Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
AUSÊNCIA
ESTE BLOG ESTARÁ SEM NOVIDADES ATÉ O DIA 12 DE NOVEMBRO, POIS ESTAREI VIAJANDO. ABRAÇO CORDIAL AOS QUE VISITAM ESSAS PÁGINAS.
terça-feira, 25 de outubro de 2011
AGNELO, O ARRUDA DO PT: TESTEMUNHA AFIRMA QUE O GOVERNADOR DO DF ERA O CHEFE DO ESQUEMA NO ESPORTE
Agnelo, o Arruda do PT: Testemunha afirma que governador do DF era o chefe do esquema no Esporte
Reportagem publicada no último fim de semana pela revista Istoé traz o depoimento do auxiliar administrativo Michael Alexandre Vieira da Silva, testemunha-chave da Operação Shaolin da PF, ocorrida no ano passado. A operação investigou irregularidades no programa Segundo Tempo do Ministério do Esporte e terminou com a prisão de cinco pessoas – entre eles, o policial João Dias Ferreira, que agora denuncia a participação de Orlando Silva no esquema. As declarações de Michael são contundentes: ele afirma que o chefe do esquema de corrupção montado no ministério do Esporte era o ex-ministro e ex-comunista baiano Agnelo Queiroz, hoje governador do DF e petista.
Até agora, Agnelo vinha tentando se distanciar do noticiário sobre o ministério que ele comandou do primeiro dia do governo Lula até março de 2006 e entregou a Orlando Silva, seu secretário-executivo na pasta. Como deixou o cargo há mais de 5 anos, Queiroz se defende dizendo que todas as contas de sua gestão foram aprovadas pelo TCU. Não é bem assim: com base em relatório do próprio Tribunal de Contas da União, o Ministério Público Federal entrou com ação contra Agnelo e o Comitê Organizador dos Jogos Panamericanos do Rio de Janeiro acusando o superfaturamento de obras do Pan-2007. Além disso, Agnelo também já consta como investigado em processo que corre no STJ sobre as irregularidades no Programa Segundo Tempo.
A origem do “esporteduto” do PC do BA “vocação” do Partido Comunista do Brasil para gerir os esportes em administrações petistas foi descoberta em 2001, quando Marta Suplicy era prefeita de São Paulo e entregou a secretaria da área ao partido.
Quando Queiroz assumiu o ministério, o Esporte era considerada uma espécie de “prêmio de consolação” ao PC do B. Em 2003, a pasta tinha o menor orçamento do primeiro ministério do governo Lula. Com o comando dos esportes em nível federal, enquanto o ministério ainda era considerado praticamente insignificante, os comunistas passaram a centralizar suas indicações em governos e prefeituras Brasil afora na área – quase sempre fazendo parte de coligações onde o cabeça-de-chapa era do PT -, criando as condições para o “esporteduto” do PC do B.
O Esporte cresce e Agnelo apareceCom os anúncios de que o Brasil seria sede dos dois maiores eventos esportivos do mundo, a Copa-2014 e a Olimpíada-2016, além do Pan-2007 – uma espécie de “treinamento” para os dois outros -, o ministério dos Esportes ganhou importância e verbas, e Queiroz começou a aparecer. Literalmente. Assim como Orlando Silva, Agnelo também teve lá suas “tapiocas” (escândalos de gravidade menor, mas que dão indícios do caráter do homem público) enquanto comandou o ministério. Dois episódios emblemáticos já entraram para o folclore político e esportivo nacional: a ocasião em que o ministro autografou, junto com ídolos do basquete, uma camisa que homenageava os bicampeões mundiais na modalidade e o episódio da Copa América de 2004, no Peru, quando Agnelo colocou no peito a medalha de ouro que seria entregue ao zagueiro Luisão, que saiu machucado durante a final e foi levado a um hospital antes da cerimônia de premiação. Menos engraçadas foram a festa de aniversário que usou a estrutura do ministério, a hospedagem do ministro em navio de luxo junto com Bill Gates na Olimpíada de Atenas-2004 e as diárias pagas pelo COB em sua viagem à Republica Dominicana (2003), que também havia sido financiada pelo governo brasileiro.
A eleição de 2010 e o futuro do governadorAgnelo saiu do ministério em 2006, para concorrer a uma vaga no Senado pelo DF. Perdeu para Joaquim Roriz. Em 2010, já no PT (ele se desfiliou do PC do B em 2008), conseguiu ser eleito governador depois do escândalo que derrubou seu antecessor José Roberto Arruda, candidato natural à reeleição antes de ser preso, e da cassação dos direitos políticos de Roriz, que foi impedido de concorrer por causa da lei da Ficha Limpa e acabou lançando sua esposa Weslian como candidata na última hora. Sem opções, o eleitor candango viu-se forçado a escolher entre Weslian Roriz e Agnelo Queiroz no segundo turno:
Podia-se argumentar que Weslian era apenas uma Dilma com menos media training e um padrinho político um pouco menos popular, mas o eleitorado do DF, traumatizado com o descalabro da administração anterior, preferiu não arriscar e elegeu o ex-ministro de Lula. Durante a campanha, surgiram denúncias de aumento de patrimônio acima da renda e de invasão de terreno público contra Agnelo. Agora, com os indícios de que o “esporteduto” do PC do B começou com Queiroz, que teria continuado chefiando o esquema mesmo quando não era mais ministro, a comparação com Arruda é inevitável. Se Orlando Silva perder o cargo de ministro por ter herdado e dado continuidade ao “esporteduto” do PC do B, como ficará a situação de Agnelo, o mentor, à frente do governo do DF?
R$ 700 BILHÕES
ESSE É O VALOR APROXIMADO DO PRODUTO DA CORRUPÇÃO NO PAÍS
NOS ÚLTIMOS 8 ANOS, 8 ANOS DO PETISMO E SEUS ALIADOS DOMINANDO
O PAÍS, SEM CONTAR A SONEGAÇÃO PRATICADA PELO MUNDO EMPRESARIAL
ATORMENTADO POR UMA LEGISLAÇAO TRIBUTÁRIA ABSOLUTAMENTE IDIOTA
QUE EXTORQUE E EXPLORA QUEM PRODUZ E TRABALHA,
MOTIVANDO A QUEM PUDER, SONEGAR O QUE PUDER.
FORAM 87 BILHÕES DE ASSALTO DESCARADO AOS COFRES PÚBLICOS
SOMENTE NO ÚLTIMO ANO CONFORME REPORTAGEM DA REVISTA VEJA
ENQUANTO DEZENAS DE PESSOAS MORREM TODOS OS DIAS POR FALTADE UM SISTEMA DE SAÚDE DECENTE E JUSTO.
SÃO DEZ ANOS DE ENRIQUECIMENTO ILÍCITO DE POLÍTICOS E CANALHAS ESCLARECIDOS E SEUS CÚMPLICES DAS CLASSES SOCIAIS MAIS ABONADAS DO PAÍS, COM A CUMPLICIDADE
DO PODER JUDICIÁRIO MAIS SÓRDIDO DE NOSSA HISTÓRIA, POR CUMPLICIDADE CORPORATIVISTA,
POLÍTICA OU DE SIMPLES ASSOCIAÇÃO COM O CRIME ORGANIZADO DA CORRUPÇÃO.
MILHARES DE PESSOAS PERDERAM A VIDA POR RESPONSABILIDADE DIRETA DE CENTENAS DE
POLÍTICOS CANALHAS QUE FIZERAM A FESTA DE ARROMBA DA CORRUPÇÃO NO PAÍS E TRANSFORMARAM
OS PODERES DA REPÚBLICA EM UM COVIL DE BANDIDOS.
ENQUANTO ISSO O DESGOVERNO DILMA, SEGUINDO O EXEMPLO DE SEU ANTECESSOR CONTINUA
COMPRANDO O APOIO E OS VOTOS DE UMA SOCIEDADE QUE ACEITA QUE SEJAM PAGOS
MAIS BENEFÍCIOS ASSISTENCIALISTAS DO QUE FEITOS OS INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS
PARA A GERAÇÃO DE EMPREGOS QUE NÃO SEJAM OS “EMPREGADOS DO ESTADO” PAGOS PELAS DEZENAS DE
TIPOS DE BOLSA QUALQUER COISA.
O BRASIL SE DESORGANIZOU, A JUVENTUDE VEM PERDENTO QUALQUER REFERENCIAL DE
ÉTICA E MORALIDADE E O HOMOSEXUALISMO JÁ VIROU OU JÁ ESTÁ VIRANDO MODA NAS
ESCOLAS DE ENSINO MÉDIO OU NAS UNIVERSIDADES.
ESSES SÃO ALGUNS DOS RESULTADOS DA FRAUDE DA ABERTURA DEMOCRÁTICA
QUE TRANSFORMOU TERRORISTAS EM MILIONÁRIOS, CORRUPTOS DE TODO TIPO EM ÍDOLOS DE UMA SOCIEDADE QUE CADA VEZ GOSTA MENOS DE ESTUDAR E DE
TRABALHAR COM ÉTICA E HONESTIDADE BUSCANDO A SUPERAÇÃO DE SEUS DESAFIOS PASSANDO A PERNA EM QUE ESTIVER POR PERTO.
O QUE FAZER QUE OS CORRUPTOS GENOCIDAS?
– TODOS SABEM MAS A COVARDIA DO PENSAR JÁ SE MATERIALIZOU NA COVARDIA DA UNIÃO E DA AÇÃO PARA LIBERTAR
O PAÍS DOS BANDIDOS QUE HÁ DEZ ANOS TOMAM CONTA DO PODER PÚBLICO.
