e poderosos ladrões, donos do próprio sistema, os banqueiros.
Continuar essa caçada a outros grandes bancos, como HSBC, UBS e Barclays, pode acabar causando gigantescos desgastes, mais instabilidades.
Contundentes e sistemáticos combates a roubos, somente para pequenos ladrões, gente do povão. É a lógica de um sistema injusto, cruel, perigoso, irracional e inconsequente.
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DEUS E CRENÇAS
A crença em Deus é questão íntima de cada um. Certeza de outra vida após a morte, por ora, ninguém tem. Ainda que a ciência não tenha nos dado muita ajuda nessa direção, nebulosa, cheias de preconceitos e ameaças, nem por isso isenta a inquieta alma humana de imaginar modelos que melhor poderia ajustar as suas tragédias, fraquezas, sofrimentos, ambições, egoísmos e irresponsabilidades. Por isso mesmo, existem várias correntes espiritualistas, umas mais racionais, outras nem tanto.
Resumidamente, pode-se dizer que um grande contingente de pessoas se situa no grupo que acredita que a única possibilidade de vida digna e justa, só mesmo após a morte, livres do corpo, das fraquezas, das doenças e do pecado. Principalmente para aqueles que aqui padeceram grandes sofrimentos, segundo algumas das correntes religiosas.
Ou seja, não devemos nos preocupar muito com a felicidade nesse mundo, mas sim, em cumprir os preceitos religiosos para poder alcançar a felicidade após a morte. Apostam no futuro, para a alegria e satisfação da turma que vem a seguir.
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MATERIALISMO
Mas há os que acreditam que a vida é única. Aqui começa aqui termina. Quando a morte chegar, será como um apagar das luzes, para justos e para não justos.
E se assim é, vamos procurar viver da melhor maneira possível, aqui e agora, sem se importar com a vida no outro mundo, muito menos, com a sorte alheia, nem com eventuais problemas de consciência decorrentes de condenáveis atitudes em buscas da felicidade terrena.
Que se dane o mundo, suas dores e sofrimentos alheios. Importante é a minha satisfação, de meus entes queridos e de meus amigos.
Para a turma que assim pensa e age, a arquitetura social econômica do capitalismo é perfeita e tem tudo a ver. Justifica a bela vida material de poucos, às custas da pobreza e miséria dos demais, com Terra se tornando cada dia, mais imunda, poluída, devastada, perigosa e insegura. E longe de Deus.
01 de janeiro de 2013
Welinton Naveira e Silva
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