A falta de médicos em emergências de hospitais municipais, estaduais e federais foi o principal problema destacado hoje na abertura do 12º Congresso Médico dos Hospitais Públicos de Emergência do Rio de Janeiro, organizado pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj).
A presidente da organização, Maria Rosa Araújo, chegou a classificar a situação de “extrema” e o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Aloísio Tibiriçá, disse que uma das causas da deficiência é a falta de dinheiro. “Todos os problemas têm como pano de fundo a falta de financiamento para a saúde. A base da questão é o financiamento”, defendeu o cardiologista.
Aloísio Tibiriçá tratou também de questões corporativas. Disse que a desvalorização da profissão avança com o aumento do número de médicos temporários, com o pagamento de salários baixos e com as condições de trabalho precárias. “Há um limite para a vocação”, resumiu.
Outras críticas do representante do conselho foram contra o que chamou de várias formas de contratação adotadas principalmente pelo governo do estado. “Não é possível que haja profissionais com seis formas diferentes de contratação trabalhando em um mesmo hospital”, criticou Tibiriçá.
MERITOCRACIA???
A subsecretária de Unidades Próprias, Ana Lúcia Neves, discordou das críticas e afirmou que existem duas formas de contratação: a estatutária e a celetista, por meio de Organizações Sociais, Fundações de Saúde ou a Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde. Para ela, o modelo celetista aumenta a meritocracia: “Não nivela os profissionais por baixo, mas pelo mérito, pela capacitação e pelas responsabilidades que assumem”.
A subsecretária do governo do estado afirmou que o problema de falta de médicos em unidades de saúde não se dá pela falta de vagas, mas pela falta de interessados em preenchê-las. “Está havendo uma inversão, porque existem muitos postos de trabalho e poucos profissionais. Talvez porque sua formação não tenha sido adequada ou porque o mercado de saúde está muito ampliado. Não há pessoas interessadas em salários de R$ 6 mil, 7 mil e até 8 mil. Em qual profissão um recém-formado consegue um emprego com esse salário?”
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O governador Sergio Cabral e o prefeito Eduardo Paes privatizaram os serviços de saúde e instauraram o caos, misturando funcionários públicos e terceirizados em cooperativas fajutas, num mar de corrupção. É uma vergonha. (C.N.)
11 de maio de 2013
Vinícius Lisboa (Agência Brasil)
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