ENQUANTO EM OUTROS PAÍSES OS GENOCIDAS SÃO PERSEGUIDOS E MORTOS NO BRASIL, OS GENOCIDAS – OS CORRUPTOS E SEUS CÚMPLICES – SÃO AGRACIADOS
COM A RIQUEZA SEM LIMITAS PAGAS POR MILHÕES DE PALHAÇOS E IDIOTAS CONTRIBUINTES.
NÃO ESPERO QUE O QUE ESTÁ ESCRITO SENSIBILIZE ALGUÉM MAS PRECISO NÃO SER, PELO MENOS, CÚMPLICE PELO SILÊNCIO DE VER MEU PAÍS SER
DESTRUÍDO E NÃO FAZER NADA.
COMPARECI A UMA DESSAS PASSEATAS CONTRA A CORRUPÇÃO E DIGO-LHES O QUE ACHO DIANTE DOS MILHÕES DE PESSOAS QUE COMPARECEM POR
EXEMPLO ÀS PASSEATAS PELA DEFEZA DOS GAYS LÉSBICAS, PELA LIBERAÇÃO
DA MACONHA ENTRE OUTRAS: SIMPLESMENTE RIDÍCULA E SEM
CONSEQUÊNCIAS EM UM PAÍS QUE A MAIOR PARTE DA MÍDIA É CLIENTE DE CARTEIRINHA DO BNDES E DAS VERBAS DE PROPAGANDA
DO GOVERNO FEDERAL.
FOI NISSO QUE A FRAUDE DA ABERTURA DEMOCRÁTICA TRANSFORMOU O
BRASIL: UM PARAÍSO DE PATIFES, DESGOVERNADO POR COVIS DE BANDIDOS
CONTROLADOS POR OLIGARQUIAS E BURGUESIAS DE LADRÕES.
GERALDO ALMENDRA
NOS ÚLTIMOS 8 ANOS, 8 ANOS DO PETISMO E SEUS ALIADOS DOMINANDO
O PAÍS, SEM CONTAR A SONEGAÇÃO PRATICADA PELO MUNDO EMPRESARIAL
ATORMENTADO POR UMA LEGISLAÇAO TRIBUTÁRIA ABSOLUTAMENTE IDIOTA
QUE EXTORQUE E EXPLORA QUEM PRODUZ E TRABALHA,
MOTIVANDO A QUEM PUDER, SONEGAR O QUE PUDER.
FORAM 87 BILHÕES DE ASSALTO DESCARADO AOS COFRES PÚBLICOS
SOMENTE NO ÚLTIMO ANO CONFORME REPORTAGEM DA REVISTA VEJA
ENQUANTO DEZENAS DE PESSOAS MORREM TODOS OS DIAS POR FALTADE UM SISTEMA DE SAÚDE DECENTE E JUSTO.
SÃO DEZ ANOS DE ENRIQUECIMENTO ILÍCITO DE POLÍTICOS E CANALHAS ESCLARECIDOS E SEUS CÚMPLICES DAS CLASSES SOCIAIS MAIS ABONADAS DO PAÍS, COM A CUMPLICIDADE
DO PODER JUDICIÁRIO MAIS SÓRDIDO DE NOSSA HISTÓRIA, POR CUMPLICIDADE CORPORATIVISTA,
POLÍTICA OU DE SIMPLES ASSOCIAÇÃO COM O CRIME ORGANIZADO DA CORRUPÇÃO.
MILHARES DE PESSOAS PERDERAM A VIDA POR RESPONSABILIDADE DIRETA DE CENTENAS DE
POLÍTICOS CANALHAS QUE FIZERAM A FESTA DE ARROMBA DA CORRUPÇÃO NO PAÍS E TRANSFORMARAM
OS PODERES DA REPÚBLICA EM UM COVIL DE BANDIDOS.
ENQUANTO ISSO O DESGOVERNO DILMA, SEGUINDO O EXEMPLO DE SEU ANTECESSOR CONTINUA
COMPRANDO O APOIO E OS VOTOS DE UMA SOCIEDADE QUE ACEITA QUE SEJAM PAGOS
MAIS BENEFÍCIOS ASSISTENCIALISTAS DO QUE FEITOS OS INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS
PARA A GERAÇÃO DE EMPREGOS QUE NÃO SEJAM OS “EMPREGADOS DO ESTADO” PAGOS PELAS DEZENAS DE
TIPOS DE BOLSA QUALQUER COISA.
O BRASIL SE DESORGANIZOU, A JUVENTUDE VEM PERDENTO QUALQUER REFERENCIAL DE
ÉTICA E MORALIDADE E O HOMOSEXUALISMO JÁ VIROU OU JÁ ESTÁ VIRANDO MODA NAS
ESCOLAS DE ENSINO MÉDIO OU NAS UNIVERSIDADES.
ESSES SÃO ALGUNS DOS RESULTADOS DA FRAUDE DA ABERTURA DEMOCRÁTICA
QUE TRANSFORMOU TERRORISTAS EM MILIONÁRIOS, CORRUPTOS DE TODO TIPO EM ÍDOLOS DE UMA SOCIEDADE QUE CADA VEZ GOSTA MENOS DE ESTUDAR E DE
TRABALHAR COM ÉTICA E HONESTIDADE BUSCANDO A SUPERAÇÃO DE SEUS DESAFIOS PASSANDO A PERNA EM QUE ESTIVER POR PERTO.
O QUE FAZER QUE OS CORRUPTOS GENOCIDAS?
– TODOS SABEM MAS A COVARDIA DO PENSAR JÁ SE MATERIALIZOU NA COVARDIA DA UNIÃO E DA AÇÃO PARA LIBERTAR
O PAÍS DOS BANDIDOS QUE HÁ DEZ ANOS TOMAM CONTA DO PODER PÚBLICO.
ENQUANTO EM OUTROS PAÍSES OS GENOCIDAS SÃO PERSEGUIDOS E MORTOS NO BRASIL, OS GENOCIDAS – OS CORRUPTOS E SEUS CÚMPLICES – SÃO AGRACIADOS
COM A RIQUEZA SEM LIMITAS PAGAS POR MILHÕES DE PALHAÇOS E IDIOTAS CONTRIBUINTES.
NÃO ESPERO QUE O QUE ESTÁ ESCRITO SENSIBILIZE ALGUÉM MAS PRECISO NÃO SER, PELO MENOS, CÚMPLICE PELO SILÊNCIO DE VER MEU PAÍS SER
DESTRUÍDO E NÃO FAZER NADA.
COMPARECI A UMA DESSAS PASSEATAS CONTRA A CORRUPÇÃO E DIGO-LHES O QUE ACHO DIANTE DOS MILHÕES DE PESSOAS QUE COMPARECEM POR
EXEMPLO ÀS PASSEATAS PELA DEFEZA DOS GAYS LÉSBICAS, PELA LIBERAÇÃO
DA MACONHA ENTRE OUTRAS: SIMPLESMENTE RIDÍCULA E SEM
CONSEQUÊNCIAS EM UM PAÍS QUE A MAIOR PARTE DA MÍDIA É CLIENTE DE CARTEIRINHA DO BNDES E DAS VERBAS DE PROPAGANDA
DO GOVERNO FEDERAL.
FOI NISSO QUE A FRAUDE DA ABERTURA DEMOCRÁTICA TRANSFORMOU O
BRASIL: UM PARAÍSO DE PATIFES, DESGOVERNADO POR COVIS DE BANDIDOS
CONTROLADOS POR OLIGARQUIAS E BURGUESIAS DE LADRÕES.
GERALDO ALMENDRA
OS COMUNISTAS DE MEIA TIJELA QUEREM PROVAS...
Policial diz que pelo menos 20 ONGs aceitam delatar esquema no Esporte
João Dias afirmou que nenhuma gravação dos áudios que entregou à PF contém a voz do ministro, mas que seria impossível ele não conhecer o esquema.
Em novo depoimento de mais de quatro horas à Polícia Federal, nesta tarde, o policial militar João Dias informou que pelo menos vinte organizações não-governamentais (ONGs) aceitaram delatar o esquema de arrecadação de propina que o PCdoB teria montado no Ministério do Esporte com entidades conveniadas ao programa Segundo Tempo e outras ações da Pasta. As entidades, segundo ele, vão depor nos próximos dias.
Dias disse que o esquema incluía o pagamento, pelas ONGs, de um “pedágio” de 10 a 20% para um escritório de consultoria e a contratação dos serviços de um cartel de seis empresas indicadas pela cúpula do Ministério do Esporte, ligadas ao PCdoB. Pelo menos 20% de todo o dinheiro dos convênios firmados com 300 ONGs, conforme o policial, eram desviados e parte ia para financiar a estruturação do partido e campanhas de candidatos. “Fui vítima de chantagem e retaliações porque não aceitei as condições absurdas que me exigiam”, afirmou.
Além dessas ONGs, o policial deu à PF os nomes de outras dez entidades que, segundo garante, aceitaram condições irregulares para obter recursos do programa. Segundo ele, as ONGs, para receber os recursos do programa Segundo Tempo e não serem molestadas na prestação de contas, tinham de comprar produtos e serviços de um "pool" de seis empresas: Infinita Comércio, Linha Direta, JG, Transnutre, HS e Capte Comércio.
Para a imprensa, na saída do depoimento, ele deu os nomes de cinco ONGs de Brasília – Liga de Futebol Society; Associação Nossa Senhora Imaculada; Instituto Novo Horizonte; Fundação Toni Matos; e a Associação Gomes de Matos, além de uma do Rio, a Fundação Viva Rio, e uma de Santa Catarina, o Instituto Contato. Sua lista inclui três entidades da Bahia, mas ele não revelou os nomes.
