Líder petista não vê espaço para duas opções de esquerda
SÃO PAULO — Os sinais dados pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, de que disputará a sucessão presidencial em 2014 ainda não convenceram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para quem o lançamento da candidatura do dirigente do PSB ainda pode ser revertido.
Em conversas recentes, com petistas e aliados, o líder do PT avaliou que, no cenário atual, seria muito arriscado para o socialista entrar numa disputa eleitoral, uma vez que, segundo ele, não há espaço no campo da esquerda para mais uma candidatura presidencial.
Caso o socialista queira se viabilizar como candidato, Lula avalia que Campos terá de se aproximar da direita e, assim, abrir mão de bandeiras eleitorais do atual governo federal, como o combate à miséria e a ascensão da população à classe média.
O líder do PT ainda considera cedo debater a sucessão ao Planalto com o dirigente do PSB, o que deve ser feito apenas no segundo semestre, quando pretende chamar o socialista para uma conversa em São Paulo, na qual irá alegar que o lançamento da candidatura do PSB poderá dividir e enfraquecer a esquerda.
Em encontro, no final do mês passado, Eduardo Campos informou à presidente Dilma Rousseff que o PSB decidirá pela candidatura própria apenas em 2014 e que, até lá, continuará na base aliada do governo federal.
Nas últimas semanas, contudo, o dirigente do PSB tem mantido diálogos com PPS, PDT e PTB e se aproximado de setores do empresariado. Na quinta-feira, o socialista compareceu a jantar na residência do empresário Flávio Rocha, dono da rede de lojas Riachuelo, e, ontem, participou de almoço promovido pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), em um hotel de São Paulo.
No evento, o socialista afirmou que a presidente sabe que não é hora de o PSB decidir sobre 2014 e ressaltou que, no encontro que tiveram, Dilma deixou claro que o interesse do governo federal é manter uma relação de respeito com o partido neste ano. Segundo ele, quando houver uma decisão, informará à presidente ou ao dirigente nacional do PT, Rui Falcão.
— Ela sabe que não é a hora do PSB decidir. O PSB vai decidir no seu tempo. Ela deixou muito claro que o interesse é seguir com uma relação de respeito com o PSB durante todo o ano de 2013 e deixar 2014 para 2014. Para mim, vale a conversa que tive com ela. Se tiver alguma coisa para dizer ao PT, vou falar com quem efetivamente devo falar: com a presidente ou com o presidente nacional do PT — afirmou.
O dirigente do PSB disse que ainda não foi marcada uma conversa com Lula, mas que estará à disposição do petista e irá ao seu encontro caso ele queira discutir. Na quarta-feira, o ex-presidente iniciou viagem pela África e só retornará ao Brasil no final da semana quem vem.
— Eu fui ministro e sou amigo do ex-presidente, tenho um grande respeito por ele. Todas as vezes que ele precisar falar comigo, estarei à disposição e vou ao encontro dele — disse.
No almoço de ontem, segundo empresários presentes, o dirigente do PSB defendeu que o país precisa definir uma política de comércio exterior mais clara e que o governo federal deve priorizar alguns setores da economia para os quais tem maior vocação. Em sua exposição, ele elogiou o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e apresentou conquistas da sua gestão nas áreas social, educacional e de saúde, as quais, se for candidato, devem lhe servir como bandeiras eleitorais.
Em conversas recentes, com petistas e aliados, o líder do PT avaliou que, no cenário atual, seria muito arriscado para o socialista entrar numa disputa eleitoral, uma vez que, segundo ele, não há espaço no campo da esquerda para mais uma candidatura presidencial.
Caso o socialista queira se viabilizar como candidato, Lula avalia que Campos terá de se aproximar da direita e, assim, abrir mão de bandeiras eleitorais do atual governo federal, como o combate à miséria e a ascensão da população à classe média.
O líder do PT ainda considera cedo debater a sucessão ao Planalto com o dirigente do PSB, o que deve ser feito apenas no segundo semestre, quando pretende chamar o socialista para uma conversa em São Paulo, na qual irá alegar que o lançamento da candidatura do PSB poderá dividir e enfraquecer a esquerda.
Em encontro, no final do mês passado, Eduardo Campos informou à presidente Dilma Rousseff que o PSB decidirá pela candidatura própria apenas em 2014 e que, até lá, continuará na base aliada do governo federal.
Nas últimas semanas, contudo, o dirigente do PSB tem mantido diálogos com PPS, PDT e PTB e se aproximado de setores do empresariado. Na quinta-feira, o socialista compareceu a jantar na residência do empresário Flávio Rocha, dono da rede de lojas Riachuelo, e, ontem, participou de almoço promovido pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), em um hotel de São Paulo.
No evento, o socialista afirmou que a presidente sabe que não é hora de o PSB decidir sobre 2014 e ressaltou que, no encontro que tiveram, Dilma deixou claro que o interesse do governo federal é manter uma relação de respeito com o partido neste ano. Segundo ele, quando houver uma decisão, informará à presidente ou ao dirigente nacional do PT, Rui Falcão.
— Ela sabe que não é a hora do PSB decidir. O PSB vai decidir no seu tempo. Ela deixou muito claro que o interesse é seguir com uma relação de respeito com o PSB durante todo o ano de 2013 e deixar 2014 para 2014. Para mim, vale a conversa que tive com ela. Se tiver alguma coisa para dizer ao PT, vou falar com quem efetivamente devo falar: com a presidente ou com o presidente nacional do PT — afirmou.
O dirigente do PSB disse que ainda não foi marcada uma conversa com Lula, mas que estará à disposição do petista e irá ao seu encontro caso ele queira discutir. Na quarta-feira, o ex-presidente iniciou viagem pela África e só retornará ao Brasil no final da semana quem vem.
— Eu fui ministro e sou amigo do ex-presidente, tenho um grande respeito por ele. Todas as vezes que ele precisar falar comigo, estarei à disposição e vou ao encontro dele — disse.
No almoço de ontem, segundo empresários presentes, o dirigente do PSB defendeu que o país precisa definir uma política de comércio exterior mais clara e que o governo federal deve priorizar alguns setores da economia para os quais tem maior vocação. Em sua exposição, ele elogiou o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e apresentou conquistas da sua gestão nas áreas social, educacional e de saúde, as quais, se for candidato, devem lhe servir como bandeiras eleitorais.
16 de março de 2013
Gustavo Uribe, O Globo
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