"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 15 de abril de 2013

CAPRILES CONTESTA VITÓRIA DE MADURO POR APENAS 1,59% E EXIGE RECONTAGEM

Capriles contesta vitória de Maduro e exige recontagem. 'Derrotado é você (Maduro). Vamos insistir até que se conheça a verdade', afirmou o opositor, que apontou mais de 3.200 irregularidades na eleição

Capriles discursa após divulgação da vitória de Maduro: acusação de fraude
Capriles discursa após divulgação da vitória de Maduro: acusação de fraude (Reuters)

Candidato derrotado por Nicolás Maduro na eleição deste domingo por apenas 1,59% dos votos, o líder da oposição venezuelana Henrique Capriles afirmou em seu discurso após a divulgação do resultados que não reconhecerá a vitória de Maduro até a realização de uma auditoria em que todos os votos sejam recontados. Capriles acusou os chavistas de fraude eleitoral e disse que, na verdade, venceu o candidato governista nas urnas.

"Não vamos reconhecer o resultado até a recontagem de cada um dos votos dos venezuelanos, um por um. Exigimos do CNE (Conselho Nacional Eleitoral) que abram todas as urnas e que cada voto seja recontado", afirmou o líder opositor em discurso transmitido pela televisão."O derrotado de hoje é você (Maduro), e digo isto com toda firmeza", declarou Capriles, que disse ainda terem sido detectadas mais de 3.200 irregularidades na eleição deste domingo. "Esta luta não terminou. Aqui vamos insistir até que se conheça a verdade".

"Eu sou um democrata convicto e esse resultado não reflete a realidade do país", prosseguiu Capriles. "Quero que a verdade seja conhecida e vamos fazer tudo para que seja. Senhor Maduro, se você antes era ilegítimo, agora esá carregado de mais ilegitimidade", acusou o oposicionista, que conquistou quase mais um milhão de votos na comparação com os recebidos por ele na disputa contra Hugo Chávez, em outubro passado.

Segundo o Conselho Nacional Eleitoral venezuelano, após 99,2% das urnas apuradas, Maduro teve 7.505.338 votos (50,66%) e Capriles 7.270.403 (49,07%) – uma diferença de pouco mais de 234.000 votos, que surpreendeu até mesmo os governistas e comprova o avanço da oposição ao chavismo na Venezuela.

Em seu discurso de vitória no palácio presidencial de Miraflores, Nicolás Maduro pediu à oposição para aceitar o resultado do processo eleitoral "com humildade", mas assegurou que aceita uma auditoria sobre os resultados. "Querem fazer uma auditoria. Bem-vinda a auditoria!".

Durante a eleição deste domingo, Capriles já havia falado em possibilidade de fraude eleitoral e feito denúncias de irregularidades no processo. "Alertamos o país e o mundo sobre a intenção de mudar a vontade expressada pelo povo venezuelano", escreveu o candidato opositor no Twitter. "Exigimos da reitora Tibisay Lucena (do Conselho Nacional Eleitoral) o fechamento das seções eleitorais. Estão permitindo a votação com as seções fechadas!", denunciou.
 

O vice-presidente venezuelano, Jorge Arreaza, reagiu advertindo que Capriles e a oposição devem ter "muito cuidado" com as denúncias. "Vamos ter consciência e respeitar o povo, nossos filhos e filhas, nosso futuro", disse. "Se vocês têm algum tipo de denúncia, aqui há instituições, há o Conselho Nacional Eleitoral. Oxalá isto seja (a denúncia) porque 'hackearam' a conta de Capriles como 'hackearam' a do presidente Nicolás Maduro", afirmou o vice-presidente.

15 de abril de 2013
Veja Online com Agëncia EFE

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