O policial garantiu que o ministro Orlando Silva sabia de todo o esquema, que seria operado pelos seus principais auxiliares na Pasta, entre os quais o chefe de gabinete, o secretário executivo, o secretário nacional de Esportes Educacionais e os chefes de áreas técnicas e jurídica.
Ele disse ter entregue à PF documentos novos, 13 áudios e outras mídias, como CDs, que comprovariam os desvios de recursos públicos. Entre as mídias, ele disse que estão dois áudios, publicados pela revista Veja nesse fim de semana, nos quais dirigentes do ministério instruem o policial a fraudar documentos de prestação de contas de dois convênios firmados com a Pasta por meio de duas ONGs que ele dirige. Estadão Online
VICIADOS EM ADRENALINA
Atualmente as pessoas parecem gostar de viver em estado de muita tensão, com pressa para tudo, os nervos à flor da pele, perdendo o equilíbrio emocional diante da mais simples contrariedade. Os filmes e livros com temas históricos, pacíficos ou de romances, são pouco vistos ou lidos, mas os que tratam de ação, guerra, tiroteios ou suspense, fazem filas nas entradas das salas e não saem da lista dos mais vendidos.
Na juventude, ouvia dizer que o jornal que vende é aquele que sangra quando torcido e hoje percebo como isso é verdadeiro e atual. Por mais que os novos meios de comunicação evoluam, com a internet abrindo novos e imensuráveis caminhos, podemos perceber que os interesses continuam os mesmos e as manchetes dos jornais, telejornais ou de milhares de páginas da web, são sobre brigas, assaltos, crimes, tragédias, revoltas e guerras.
Cenas violentas e verídicas, de pessoas sendo agredidas, feridas, executadas ou já mortas, são constantemente transmitidas em horários de programação livre e assistidas por crianças. Nos últimos dias, provavelmente nenhuma cena foi mais transmitida pelos canais de televisão, publicada pelos jornais e divulgada na internet, do que o linchamento público, morte e exposição do cadáver de Muammar Kadhafi, da Líbia.
Milhões de pessoas assistem os canais, compram os jornais e acessam as páginas com esses temas, facilitando a venda de seus espaços publicitários, mais caros durante os programas de maior audiência, nos jornais de maior circulação ou nos portais mais visitados, proporcionando, assim, maiores lucros às empresas de comunicação.
As indústrias, sempre buscando os mais lucrativos filões existentes no mercado consumidor, produzem automóveis e motocicletas que alcançam velocidades superiores a 300 km por hora, impensáveis de serem atingidas por pessoas que possuam um mínimo de bom senso.
Esporte de extrema violência, o das lutas de vale tudo, chamadas MMA, é o que atualmente mais cresce no mundo e mais lucro proporciona aos seus participantes e promotores, pela quantidade de pessoas que o assiste.
Milhares se reúnem para assistir uma tourada, uma corrida de touros nas ruas, um rodeio ou um treinador de leões e tigres, onde o homem mede força com animais muito maiores, mais fortes e mais pesados que ele.
As torcidas dos times de futebol não se organizam mais para acompanhar e apoiar o seu predileto, mas para o confronto com a do time adversário, se agredindo fisicamente antes, durante ou depois dos jogos e depredando ônibus, veículos e vitrines por onde passam.
Com tudo em sua vida ocorrendo em ritmo acelerado e os horários agendados muito próximos, as pessoas permanecem em constante estado de tensão e parecem gostar de assistir esses fatos, divulgados nos meios de comunicação ou ocorridos nas ruas.
Saindo de um avião, elas ligam seus celulares antes mesmo de chegar aos prédios dos aeroportos, parecendo desesperadas para se comunicar e demonstram verdadeiro pânico quando o esquecem em algum lugar, como se não pudessem mais viver distantes do aparelho.
Em situações de nervosismo e estresse, automaticamente cresce a produção de adrenalina, que acelera os batimentos cardíacos e a respiração, proporcionando maior oxigenação celular e o aumento do fluxo sanguíneo nos músculos relacionados com as atividades sexuais, experiência agradável, que as pessoas procuram repetir.
A adrenalina, por provocar sensações de prazer, vicia como qualquer outra droga, fazendo a pessoa buscar as mais diversas formas de geração de tensão, com a consequente necessidade de novas e sucessivas doses.
Por João Bosco Leal
DOUTOR HONORIS CAUSA EM "CASCO DURO"
Circula na internet, que do alto de seus doutorados profusamente outorgados por diversas e renomadas universidades, o nosso doutor honoris – causa mor, sentenciou para o Orlando: negue, finja que não vê, desconverse, se o chamarem para se defender, não o faça, fale de suas origens, do que pretendia fazer, mesmo que não tenha feito nada, se elogie, mas, primordialmente, acuse à oposição, aos invejosos, à direita, à imprensa, e tudo em alto e bom som.
É a chamada Lei do Casco Duro. É a sentença máxima do cara – de – pau.
Infelizmente, para os desabonados Antônio Palocci, Erenice Guerra, Antônio Pagot e para o rei do Turismo que não seguiram à risca a estratégia do Sun Tzu tupiniquim, deu no que deu, sambaram.
Não que foram ou serão apenados por suas falcatruas, mas perderam muito, pelo que deixaram de ganhar. Agora, provavelmente, se arrependem por não seguirem os ensinamentos do amado mestre.
Sempre somos atordoados com perguntas do tipo, como é que pode? O homem não fez nada de produtivo, como recebe altíssimas pagas para palestrar? Como é condecorado com o galardão de doutor honoris causa aos montões?
Diante destas indigestas indagações, concluímos que existe um complô internacional da esquerdalha intelectual, que unida desmoraliza, implacavelmente, e tripudia com escárnio do direito de honorificar um imbecil.
Provavelmente, sua máster pièce deve ser a sua pregação sobre o uso implacável da sua teoria, não exclusiva como a de Einstein, pois antes dele muitas a empregaram com êxito. Contudo, mesmo não sendo original ou pioneiro, sua expertise tem guindado o descarado canastrão aos píncaros da sacanagem, e a sua pratica na arte do não sei, não estava, não ouvi, são filhotes da Lei do Casco Duro, que pelo seu inegável êxito, elevaram – no ao hall da fama da malandragem.
Ele é “Hours – Concours”, logo honoris para ele é pouco.
O Orlando, cercado por denúncias desfila impávido deitando falação, como recomendado, e segue nos seus mínimos detalhes o manual do pequeno mestre, de como enganar tantos por tanto tempo.
Sabemos que está em diligente montagem, assim como o do Sarney, o memorial do douto narcisista, espera – se que o templo da bandalheira, num futuro próximo contenha a sua obra, que fatalmente está ou será elaborada.
O futuro “Best Seller” será uma espécie de manual, assim como Marighela escreveu o seu edificante “Mini Manual do Guerrilheiro Urbano”, esperamos, ansiosamente, que o belo Antônio do lulo – petismo produza o MANUAL DO CASCO DURO.
O Manual ou o vade mecum do Casco Duro será uma bela mistura do jeitinho brasileiro, da célebre Lei de Gérson, das lições de Macunaíma, de ensinamentos colhidos pela prática exitosa de seus postulados, e pela observação atenta da conduta de foras – de – série, como Sarney, Renan Calheiros, Jader Barbalho, Collor, Jaqueline Roriz, Valdemar da Costa Neto, e uma cambada de outros, que comprovam no seu dia – a – dia, que a arte de enganar sem fazer força é antes de tudo uma dádiva, e deve ser acalentada com sublime apreço.
Tanto que merece até um manual, ou uma cartilha, ou um kit a ser distribuído pelo Ministério da Educação (com diversos bonezinhos do MST, dos sindicatos, da UNE…, e máscaras de riso, de choro, de indignação, suando, esbravejando, mentindo, fingindo…).
E não adianta espernear, para o Orlando, deu certo.
Por Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira (DF)
Brasília, DF, 23 de outubro de 2011
Postado por Pedro da Veiga
RETÓRICA PATÉTICA. OU: ORA NERUDA, ORA NETINHO!
O ministro Orlando Silva enviou uma carta a seus camaradas do PCdoB. Mandou brasa: “Neste momento, como disse Pablo Neruda em sua carta ao partido, me sinto indestrutível porque contigo, meu partido, não termino em mim mesmo”.
Uau! O texto foi lido na sexta-feira, num encontro de comunistas do Brasil, no Rio. Lá vou eu chutar o santo. O Neruda poeta deve ser citado com cuidado, especialmente por quem gosta de poesia… Aquela tensão entre sofrimento (coletivo, claro!) e esperança na redenção é de uma espantosa chatice. Quando eu era de esquerda já achava aquilo muito aborrecido. Se arte serve à política, então não serve pra nada. Há um Neruda lírico que desperta algum interesse, mas, melhor do que ele, eu já encontrei mais de cem… Assim, não seria o Neruda militante do Partido Comunista que iria conduzir o ministro para o bom caminho. Quando muito, a carta de Orlando revela uma retórica exagerada, grandiloqüente, tendente a emprestar um sotaque épico à “resistência”. O PCdoB, aliás, é curioso. Na carta à militância, vai de Neruda. No programa político na TV, opta pelo pagodeiro Netinho…
Orlando Silva deveria estar seguro de não “terminar em si mesmo” porque, afinal, ministro de estado de uma pasta que assumiu importância estratégica em razão da Copa do Mundo e da Olimpíada, teria como companhia a expectativa de milhões. Em vez disso, é compelido a mandar uma carta para o seu arraial, buscando o apoio dos seus, como se estivesse mesmo enfrentando forças terríveis da reação. Que reação? De quem? Tudo é tão simples, tudo é tão prosaico, tudo é tão destituído de grandeza! Uma máquina partidária se assenhoreou daquilo que pertence ao povo para distribuir benefícios entre os militantes. É um roubo como qualquer outro.
