"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 9 de abril de 2013

E NO BRASIL MARAVILHA... GOVERNO DESONERA CESTA BÁSICA, MAS ALIMENTOS CONTINUAM A SUBIR EM 16 DE 18 CAPITAIS, DIZ DIEESE


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Apesar das desonerações de produtos da cesta básica, anunciadas em março pela presidente Dilma Rousseff, os preços dos gêneros alimentícios essenciais não cederam e continuam a subir em 16 de 18 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O alívio nos impostos impediu, no entanto, que a alta fosse ainda maior, avaliou o órgão. Na Pesquisa Nacional da Cesta Básica, realizada mensalmente, as maiores elevações ocorreram em Vitória (6,01%),
Manaus (4,55%), e Salvador (4,08%).

Em Florianópolis (-2,25%) e Natal (-1,42%), houve retração.
No Rio, o avanço mensal foi de 2,66% e, em doze meses, de 22,69%.
No ano, a variação é de 11,77%.

Cinco dos produtos desonerados pelo governo fazem parte da cesta básica em que o Dieese se baseia para fazer a pesquisa, a descrita no Decreto-Lei 399 de 1938, que contém 13 itens.

Os cinco são:
carne,
manteiga,
café,
açúcar e óleo.
Os demais já eram isentos de tributação, explica o órgão.

O Dieese calculou o impacto desses itens desonerados na variação da cesta básica e constatou que a redução de taxas pode ter impedido que o aumento do preço dos produtos fosse maior em 15 das 18 capitais pesquisadas. Em Manaus, Florianópolis e Rio, os produtos desonerados teriam reforçado a elevação do custo da cesta básica.

“Embora, neste momento, a observação dos preços dos produtos desonerados mostre que a medida apresenta resultados positivos, é preciso continuar acompanhando a evolução nos próximos meses, para avaliar o efeito da desoneração”, avaliou o Dieese na pesquisa.

O órgão também defendeu que os consumidores cobrem do governo para que a desoneração “não represente apenas uma transferência de renda par os empresários”.

Nesse grupo de cinco produtos, houve redução da variação de preços de todos eles apenas em Porto Alegre e Belém. Óleo e carne foram os produtos que mais caíram, em 16 e em 15 capitais, respectivamente. O preço do açúcar diminuiu em 12 capitais, o café, em 11, e a manteiga, em nove.

Entre os locais pesquisados, o maior valor para a cesta básica foi registrado em São Paulo: R$ 336,26.
Vitória (R$ 332,24),
Manaus (R$ 328,49) e Belo Horizonte (R$ 323,97) vieram em seguida.
Já Aracaju (R$ 245,94),
João Pessoa (R$ 274,64) e Campo Grande (R$ 276,44) mostraram os menores valores médios.

No Rio, o valor da cesta ficou em R$ 314,99.

O Dieese faz uma estimativa também de qual seria o salário mínimo necessário para a população, levando em conta o custo da cesta em São Paulo e o texto da Constituição, que diz que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação,
moradia,
saúde,
educação,
vestuário,
higiene,
transporte,
lazer e previdência.

Segundo esses cálculos, o piso salarial deveria ser em março de R$ 2.824,92, ou 4,17 vezes o valor do mínimo em vigor, de R$ 678,00.

Em fevereiro, o mínimo necessário era R$ 2.743,69, menor, portanto, assim como em março de 2012, quando o valor necessário para atender às despesas de uma família chegava a R$ 2.295,58, ou 3,69 vezes o mínimo da época (R$ 622).

No trimestre, 18 capitais tiveram alta de preços

Na avaliação por trimestre, as 18 capitais mostraram alta:
Salvador (23,75%),
Aracaju (20,52%) e Natal (16,52%) estavam no topo da lista.
Florianópolis (5,97%),
Belém (7,47%) e Curitiba (8,65%) no fim, com os menores avanços.

Em doze meses até março deste ano, nas 17 capitais pesquisadas — não foram considerados os dados de Campo Grande (MS) — todas as regiões tiveram aumento acima de 10%.

As maiores altas ocorreram em Fortaleza (32,78%),
Salvador (32,63%) e João Pessoa (28,01%)
e as menores em Belém (19,09%),
Curitiba (19,78%) e Florianópolis (20,29%).

A carne bovina, que é o produto de maior peso na composição do valor da cesta básica, ficou mais barata em 15 das 18 capitais pesquisadas.
Em Brasília (-3,97%),
Natal (-3,24%) e Goiânia (-3,14%) foram percebidas as maiores retrações. Houve aumento em duas capitais:
em Florianópolis (4,35%) e no Rio (2,08%).

Já o tomate, no varejo, teve alta em 12 capitais, com os maiores aumentos em Vitória (42,00%),
Belo Horizonte (17,20%)
e São Paulo (15,68%).
 
Na comparação anual, no entanto, houve aumento em todas as 17 capitais com informações disponíveis — em 13 delas, o avanço foi acima de 100%. As maiores variações ocorreram em Vitória (215,56%),
Porto Alegre (197,10%) e Rio (194,65%).

Entre as menores, a alta também foi acima de 50%.

09 de abril de 2013
camuflados

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