"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 30 de setembro de 2011

"NÃO TENHO QUE ME DESCULPAR"

A corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, afirmou ontem à Folha que não recuará das declarações que fez sobre a magistratura brasileira.

"Eu não tenho que me desculpar. Estão dizendo que ofendi a magistratura, que ofendi todos os juízes do país. Eu não fiz isso de maneira nenhuma. Eu quero é proteger a magistratura dos bandidos infiltrados", disse.
"
A quase totalidade dos 16 mil juízes do país é honesta, os bandidos são minoria. Uma coisa mínima, de 1%, mas que fazem um estrago absurdo no Judiciário",
reiterou a corregedora.

Segundo a ministra, todos precisam perceber que "a imagem do Judiciário é a pior possível, junto ao jurisdicionado [público que recorre aos tribunais]".

"Eu quero justamente mostrar que o próprio Judiciário entende e tenta corrigir seus problemas."
Sobre o julgamento de ação no STF (Supremo Tribunal Federal) que poderá limitar os poderes do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ela disse que está muito triste.

"As portas estão se fechando. Parece haver um complô para que não se puna ninguém no Brasil." A expectativa era de que a ação, proposta pela AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), fosse discutida na sessão plenária do STF de ontem, mas não entrou na pauta de julgamentos.

Em recente entrevista, Calmon fez ataques a seus pares ao criticar a iniciativa de juízes de tentar reduzir o poder de investigação do CNJ.

Frase

"Não tenho que me desculpar. Eu não ofendi todos os juízes. Eu quero é proteger a a magistratura dos bandidos infiltrados."
ELIANA CALMON
corregedora nacional de Justiça

MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA DE SÃO PAULO - 29/09/2011

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