Conversava ontem com um amigo e inferi que é muito provável que os membros do partido tentem esconder da própria consciência a verdade dos fatos, como se o capítulo vivido nos esportes fizesse mesmo parte da, sei lá, “construção do socialismo”. Enviaram-me um artigo de um vagabundo aí que dá aula numa universidade federal — não cito o nome porque não vou dar esse gostinho ao bruto. Ele baba de ódio contra as pessoas que saem às ruas para protestar contra a corrupção porque, entendi, a lambança, quando praticada pela esquerda, teria uma dimensão transformadora. Infere-se de seu artigo que o roubo da direita seria ruim porque motivado pelo egoísmo; já o roubo de esquerda nasceria nas profundezas do altruísmo. Afinal, vocês sabem, é preciso sujar as mãos para salvar a humanidade…
Não dá! Quanto mais o ministro Orlando Silva resiste, mais patético ele e seu partido se mostram. O homem insiste em denunciar uma conspiração — até da Fifa e da CBF, mancomunadas com a “imprensa reacionária”!!! —, e aparece uma safadeza nova na pasta que ele dirige, sempre com a chancela de algum de seus homens de confiança. É desmoralizante.
Dilma continua esperando. Enquanto espera, surgem evidências novas de corrupção e malversaão do dinheiro público. Acabou, ministro! Neruda já não serve para ilustrar esse pagode melancólico.
Por Reinaldo Azevedo
Uau! O texto foi lido na sexta-feira, num encontro de comunistas do Brasil, no Rio. Lá vou eu chutar o santo. O Neruda poeta deve ser citado com cuidado, especialmente por quem gosta de poesia… Aquela tensão entre sofrimento (coletivo, claro!) e esperança na redenção é de uma espantosa chatice. Quando eu era de esquerda já achava aquilo muito aborrecido. Se arte serve à política, então não serve pra nada. Há um Neruda lírico que desperta algum interesse, mas, melhor do que ele, eu já encontrei mais de cem… Assim, não seria o Neruda militante do Partido Comunista que iria conduzir o ministro para o bom caminho. Quando muito, a carta de Orlando revela uma retórica exagerada, grandiloqüente, tendente a emprestar um sotaque épico à “resistência”. O PCdoB, aliás, é curioso. Na carta à militância, vai de Neruda. No programa político na TV, opta pelo pagodeiro Netinho…
Orlando Silva deveria estar seguro de não “terminar em si mesmo” porque, afinal, ministro de estado de uma pasta que assumiu importância estratégica em razão da Copa do Mundo e da Olimpíada, teria como companhia a expectativa de milhões. Em vez disso, é compelido a mandar uma carta para o seu arraial, buscando o apoio dos seus, como se estivesse mesmo enfrentando forças terríveis da reação. Que reação? De quem? Tudo é tão simples, tudo é tão prosaico, tudo é tão destituído de grandeza! Uma máquina partidária se assenhoreou daquilo que pertence ao povo para distribuir benefícios entre os militantes. É um roubo como qualquer outro.
Conversava ontem com um amigo e inferi que é muito provável que os membros do partido tentem esconder da própria consciência a verdade dos fatos, como se o capítulo vivido nos esportes fizesse mesmo parte da, sei lá, “construção do socialismo”. Enviaram-me um artigo de um vagabundo aí que dá aula numa universidade federal — não cito o nome porque não vou dar esse gostinho ao bruto. Ele baba de ódio contra as pessoas que saem às ruas para protestar contra a corrupção porque, entendi, a lambança, quando praticada pela esquerda, teria uma dimensão transformadora. Infere-se de seu artigo que o roubo da direita seria ruim porque motivado pelo egoísmo; já o roubo de esquerda nasceria nas profundezas do altruísmo. Afinal, vocês sabem, é preciso sujar as mãos para salvar a humanidade…
Não dá! Quanto mais o ministro Orlando Silva resiste, mais patético ele e seu partido se mostram. O homem insiste em denunciar uma conspiração — até da Fifa e da CBF, mancomunadas com a “imprensa reacionária”!!! —, e aparece uma safadeza nova na pasta que ele dirige, sempre com a chancela de algum de seus homens de confiança. É desmoralizante.
Dilma continua esperando. Enquanto espera, surgem evidências novas de corrupção e malversaão do dinheiro público. Acabou, ministro! Neruda já não serve para ilustrar esse pagode melancólico.
Por Reinaldo Azevedo
O BATOM NA CUECA DO MINISTRO
Aparece o batom na cueca do ministro: a sua assinatura beneficiando o acusador.
O ministro do Esporte, Orlando Silva, autorizou de próprio punho uma medida que beneficiou uma organização não governamental do policial militar que hoje o acusa de comandar um esquema de desvio de dinheiro público.
Em julho de 2006, Orlando assinou um despacho que reduziu o valor que a ONG de João Dias Ferreira precisava gastar como contrapartida para receber verbas do governo, permitindo que o policial continuasse participando de um programa do ministério.
A medida foi autorizada mesmo depois de auditorias internas terem apontado os primeiros indícios de fraude nos negócios do policial com o ministério, num período em que ele ainda mantinha relação amistosa com o governo.
Os documentos obtidos pela Folha são os primeiros a estabelecer uma ligação direta entre Orlando e o policial. O ministro está no centro de uma crise há dez dias, desde que Ferreira afirmou que os desvios nos convênios das ONGs com o Esporte serviam para alimentar os cofres do PC do B, partido que controla o ministério desde 2003. Orlando diz que não conhece o policial e o acusa de mentir para se defender contra as cobranças que passou a sofrer mais tarde para devolver os recursos que suas ONGs receberam do governo.
Em julho de 2006, Orlando assinou um ofício que reduziu exigências e fixou em 6% a contrapartida da Associação João Dias num convênio com o ministério do Esporte.
O percentual era inferior ao que vinha sendo exigido pela pasta nos contratos com outras ONGs do Distrito Federal, que na época tinham que entrar com 30% em média, de acordo com levantamento feito pela Folha.
Era mais baixo, até mesmo, do que a contrapartida exigida pelo Esporte no primeiro convênio assinado com outra ONG do policial (Federação Brasiliense de Kung Fu).
Firmado um ano antes, em 2005, esse contrato previa índice de aplicação de recursos, por parte da entidade, de 22%. O primeiro convênio do policial com o ministério foi reprovado pela área de fiscalização da pasta em abril de 2006, três meses antes de Orlando assinar o despacho que ajudou o policial a ganhar outro convênio com o governo.
A fiscalização do ministério constatou várias irregularidades na execução do primeiro convênio e vetou sua renovação.
Para contornar o problema, o policial reapresentou o projeto com outra ONG, a Associação João Dias. O documento obtido pela Folha mostra que Orlando liberou o novo convênio e definiu a contrapartida menor, de 6%. É uma prerrogativa do ministro conceder ou não esse tipo de benefício para as ONGs nesses casos.
Em seu despacho, Orlando argumenta que fixou a taxa em 6% para atender a uma sugestão da área técnica do ministério, mas o parecer dos técnicos não faz nenhuma sugestão e diz apenas que o ministro tinha autoridade para decidir o que fazer.
Em dezembro de 2007, vistorias feitas pelo ministério descobriram que a Associação João Dias também fraudou o segundo convênio. Foi aí que o policial começou a brigar com o ministério.
Em abril de 2008, Ferreira se reuniu com assessores de Orlando Silva para tentar resolver os problemas com suas prestações de contas. Depois disso, o ministério demorou mais de um ano para enviar informações solicitadas pela Polícia Militar do Distrito Federal para subsidiar uma sindicância aberta para investigar os negócios do policial. ( Da Folha de São Paulo)
coroneLeaks
O ministro do Esporte, Orlando Silva, autorizou de próprio punho uma medida que beneficiou uma organização não governamental do policial militar que hoje o acusa de comandar um esquema de desvio de dinheiro público.
Em julho de 2006, Orlando assinou um despacho que reduziu o valor que a ONG de João Dias Ferreira precisava gastar como contrapartida para receber verbas do governo, permitindo que o policial continuasse participando de um programa do ministério.
A medida foi autorizada mesmo depois de auditorias internas terem apontado os primeiros indícios de fraude nos negócios do policial com o ministério, num período em que ele ainda mantinha relação amistosa com o governo.
Os documentos obtidos pela Folha são os primeiros a estabelecer uma ligação direta entre Orlando e o policial. O ministro está no centro de uma crise há dez dias, desde que Ferreira afirmou que os desvios nos convênios das ONGs com o Esporte serviam para alimentar os cofres do PC do B, partido que controla o ministério desde 2003. Orlando diz que não conhece o policial e o acusa de mentir para se defender contra as cobranças que passou a sofrer mais tarde para devolver os recursos que suas ONGs receberam do governo.
Em julho de 2006, Orlando assinou um ofício que reduziu exigências e fixou em 6% a contrapartida da Associação João Dias num convênio com o ministério do Esporte.
O percentual era inferior ao que vinha sendo exigido pela pasta nos contratos com outras ONGs do Distrito Federal, que na época tinham que entrar com 30% em média, de acordo com levantamento feito pela Folha.
Era mais baixo, até mesmo, do que a contrapartida exigida pelo Esporte no primeiro convênio assinado com outra ONG do policial (Federação Brasiliense de Kung Fu).
Firmado um ano antes, em 2005, esse contrato previa índice de aplicação de recursos, por parte da entidade, de 22%. O primeiro convênio do policial com o ministério foi reprovado pela área de fiscalização da pasta em abril de 2006, três meses antes de Orlando assinar o despacho que ajudou o policial a ganhar outro convênio com o governo.
