Com a publicação do acórdão, prevista para esta semana, o julgamento do mensalão caminhava para seu desfecho e para a aplicação das penas aos 25 condenados pelo Supremo Tribunal Federal.
Mas faltava preencher uma incômoda lacuna:
investigar a participação de Luiz Inácio Lula da Silva no esquema corrupto.
Não falta mais.
Na sexta-feira, a Procuradoria da República no Distrito Federal pediu à Policia Federal a abertura de inquérito para investigar a participação de Lula no mensalão. É a primeira vez que será apurada a atuação do então presidente da República no maior esquema de corrupção que se tem notícia na história política do país.
A investigação tem por base acusações feitas por Marcos Valério, condenado a mais de 40 anos de cadeia pelo STF. Após analisar depoimento dado pelo operador do mensalão ao MP seis meses atrás, os promotores decidiram abrir seis procedimentos criminais. Um deles foi transformado em inquérito.
O pedido de abertura de inquérito refere-se a suposto repasse de US$ 7 milhões da Portugal Telecom para o PT, por meio de contas bancárias no exterior. Segundo Valério, Lula teria negociado a falcatrua com o então presidente da empresa, Miguel Horta. Tudo dentro do Palácio do Planalto e ainda com a participação do então ministro da Fazenda, Antonio Palocci.
No depoimento de 13 páginas, dado em 24 de setembro do ano passado, Valério dizia mais. Na ocasião, o operador do mensalão afirmou, também, que Lula não apenas sabia de todo o esquema de compra de apoio parlamentar por meio de desvio de recursos públicos, como também teve despesas pessoais pagas com o dinheiro sujo do valerioduto.
A reação dos petistas à decisão do MP foi a de praxe: ninguém pode querer atingir o intocável Lula. Sobre as acusações propriamente ditas, nenhuma palavra. O Instituto Lula afirmou, em nota, que a decisão do MP não traz "nova informação" em relação ao que já se sabia desde que Valério decidiu abrir a boca. Digamos que, ainda que velha, a acusação é suficiente para escandalizar qualquer país sério e ensejar atuação enérgica da Justiça.
Talvez o maior temor dos petistas seja justamente o que ainda não foi revelado. As digitais de Lula podem estar em muito mais lugares do que se pôde supor até agora - não custa lembrar que a CPI dos Correios já identificara repasse de R$ 98,5 mil de uma das firmas de Valério para uma empresa de Freud Godoy, faz-tudo de Lula, em janeiro de 2003. Cabe à PF aprofundar a investigação e descobrir a veracidade por trás das suspeitas.
Na reta final do julgamento do mensalão, os petistas têm se esmerado em tentar melar o jogo de todas as formas. São, entre outros, pedidos de protelação de prazos e ameaças de recorrer à Corte Interamericana de Direitos Humanos para rever as decisões do Supremo. O esperneio e o choro são livres, mas os ministros do STF não arredaram pé um milímetro de suas convicções.
O PT tem enorme dificuldade de conviver com adversidades. Quando elas se interpõem no caminho do partido, seus próceres vituperam as instituições, atacam reputações e arregimentam seus exércitos do submundo da política, dos movimentos sociais e da internet para reagir. Melhor seria se convivessem serenamente com o Estado democrático de direito.
Numa república séria, numa democracia madura, num ambiente em que a sociedade e seus valores são respeitados, ninguém pode estar livre dos rigores da lei. A folha corrida de suspeitas acumuladas contra Luiz Inácio Lula da Silva não permite que os petistas o considerem acima do bem e do mal.
Na sexta-feira, a Procuradoria da República no Distrito Federal pediu à Policia Federal a abertura de inquérito para investigar a participação de Lula no mensalão. É a primeira vez que será apurada a atuação do então presidente da República no maior esquema de corrupção que se tem notícia na história política do país.
A investigação tem por base acusações feitas por Marcos Valério, condenado a mais de 40 anos de cadeia pelo STF. Após analisar depoimento dado pelo operador do mensalão ao MP seis meses atrás, os promotores decidiram abrir seis procedimentos criminais. Um deles foi transformado em inquérito.
O pedido de abertura de inquérito refere-se a suposto repasse de US$ 7 milhões da Portugal Telecom para o PT, por meio de contas bancárias no exterior. Segundo Valério, Lula teria negociado a falcatrua com o então presidente da empresa, Miguel Horta. Tudo dentro do Palácio do Planalto e ainda com a participação do então ministro da Fazenda, Antonio Palocci.
No depoimento de 13 páginas, dado em 24 de setembro do ano passado, Valério dizia mais. Na ocasião, o operador do mensalão afirmou, também, que Lula não apenas sabia de todo o esquema de compra de apoio parlamentar por meio de desvio de recursos públicos, como também teve despesas pessoais pagas com o dinheiro sujo do valerioduto.
A reação dos petistas à decisão do MP foi a de praxe: ninguém pode querer atingir o intocável Lula. Sobre as acusações propriamente ditas, nenhuma palavra. O Instituto Lula afirmou, em nota, que a decisão do MP não traz "nova informação" em relação ao que já se sabia desde que Valério decidiu abrir a boca. Digamos que, ainda que velha, a acusação é suficiente para escandalizar qualquer país sério e ensejar atuação enérgica da Justiça.
Talvez o maior temor dos petistas seja justamente o que ainda não foi revelado. As digitais de Lula podem estar em muito mais lugares do que se pôde supor até agora - não custa lembrar que a CPI dos Correios já identificara repasse de R$ 98,5 mil de uma das firmas de Valério para uma empresa de Freud Godoy, faz-tudo de Lula, em janeiro de 2003. Cabe à PF aprofundar a investigação e descobrir a veracidade por trás das suspeitas.
Na reta final do julgamento do mensalão, os petistas têm se esmerado em tentar melar o jogo de todas as formas. São, entre outros, pedidos de protelação de prazos e ameaças de recorrer à Corte Interamericana de Direitos Humanos para rever as decisões do Supremo. O esperneio e o choro são livres, mas os ministros do STF não arredaram pé um milímetro de suas convicções.
O PT tem enorme dificuldade de conviver com adversidades. Quando elas se interpõem no caminho do partido, seus próceres vituperam as instituições, atacam reputações e arregimentam seus exércitos do submundo da política, dos movimentos sociais e da internet para reagir. Melhor seria se convivessem serenamente com o Estado democrático de direito.
Numa república séria, numa democracia madura, num ambiente em que a sociedade e seus valores são respeitados, ninguém pode estar livre dos rigores da lei. A folha corrida de suspeitas acumuladas contra Luiz Inácio Lula da Silva não permite que os petistas o considerem acima do bem e do mal.
Mas a justiça pode até demorar um pouquinho, mas chega.
Agora, é a vez de Lula.
Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Agora é Lula
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