É uma coisa muito estranha para mim toda essa polêmica em torno da declaração do quadrilheiro Zé Dirceu de que o ministro do Supremo Luiz Fux o procurou, quando em campanha para sua nomeação para o STF, prometendo sua absolvição no caso do mensalão.
Primeiro que Dirceu - que já deveria estar preso faz tempo, não fosse a complicação do nosso sistema judiciário e a leniência de alguns ministros do STF que atrasaram a entrega dos seus votos por escrito - está desesperado, morrendo de medo de ser preso e, nessa situação, é capaz de qualquer coisa - sem estar em desespero já fez pior - para sair desse buraco. Portanto esse tipo de acusação, normalmente, seria irrelevante. Apenas os estertores de um bandido tentando se livrar da cadeia.
O problema é que como nesse Brasil de petralhas tudo que há de pior é passível de acontecer, Fux não só confirmou ter estado com Dirceu não só uma, mas seis vezes, além de mais umas dez com Evanise, mulher de Dirceu. Todas as vezes em campanha para sua nomeação como ministro do STF. É aí que a coisa começa a feder.
A troco de quê um sujeito que pleiteia ser membro da mais alta corte do país vai procurar um acusado prestes a ser julgado por essa mesma corte? Seria somente para pedir uma mãozinha ou para propor uma troca de favores?
Para mim, bastaria essa confissão para que Fux fosse defenestrado do seu cargo, exatamente por não atender a uma das (poucas) exigências para a sua aprovação como ministro: reputação ilibada. Mesmo que a versão de Dirceu não seja verdadeira - a promessa de absolvição -, ao procurá-lo e à sua esposa, Fux cometeu um grave assédio moral que dá margem a entendimentos nada recomendáveis.
O que será que Joaquim Barbosa tem a dizer sobre o assunto?
15 de abril de 2013
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