A fiscalização do ministério constatou várias irregularidades na execução do primeiro convênio e vetou sua renovação.
Para contornar o problema, o policial reapresentou o projeto com outra ONG, a Associação João Dias. O documento obtido pela Folha mostra que Orlando liberou o novo convênio e definiu a contrapartida menor, de 6%. É uma prerrogativa do ministro conceder ou não esse tipo de benefício para as ONGs nesses casos.
Em seu despacho, Orlando argumenta que fixou a taxa em 6% para atender a uma sugestão da área técnica do ministério, mas o parecer dos técnicos não faz nenhuma sugestão e diz apenas que o ministro tinha autoridade para decidir o que fazer.
Em dezembro de 2007, vistorias feitas pelo ministério descobriram que a Associação João Dias também fraudou o segundo convênio. Foi aí que o policial começou a brigar com o ministério.
Em abril de 2008, Ferreira se reuniu com assessores de Orlando Silva para tentar resolver os problemas com suas prestações de contas. Depois disso, o ministério demorou mais de um ano para enviar informações solicitadas pela Polícia Militar do Distrito Federal para subsidiar uma sindicância aberta para investigar os negócios do policial. ( Da Folha de São Paulo)
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LULA E DILMA FUMAM O CACHIMBO DA PAZ E ACERTAM DEGOLA DE ORLANDO SILVA
Ontem, Dilma Rousseff e Lula deixaram vazar, intencionalmente, uma conversa reservada, que teria ocorrido dentro do avião presidencial que rumava para a Amazônia. Ver post abaixo. Lula dizia que "não estão me contando toda a verdade".
Dilma dizia que "Orlando não resistiria a uma nova denúncia". Obviamente, estão mandando dizer que os dois estão unidos pela degola do ministro do Esporte. Orlando caiu ontem, quando Lula e Dilma botaram o cocar na cabeça no Amazonas e fumaram o cachimbo da paz. Hoje os três principais jornais do país abrem manchetes de capa, atacando as fraudes no ministério do Esporte.
A Folha traz o batom na cueca, uma assinatura de Orlando Silva beneficiando flagrantemente o seu acusador. O Estadão mostra em centro olímpico que não saiu do barro e já consumiu milhões. O Globo informa que o PM acusador articula denúncias novas com mais sete ONGs. Lula e Dilma decidiram, ontem, a queda de Orlando Silva. Dilma queria uma "denúncia nova". Hoje os maiores jornais do Brasil estampam três.
Já começaram as negociações para substituir o ministro...
A presidente Dilma Rousseff abriu negociações com o PCdoB para a substituição do ministro Orlando Silva (Esportes). Emissários de Dilma já tratam do assunto com integrantes da cúpula do partido, segundo apurou o Valor, apesar de em público a legenda ainda manter o apoio político ao ministro.
Um dos nomes avaliados pelo Planalto e PCdoB é o de Aldo Arantes, comunista histórico, ex-deputado federal e um dos secretários do partido. Mas há dúvidas no PCdoB de que Arantes faça "um desvio de rota" - ele é secretário de Meio Ambiente do partido e tem se dedicado à causa nos últimos anos.
Uma solução eleitoral seria a nomeação da deputada Manuela D"Ávila (RS), numa composição para o PT indicar o candidato a prefeito de Porto Alegre. Tal cenário, no entanto, ainda é visto como improvável.
Até agora, Manuela tem dito que não abre mão de disputar a eleição municipal.nParlamentares petistas também já fizeram chegar a Dilma suas preferências: Flávio Dino (MA), presidente da Embratur, e o deputado Aldo Rebelo (SP).
A nomeação de Dino tiraria o ex-deputado da disputa pela Prefeitura de São Luís, onde é um dos favoritos em 2012 para enfrentar o candidato do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) - seu desafeto e um dos aliados estratégicos do governo federal.
Já a indicação de Rebelo o desviaria da eleição para presidente da Câmara em 2013, o que facilitaria a execução do acordo de PT e PMDB para a condução de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) ao cargo.
Além disso, o PT acredita que o gesto promoveria uma reaproximação entre o partido e Rebelo, depois de a maior parte dos deputados petistas ter votado contra o ex-ministro das Relações Institucionais na eleição para ministro do Tribunal de Contas da União. ( Do Valor Econômico)
coroneLeaks
A foto diz quem é que manda
“Eu fiz questão de estar aqui”, disse Lula ao baixar em Manaus, nesta segunda-feira, acompanhado de Dilma Rousseff.
A afilhada, fantasiada de presidente, fez de conta que prorrogou por 50 anos o prazo de validade da Zona Franca e declarou inaugurada uma ponte estaiada. O padrinho estava lá para deixar claro que a tribo não mudou de cacique. A foto diz quem é que manda.
augusto nunes
PASSADO A LIMPO
Para o PCdoB, até o passado é imprevisível. Na luta para livrar o ministro dos Esportes, Orlando Silva, das acusações que lhe foram feitas, o partido delirou: no (último) programa partidário para TV, tratou a História como massinha de moldar.
De repente, citam Luiz Carlos Prestes, Niemeyer, Drummond como grandes nomes do partido. Prestes, líder do PCB, linha russa, era inimigo do PCdoB, linha chinesa. Quando a União Soviética denunciou os crimes de Stalin, seu antigo ditador, Prestes e Niemeyer aceitaram as denúncias (Drummond já nem era comunista); o PCdoB ficou fiel a Stalin, rompeu com o PCB e mudou de nome.
Na época da ditadura, havia comunistas do PCB e do PCdoB na prisão. Quem falasse com o pessoal do PCdoB não era aceito para diálogo com a turma do PCB. Era esse o nível da inimizade, o tamanho da divergência: os heróis de um partido eram os que o partido inimigo considerava traidores.
Não, não houve erro ao recontar o passado. Houve manipulação deliberada, porque os dirigentes do PCdoB sabem melhor do que todos o que foi sua luta com o PCB. Houve uma tentativa de buscar para o partido os nomes históricos que, supõe o PCdoB, lhe dariam maior respeitabilidade. Tanto em russo, a língua preferida do PCB, como em chinês, o idioma do PCdoB, isso se define numa palavra extremamente precisa: falsificação. Se é desse jeito que pretendem salvar o ministro Orlando Silva, é melhor já ir pensando no nome de seu substituto.
Aliás, o PCdoB esqueceu Roberto Freire, que dirigiu o PCB. Discriminação?
Mexendo geral
Em tempo: o PCdoB só exacerbou uma tendência da maior parte dos políticos brasileiros. Não faz muito tempo, Marta Suplicy chamava Maluf de "nefasto"; nas eleições seguintes, ele a apoiou. Maluf e Lula se odiaram enquanto foi conveniente para os dois. Lula chamava Sarney de ladrão e fez o possível para desmoralizar Collor, antes de chamá-los para ser seus aliados. Serra e Fernando Henrique fundaram um novo partido porque, segundo diziam, não aguentavam conviver com Quércia - que, ao lado de Fernando Henrique, apoiou Serra para a Presidência.
Aliás, alguém lembra que Sarney começou na política pela esquerda?
Bola de cristal
No Brasil, é mais fácil prever o futuro do que o passado. Tão logo, em 2007, se decidiu que a Copa seria por aqui, quem não previu que iriam botar a mão?
Carlos Brickmann
Brickmann& Associados
"MALFEITO" É O CODINOME DA ROUBALHEIRA PROMOVIDA POR CORRUPTOS DE ESTIMAÇÃO
Assaltos, bandidagens, bandalheiras, crimes, cambalachos, delinquências, delitos, embustes, furtos, fraudes, falcatruas, gatunagens, imposturas, ilegalidades, ladroagens, mutretas, maracutaias, negociatas, patifarias, pilantragens, roubos, safadezas, sem-vergonhices, tungas, trampas, trambiques, trampolinagens, vigarices, velhacarias: no dicionário da corrupção, não faltam expressões que definem com muita precisão o que andam fazendo há quase nove anos quadrilheiros federais especializados em pontapés nas leis em geral e, em particular, no esvaziamento dos cofres públicos. O repertório vocabular quase vai de A a Z.
A discurseira sobre o escândalo protagonizado por Orlando Silva e pelo PCdoB no Ministério do Esporte informa que, para Dilma Rousseff, nenhum desses termos combina com os integrantes do clube dos cafajestes que dirigiu ao lado de Lula e hoje tenta administrar. Na pior das hipóteses, garante a presidente, os pecadores amigos se envolveram em ‘malfeitos”. Comete um malfeito, por exemplo, o bebê que captura a mamadeira do vizinho de berçário. É um codinome e tanto para a ladroagem promovida por corruptos de estimação.
A novilíngua falada pelos companheiros do PT e seus parceiros da base alugada é bastante inventiva. Mas a esperteza, quando é muita, fica grande e come o dono, cansou-se de avisar Tancredo Neves. Por ordem de Lula, a faxineira de araque desta vez nem fingiu que tem vassoura. Foi logo se prostrando aos pés do padrinho, pronta para advogar em defesa do ministro que chama de Orlandinho. Ao insistir na malandragem semântica, só tornou ainda mais fácil identificar a turma que tem culpa no cartório.
Se alguém diz ou escreve “malfeito” ao tratar de qualquer escândalo federal, das duas, uma: ou é ladrão ou é sócio da roubalheira institucionalizada. Seja qual for a alternativa, é um caso de polícia.
augusto nunes
A LEI INÉDITA DE LAVOISIER
No século XVIII, o proeminente francês enunciou a máxima: “Na natureza nada se cria, nada perde, tudo se transforma” – é conhecida como a lei de Lavoisier de conservação das massas. Conhecido como o pai da química moderna, fez também contribuições importantes na biologia e ajudou a criar o sistema métrico. Tem outra, inédita, a lei de desperdício de riqueza que diz: “Na economia, quando não se cria e não se transforma, se perde muito”. Experimentos empíricos dela abundam, o Brasil está repetindo alguns que vão comprovar sua validade.
