Feliz
2013, mas nada custa lembrar que 2012 ainda não terminou. Parece que estamos em
uma máquina do tempo movida a vapor ou manivela, de tão lenta para realizar as
mudanças urgentes no tempo certo. O mundo não acabou, nem deve acabar, porém
teremos de segurar a onda de problemas gerados no passado e que vão comprometer
nosso presente-futuro.
Onde
estão as reformas política e tributária sempre prometidas e nunca cumpridas?
Como ficou a redução de gastos desnecessários dos governos para que sobre
dinheiro para investimentos que nos levarão ao crescimento real? A quantas anda
a melhoria na área de ensino, para permitir que o Brasil seja, um dia, uma
potência científica-tecnológica e com cidadãos bem capacitados para produzir e
empreender?
Ok,
tais perguntas se referem a respostas focadas em um Projeto para o Brasil. Pois
bem, onde está tal Projeto? Quem terá a coragem, competência e oportunidade de
concebê-lo para anteontem? A ressaca das megafestinhas de ano novo ainda
persistem, mas a intenção de mudar o Brasil realmente para melhor fica sempre
naquela promessa com jeito de jamais ser cumprida. Sofremos da tal doença do
amanhã – um vírus da vanguarda do atraso que promete resolver tudo em um futuro
que nunca chega de forma palpável.
Então
vamos a questionamentos mais simples, do mundo político-jurídico-institucional
brasileiro. Quando é que o tal julgamento da Ação Penal 470 vai realmente
terminar? Mais precisamente: quando é que os semi-deuses togados proclamarão o
tal do “transitado em julgado”? Melhor indagando: quando é que as penas dos
condenados começam a ser efetivamente cumpridas, após esgotados todos os
inúmeros recursos possíveis? Pergunto mais: quando o Supremo Tribunal Federal
vai publicar no Diário Oficial o tal “acórdão” com as decisões dos ministros
para que os advogados dos mensaleiros ainda possam
recorrer?
É
preciso fazer tantas perguntas diante do que se viu nas retrospectivas
produzidas por nosso espetaculoso telejornalismo tupiniquim. O enredo principal
da retrô da Globo bem que poderia ter sido exibida como um quadro do humorístico
Zorra Total. Foi uma piada de péssimo gosto colocar os apresentadores dentro do
prédio do velho Tribunal do Juri do Rio de Janeiro, para proclamar que o “o
mensalão foi o julgamento do século”.
A
verdade é concreta – como bem prega o alemão Goethe. O espetáculo teatral do
mensalão ainda não puniu, efetivamente, nenhum dos atores. As penas de prisão
que eles deverão cumprir, efetivamente, são pequenas diante do crime que
cometeram. Além disso, a prisão deles nem tem data para ocorrer. Enquanto
continuam soltos, em fevereiro, o ilustre condenado José Genoíno (que se
proclama um injustiçado) vai tomar posse como deputado federal, assumindo a
suplência do PT. Os demais continuam livres, leves e soltos como
“consultores”.
Outra
vigarice editorial: Por que a mídia abestada e amestrada pelas verbas oficiais
ou das empresas amigas do Governo do Crime Organizado não fala mais sobre o
Rosegate? Será que vai mesmo funcionar a operação abafa para impedir que Luiz
Inácio Lula da Silva seja poupado em mais um escândalo de corrupção que tem sua
apadrinhada e melhor amiga Rosemary Nóvoa Noronha como uma das principais
operadoras? Por que será que nem o batom na cueca serve de prova material no
Brasil dos corruptos?
Enquanto
2012 não termina, 2013 deve começar muito esquisito na telinha. Breve, a Rede
Globo vai exibir a mais cara produção da história do cinema brasileiro: “Lula, o
Filho do Brasil”. Do ponto de vista estético e cinematográfico, o filme de Bruno
Barreto é uma obra de grande qualidade, justificável pelos R$ 16 milhões
torrados em sua concepção.
O
lamentável é que, nas atuais circunstâncias, a veiculação do filme é mais uma
tática de propaganda para preservar a imagem do grande líder – que entra em fase
de desgaste pós-Rosegate. E, para piorar, comenta-se que a Globo receberá uma
injeção de R$ 6 milhões para passar o filme. A “ajuda” seria uma forma de
compensar eventuais perdas com patrocinadores que deixariam de anunciar durante
a exibição do “épico petista”, para não ficar com a imagem atrelada ao
governismo-partidarismo.
Pena
que o Festival Nacional da Rede Globo não possa exibir outros filmes de sucesso,
contando os escândalos do Rosegate, da Petrobrás, da Eletrobrás e alguns outros
prestes a estourar no comecinho do ano que termina com a dezena 13.
Azar
nosso ou deles? Eis a questão... Até que o segredo da cueca (ou da calcinha?)
seja finalmente desvendado...
Vida
que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
01 de janeiro de 2013Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
01 de janeiro de 2013Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
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