Um é a reintrodução do populismo inflacionário, uma experiência em três etapas. Na primeira, com os preços subindo mais rapidamente, há uma queda artificial dos juros, a redução dos salários reais, do aumento de margens das empresas e de mais empregos e mais lucros, é a fase atual, a da satisfação. A segunda etapa começa com a disputa pela recuperação da remuneração dos trabalhadores e do aumento da pressão dos preços, com a economia mais vulnerável a choques de oferta. Termina na terceira, que é a de juros mais altos e menos crescimento, a da amargura. Resumidamente, troca-se crescer um pouco a mais no presente, por bem menos no futuro. Também é conhecido como miopia inflacionária ou ilusão de crescimento.
Há dezenas de casos em que momentos de complacência são seguidos de apertos posteriores. No Brasil, nas décadas de 1960 a 1990, alguns episódios ilustram o ponto. A atual curva de juros mostra que o mercado antecipa novas reduções na taxa básica de juros, mas que a mesma deve subir a partir do ano que vem e, este ano, as projeções de crescimento do PIB caíram e as da inflação subiram. São números que mostram o efeito oposto ao objetivado pelos condutores da economia.
Outro teste que tem o resultado conhecido, é fazer manifestações, artigos e abaixo assinados para baixar a Selic. São bem intencionados, mas comprovadamente, não alcançam seus objetivos. Se tivessem algum efeito, considerando a quantidade de protestos contra os juros altos no Brasil, observar-se-iam aqui as taxas mais baixas do mundo. Não é o que acontece. É primordial baixar os juros, mas o foco tem que ser mais ambicioso, de reduzi-los definitivamente.
Diminuir as taxas deveria ser um dos objetivos mais importantes da política econômica brasileira. Seus efeitos são perniciosos, concentram a riqueza, encarecem o crédito, postergam investimentos e desestimulam o crescimento. São centenas de bilhões de reais jogados fora com juros altos. Todavia, é um fato comprovado na economia que uma taxa de juros muito abaixo do nível de equilíbrio tem o mesmo efeito de uma acima do patamar neutro, restringe o potencial de crescimento da economia. Reduzir demais é economizar um pouco no presente, para desperdiçar muito mais à frente.
Com uma dinâmica fiscal parecida com a de outros países, o valor dos juros no Brasil é várias vezes mais alto aqui. O custo do crédito, apesar da sofisticação do sistema, é o segundo maior do planeta. Sua redução traria mais crescimento, estabilidade e lucros mais sólidos e duradouros para os bancos.
O foco das ações para baixar os juros deveria se um conjunto de medidas para reduzir a taxa neutra. Uma poderia ser a remoção do entulho inflacionário do sistema financeiro. Um exemplo, aumentar o prazo para creditar rendimentos da poupança, o mesmo foi diminuído para a cada trinta dias, na época de inflação alta, para preservar o patrimônio do pequeno poupador; atualmente, seu efeito é perverso, estimulando gastos com juros altos. Tornando-o trimestral, ou semestral, motivaria a postergação das decisões de consumo, aumentando a potência da política monetária. Falta ao país uma política de juros consistente com a nova dinâmica econômica e os novos tempos.
Falta ao país uma política de baixar os juros de maneira definitiva que inclua uma política de crédito mais sensível ao custo de captação dos bancos e menos condicionada à liquidez do mercado, a redução da cunha de intermediação, à melhoria do quadro institucional, a eliminação dos créditos tabelados e a mais transparência na gestão da política monetária. Anunciar que a meta é 4,5% e praticar 6,5%, sem um choque de oferta, gera incertezas desnecessárias que pressionam os juros de prazos mais longos.
Outra política com o resultado sabido é a de incentivar o consumo interno numa economia aberta. Não dá certo. O que acontece é um aumento nas importações de bens de consumo e uma pressão no custos dos serviços, com um resultado pífio na atividade econômica e efeitos indesejáveis na balança comercial e na inflação. O Brasil não é mais uma economia fechada, são outros tempos. Em vez de estimular a demanda, a prescrição, numa economia aberta, é fomentar a oferta, a produção.
Um exemplo emblemático é o café. Um dos melhores para tomar no Brasil é fabricado na Suíça, por uma multinacional que têm várias plantas industriais aqui. Apesar do clima melhor, da mão de obra mais barata, dos custos de transporte e da proximidade do plantio, a empresa, conhecida pela excelência de sua gestão, decide fabricar as capsulas a dez mil quilômetros de distância para vender aqui. Acontece algo parecido com a pimenta, uma das mais vendidas aqui é americana, com grãos brasileiros, ou com o chocolate, feito com cacau baiano na Bélgica.
A causa é que a política econômica não tem como objetivo prioritário melhorar as condições empresariais do país. Ilustrando o ponto, nas 182 Metas do Centenário Brasil 2022, apenas uma trata de reformar. É irônico, mas seu objetivo é mudar algo fora do Brasil o Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Há uma obsolescência nas normas para produzir gerando dezenas de milhares de empregos para burocratas, advogados, contadores e despachantes. São custos que tiram a competitividade do país. No ranking empresarial do Banco Mundial, divulgado esta semana, o Brasil caiu seis posições e está em 126º lugar. A melhor ginga do mundo tem que conviver com uma das piores burocracias.
O desenvolvimentismo tem um nome lindo, teve sua importância na metade do século passado, mas não serve mais para o Brasil do século XXI. Propõe obras públicas, que há cinquenta anos geravam empregos e atualmente aumentam a importação de máquinas pesadas. Culpa o resto do mundo pelos problemas internos, com isso consegue Ibope, mas não crescimento.
Atualmente, vive-se um momento bom, há um potencial a ser usufruído. Não se deve desperdiçar riquezas. É hora de adequar a política econômica, o país não pode ficar refém de uma visão ultrapassada.
25 de outubro de 2011
Roberto Luis Troster
Fonte: Valor Econômico
Um é a reintrodução do populismo inflacionário, uma experiência em três etapas. Na primeira, com os preços subindo mais rapidamente, há uma queda artificial dos juros, a redução dos salários reais, do aumento de margens das empresas e de mais empregos e mais lucros, é a fase atual, a da satisfação. A segunda etapa começa com a disputa pela recuperação da remuneração dos trabalhadores e do aumento da pressão dos preços, com a economia mais vulnerável a choques de oferta. Termina na terceira, que é a de juros mais altos e menos crescimento, a da amargura. Resumidamente, troca-se crescer um pouco a mais no presente, por bem menos no futuro. Também é conhecido como miopia inflacionária ou ilusão de crescimento.
Há dezenas de casos em que momentos de complacência são seguidos de apertos posteriores. No Brasil, nas décadas de 1960 a 1990, alguns episódios ilustram o ponto. A atual curva de juros mostra que o mercado antecipa novas reduções na taxa básica de juros, mas que a mesma deve subir a partir do ano que vem e, este ano, as projeções de crescimento do PIB caíram e as da inflação subiram. São números que mostram o efeito oposto ao objetivado pelos condutores da economia.
Outro teste que tem o resultado conhecido, é fazer manifestações, artigos e abaixo assinados para baixar a Selic. São bem intencionados, mas comprovadamente, não alcançam seus objetivos. Se tivessem algum efeito, considerando a quantidade de protestos contra os juros altos no Brasil, observar-se-iam aqui as taxas mais baixas do mundo. Não é o que acontece. É primordial baixar os juros, mas o foco tem que ser mais ambicioso, de reduzi-los definitivamente.
Diminuir as taxas deveria ser um dos objetivos mais importantes da política econômica brasileira. Seus efeitos são perniciosos, concentram a riqueza, encarecem o crédito, postergam investimentos e desestimulam o crescimento. São centenas de bilhões de reais jogados fora com juros altos. Todavia, é um fato comprovado na economia que uma taxa de juros muito abaixo do nível de equilíbrio tem o mesmo efeito de uma acima do patamar neutro, restringe o potencial de crescimento da economia. Reduzir demais é economizar um pouco no presente, para desperdiçar muito mais à frente.
Com uma dinâmica fiscal parecida com a de outros países, o valor dos juros no Brasil é várias vezes mais alto aqui. O custo do crédito, apesar da sofisticação do sistema, é o segundo maior do planeta. Sua redução traria mais crescimento, estabilidade e lucros mais sólidos e duradouros para os bancos.
O foco das ações para baixar os juros deveria se um conjunto de medidas para reduzir a taxa neutra. Uma poderia ser a remoção do entulho inflacionário do sistema financeiro. Um exemplo, aumentar o prazo para creditar rendimentos da poupança, o mesmo foi diminuído para a cada trinta dias, na época de inflação alta, para preservar o patrimônio do pequeno poupador; atualmente, seu efeito é perverso, estimulando gastos com juros altos. Tornando-o trimestral, ou semestral, motivaria a postergação das decisões de consumo, aumentando a potência da política monetária. Falta ao país uma política de juros consistente com a nova dinâmica econômica e os novos tempos.
Falta ao país uma política de baixar os juros de maneira definitiva que inclua uma política de crédito mais sensível ao custo de captação dos bancos e menos condicionada à liquidez do mercado, a redução da cunha de intermediação, à melhoria do quadro institucional, a eliminação dos créditos tabelados e a mais transparência na gestão da política monetária. Anunciar que a meta é 4,5% e praticar 6,5%, sem um choque de oferta, gera incertezas desnecessárias que pressionam os juros de prazos mais longos.
Outra política com o resultado sabido é a de incentivar o consumo interno numa economia aberta. Não dá certo. O que acontece é um aumento nas importações de bens de consumo e uma pressão no custos dos serviços, com um resultado pífio na atividade econômica e efeitos indesejáveis na balança comercial e na inflação. O Brasil não é mais uma economia fechada, são outros tempos. Em vez de estimular a demanda, a prescrição, numa economia aberta, é fomentar a oferta, a produção.
Um exemplo emblemático é o café. Um dos melhores para tomar no Brasil é fabricado na Suíça, por uma multinacional que têm várias plantas industriais aqui. Apesar do clima melhor, da mão de obra mais barata, dos custos de transporte e da proximidade do plantio, a empresa, conhecida pela excelência de sua gestão, decide fabricar as capsulas a dez mil quilômetros de distância para vender aqui. Acontece algo parecido com a pimenta, uma das mais vendidas aqui é americana, com grãos brasileiros, ou com o chocolate, feito com cacau baiano na Bélgica.
A causa é que a política econômica não tem como objetivo prioritário melhorar as condições empresariais do país. Ilustrando o ponto, nas 182 Metas do Centenário Brasil 2022, apenas uma trata de reformar. É irônico, mas seu objetivo é mudar algo fora do Brasil o Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Há uma obsolescência nas normas para produzir gerando dezenas de milhares de empregos para burocratas, advogados, contadores e despachantes. São custos que tiram a competitividade do país. No ranking empresarial do Banco Mundial, divulgado esta semana, o Brasil caiu seis posições e está em 126º lugar. A melhor ginga do mundo tem que conviver com uma das piores burocracias.
O desenvolvimentismo tem um nome lindo, teve sua importância na metade do século passado, mas não serve mais para o Brasil do século XXI. Propõe obras públicas, que há cinquenta anos geravam empregos e atualmente aumentam a importação de máquinas pesadas. Culpa o resto do mundo pelos problemas internos, com isso consegue Ibope, mas não crescimento.
Atualmente, vive-se um momento bom, há um potencial a ser usufruído. Não se deve desperdiçar riquezas. É hora de adequar a política econômica, o país não pode ficar refém de uma visão ultrapassada.
25 de outubro de 2011
Roberto Luis Troster
Fonte: Valor Econômico
AGORA É O QUINTO. QUEM SERÁ O SEXTO?
Repete-se a cena melancólica, que se vai tornando habitual. Como nos quatro casos anteriores, envolvendo nada menos que ministros de Estado, os defenestrados ocupavam a primeira linha da hierarquia política e administrativa da República. E o raio, melhor diria os raios, vêm atingindo exatamente as culminâncias do poder.
Agora, o cerimonial de mais um, do quinto, vem sendo gerado com honra e circunstância, caprichos e meneio. Quando for publicado este artigo, se o interessado não tiver solicitado a demissão por motivos pessoais, pondo termo a essa fase, como fizeram os anteriores, a queda poderá estar consumada.
A gravidade, porém, é que os casos não se resumem a uma individualidade, que ocupa o proscênio do espetáculo; abrangem área bem maior, vão além das pessoas e atingem as instituições. Agora o personagem central é o ministro dos Esportes. E a invenção do caso, como os quatro anteriores, não foi descoberta dos serviços oficiais, supostamente destinados a manter a limpeza da casa. Pois, outra vez, os serviços cochilaram, e mais uma vez foi a imprensa que, a partir do mau cheiro, chegou à sua causa. E foram os meios de comunicação que levaram ao país inteiro a notícia do quinto episódio.
Deveria dizer escândalo, mas já me cansei de escrever este vocábulo. De modo que, louvores aos meios de comunicação e deslouvor ao governo. Não há maneira de apagar os personagens da cena. É oportuno lembrar o óbvio, é prerrogativa do presidente da República nomear e demitir os ministros de Estado, e esta prerrogativa é intransferível.
Dir-se-á que nas contingências atuais a atribuição soberana encontra limites nos fatos conhecidos. O partido da senhora presidente não tem maioria parlamentar e a maneira de obtê-la é mediante composição. Aqui chegamos a outra evidência; só quem tem condições de governar pode fazê-lo; contudo, elegendo o expediente de dividir o Estado em pedaços e distribuí-los, independentemente de condições, há no caso uma renúncia, e com ela, uma delegação de poderes indelegáveis.
O momento de perquirir quem são os indicados pelos novos sócios da imensa aventura de governar é antes da nomeação, pois assim livraria a chefe do governo do vexame de desnomeá-los. Por sua vez, os partidos que fazem as indicações estariam libertos dos desastres sucessivos resultantes das escolhas menos felizes.
Ainda há um dado a considerar. Entre os colaboradores mais próximos da senhora presidente, inclusive os da casa do governo, não há nenhum que tivesse a acuidade de ver, baseado em toda a estrutura estatal, o que a imprensa tem visto e viu, no caso vertente, sem ter os recursos que o governo possui. Não basta fazer uma composição para formar maioria, quando esta afrontar princípios velhos como o mundo no sentido da probidade, da decência, do decoro.
Vou concluir, embora houvesse muita coisa a comentar. As coisas vão piorando porque vão se tornando habituais e sem consequências maiores. No caso pendente agregou singularidades espantosas. Pois não é que o procurador-geral da República enunciou que postulará junto ao STF a abertura de um procedimento para apurar fatos largamente divulgados, e que ele qualifica serem de suma gravidade!!!
Como se vê, estamos aperfeiçoando o método de extração, compondo uma processualística, quando se trata de despachar um ministro de Estado. Já se pensa em servir-se da garnacha judiciária. Isto chega ao grotesco, sem deixar de ser burlesco.
25 de outubro de 2011
Paulo Brossard
Fonte: Zero Hora
Agora, o cerimonial de mais um, do quinto, vem sendo gerado com honra e circunstância, caprichos e meneio. Quando for publicado este artigo, se o interessado não tiver solicitado a demissão por motivos pessoais, pondo termo a essa fase, como fizeram os anteriores, a queda poderá estar consumada.
A gravidade, porém, é que os casos não se resumem a uma individualidade, que ocupa o proscênio do espetáculo; abrangem área bem maior, vão além das pessoas e atingem as instituições. Agora o personagem central é o ministro dos Esportes. E a invenção do caso, como os quatro anteriores, não foi descoberta dos serviços oficiais, supostamente destinados a manter a limpeza da casa. Pois, outra vez, os serviços cochilaram, e mais uma vez foi a imprensa que, a partir do mau cheiro, chegou à sua causa. E foram os meios de comunicação que levaram ao país inteiro a notícia do quinto episódio.
Deveria dizer escândalo, mas já me cansei de escrever este vocábulo. De modo que, louvores aos meios de comunicação e deslouvor ao governo. Não há maneira de apagar os personagens da cena. É oportuno lembrar o óbvio, é prerrogativa do presidente da República nomear e demitir os ministros de Estado, e esta prerrogativa é intransferível.
Dir-se-á que nas contingências atuais a atribuição soberana encontra limites nos fatos conhecidos. O partido da senhora presidente não tem maioria parlamentar e a maneira de obtê-la é mediante composição. Aqui chegamos a outra evidência; só quem tem condições de governar pode fazê-lo; contudo, elegendo o expediente de dividir o Estado em pedaços e distribuí-los, independentemente de condições, há no caso uma renúncia, e com ela, uma delegação de poderes indelegáveis.
O momento de perquirir quem são os indicados pelos novos sócios da imensa aventura de governar é antes da nomeação, pois assim livraria a chefe do governo do vexame de desnomeá-los. Por sua vez, os partidos que fazem as indicações estariam libertos dos desastres sucessivos resultantes das escolhas menos felizes.
Ainda há um dado a considerar. Entre os colaboradores mais próximos da senhora presidente, inclusive os da casa do governo, não há nenhum que tivesse a acuidade de ver, baseado em toda a estrutura estatal, o que a imprensa tem visto e viu, no caso vertente, sem ter os recursos que o governo possui. Não basta fazer uma composição para formar maioria, quando esta afrontar princípios velhos como o mundo no sentido da probidade, da decência, do decoro.
Vou concluir, embora houvesse muita coisa a comentar. As coisas vão piorando porque vão se tornando habituais e sem consequências maiores. No caso pendente agregou singularidades espantosas. Pois não é que o procurador-geral da República enunciou que postulará junto ao STF a abertura de um procedimento para apurar fatos largamente divulgados, e que ele qualifica serem de suma gravidade!!!
Como se vê, estamos aperfeiçoando o método de extração, compondo uma processualística, quando se trata de despachar um ministro de Estado. Já se pensa em servir-se da garnacha judiciária. Isto chega ao grotesco, sem deixar de ser burlesco.
25 de outubro de 2011
Paulo Brossard
Fonte: Zero Hora
"COLUNA" DO SEBASTIÃO NERY
A fábrica de ONGs
RIO – Zé Baioneta, sapateiro e muito prendado lá de Remanso, à beira do São Francisco, na Bahia, bebia muito, bebia demais. Recebeu um dinheiro do cabo chefe do destacamento policial para fazer uma bota, bebeu o dinheiro, não comprou o couro, começou a se esconder do cabo.
Uma tarde, ia voltando para casa bem chumbado, encontra o cabo:
- Zé Baioneta, e minha bota?
- Vou fazer, seu cabo. Tive uns problemas mas vou fazer.
- Faça logo, urgente. Você recebeu meu dinheiro e está me deixando desmoralizado com essa bota toda estragada, toda furada. Uma vergonha.
- Nada disso, seu cabo. Pois eu vou lhe dizer uma coisa. Aqui em Remanso não tem ninguém com o prestigio do senhor. O senhor é mais importante do que o prefeito Marcelino Régis, o deputado Carlos Ribeiro.
- E do que Deus?
Zé Baioneta pensou um pouco: – Aí empata.
PC DO B
O PCdoB jogou no lixo suas velhas glorias e entrou numa disputa mais vergonhosa do que a bota furada do cabo do destacamento de Remanso. Quer ser o partido mais corrupto do governo Dilma. Mais do que o PT,o PP. E, como sabia o sapateiro Zé Baioneta, está empatando com o PR.
Nos tempos dos bravos João Amazonas, Mauricio Grabois, Arruda Camara, o PC do B se dizia representante no Brasil de Mao Tse Tung e do Partido Comunista Chinês. Deve ter sido de lá que trouxe a ideia de montar aqui uma fabrica de ONGs para arrancar dinheiro publico dos governos.
Logo aparecem tres baianos comandando a empreitada : Renato Rabelo presidente do PC do B, Orlando Silva ministro do Esporte, Agnelo Queiroz governador de Brasília. A Bahia não merecia essa suja baianada. O Procurador Geral da Republica, Roberto Gurgel, que já os denunciou, diz que o escandalo não é só no governo e em Brasilia:-“Tem caráter nacional”
ONGs
Em cada Estado o partido cria suas ONGs que fazem convenios com o ministério, a “capitania partidária” deles. Não têm sequer o pudor de deixar a mulher fora da maracutaia.A denuncia do “Estadâo” é devastadora:
- “Mulher de Orlando Levou Verba Publica – Empresa de Anna Petta foi contratada por ONG do PC do B que recebeu recursos”… (autorizados pelo marido, de quem tem procuração. O dinheiro sai e volta para o partido) Nesse fim de semana, a “Veja” continua com novos documentos:
-“A Coisa Fugiu do Controle – Assessores de Orlando Silva orientam sobre como enganar a fiscalização do próprio ministerio”.
E a “Veja” publica a gravação de “uma reveladora conversa entre o policial João Dias (que denunciou o escândalo) e dois assessores do ministro. Ela prova que o policial, classificado agora pelo ministro como “bandido”, gozava de inacreditaveis privilegios dentro do ministerio”
E, para completar, a revista “Época” diz tudo nas bancas com uma incendiada capa vermelha, a foice e o martelo e dez paginas sobre o “comunismo de resultados : – Como o ex-nanico PC do B instalou-se no centro do poder e tornou-se um foco de escandalos no governo Dilma”: – “PC do Bolso”.
KADAFI
Durante quase meio século o cruel e barbaro ditador Kadafi, da Libia, ali nas barbas da Europa, prendeu, torturou e matou milhares de adversários políticos. E a Europa, a OTAN, a ONU nada disseram.
Agora, Kadafi, cercado, acuado e tentando fugir da cidade onde nasceu, numa carreata de mais de cem automoveis, foi interceptado por bombas de mísseis da OTAN e literalmente entrou pelo cano de um esgoto publico e foi arrancado lá de dentro como um rato imundo, chutado, arrastado e executado com dois tiros por um comando de jovens rebelados. Vem o hipocrita e inútil Conselho de Direitos Humanos da ONU e exige um “inquérito para apurar quem atirou em Kadafi já desarmado”.
Por que a ONU não denunciou o torturador e assassino Kadafi? Todo o mundo sabia.
LIBIA
Em agosto de 1989, meus amigos Eliana e Brasil Helou, presidente da Fearab (Federação das Entidades Árabes) no Brasil, me convidaram para o “Congresso do Mundo Árabe” em Trípoli, na Líbia.
Brasileiros de vários Estados. De São Paulo, os deputados Aldo Rebelo, Samir Achoa, Ricardo Izar e Maluly Neto. Do Rio Grande do Sul, o deputado Amaury Muller e a slamita Samira. Do Amazonas, a deputada Bete Azize. De Alagoas, o deputado Alberico Cordeiro. De Brasília, os jornalistas Jorge Jardim e Celina, Silvestre Gorgulho e Regina, e eu.
Em doze dias, Kadafi não apareceu um sequer, com medo do mundo. Vivia enterrado nas suas tendas e bunkers no deserto. Morreu como viveu.
Sebastião Nery
A ESTUPIDEZ SEM LIMITES
Presidente do Rioprevidência faz ameaça ilegal aos aposentados do RJ
Numa entrevista a O Dia, edição de sexta-feira 21, manchete de primeira página, o presidente do Rioprevidência, Gustavo Barbosa, afirmou que os aposentados e pensionistas do estado poder/ao deixar de receber seus vencimentos se o Rio de janeiro perder a parte que lhe é destinada hoje pelos royalties do petróleo.
Terrorismo administrativo, ameaça violenta e ilegal ao mesmo tempo. Além disso, mensagem pessimamente dirigida ao Planalto para impressionar (e pressionar) a presidente Dilma Roussef. Se o governo estadual suspender o pagamento terá praticado crime de responsabilidade.Barbosa acrescentou que a participação nos direitos do petróleo cobre o pagamento de uma dívida de 1 bilhão e 700 milhões com a União, enquanto a folha dos inativos, dependente dos royalties, custa 4,5 bilhões de reais por ano. Incrível.
O presidente do Rioprevidência revelou não conhecer a legislação federal sobra a matéria. A lei 8001, de 13 de março de 90, a última sancionada por Sarney antes de passar a faixa a Fernando Collor, estabelece e condiciona o destino dos royalties. O artigo 3º veda taxativamente a aplicação daqueles recursos em pagamento de dívida e no quadro permanente de pessoal. O governador Sérgio Cabral necessita, com urgência, corrigir o duplo equívoco.
As afirmações de Gustavo Barbosa, bastante enfáticas, estão contidas em excelente reportagem de Alessandra Horto, Angélica Fernandes, Aurélio Gimenez e Ricardo Rego Monteiro. A foto que acompanha a matéria é de João Laet. A matéria enfoca vários ângulos da questão, menos a ilegalidade flagrante da aplicação atual do produto que cabe ao Estado. Mas a lei existe para ser cumprida. Caso contrário para que lei? Sem lei não há civilização.
O governador Sérgio Cabral, como escrevi recentemente, tem razão em lutar por manter o nível atual dos royalties. Afinal, é um direito assegurado na Constituição, parágrafo primeiro do artigo 20 da Carta de 88. Porém da mesma forma que ele argumenta com a lei magna, tem obviamente que respeitar a lei complementar e a lei ordinária. Esta é uma obrigação e um direito de todos, ao mesmo tempo. Pois a lei, na insuperável definição hegeliana, é a conciliação dos contrários. Ima síntese da sociedade, um ponto de convergência. Daí seu caráter geral. Não é possível alegar-se o direito de um lado, e violá-lo de outro.
Este erro, entretanto, não desqualifica a posição de Sérgio Cabral na questão. Desclassifica, isso sim, Gustavo Barbosa como administrador público.A entrevista aos repórteres de O Dia pode, inclusive ter causado abalos na saúde de grande número de aposentados e pensionistas. Os doentes, os cardíacos, os mais idosos e vulneráveis a choques nervosos. A ameaça foi aterradora. Pensem bem os leitores o que foi praticado. Todos nós temos contas a pagar ao longo do mês, compromissos assumidos, despesas com transporte, tarifas públicas, alimentação, etc., que não podem sofrer interrupção. Tudo isso custa dinheiro, é claro. E para os pensionistas e aposentados o dinheiro só lhes chega às mãos em parcelas mensais. São os seus salários.
Como o governador Sérgio Cabral acha que eles reagiram à notícia?Só podem ter reagido da pior maneira possível. Um reflexo imediato, não considerado por Gustavo Barbosa, a retração do consumo. Mas além disso, fez a sombra e o temor descer sobre a cabeça de aproximadamente 160 mil pessoas.Afinal, quem pode deixar de sentir-se mal com a notícia de que a fonte de sua vida poderá sofrer corte? As palavras têm muita força. É preciso medi-las antes de pronunciá-las. Muito menos de forma ilegal e antiética.
Pedro do Coutto
Numa entrevista a O Dia, edição de sexta-feira 21, manchete de primeira página, o presidente do Rioprevidência, Gustavo Barbosa, afirmou que os aposentados e pensionistas do estado poder/ao deixar de receber seus vencimentos se o Rio de janeiro perder a parte que lhe é destinada hoje pelos royalties do petróleo.
Terrorismo administrativo, ameaça violenta e ilegal ao mesmo tempo. Além disso, mensagem pessimamente dirigida ao Planalto para impressionar (e pressionar) a presidente Dilma Roussef. Se o governo estadual suspender o pagamento terá praticado crime de responsabilidade.Barbosa acrescentou que a participação nos direitos do petróleo cobre o pagamento de uma dívida de 1 bilhão e 700 milhões com a União, enquanto a folha dos inativos, dependente dos royalties, custa 4,5 bilhões de reais por ano. Incrível.
O presidente do Rioprevidência revelou não conhecer a legislação federal sobra a matéria. A lei 8001, de 13 de março de 90, a última sancionada por Sarney antes de passar a faixa a Fernando Collor, estabelece e condiciona o destino dos royalties. O artigo 3º veda taxativamente a aplicação daqueles recursos em pagamento de dívida e no quadro permanente de pessoal. O governador Sérgio Cabral necessita, com urgência, corrigir o duplo equívoco.
As afirmações de Gustavo Barbosa, bastante enfáticas, estão contidas em excelente reportagem de Alessandra Horto, Angélica Fernandes, Aurélio Gimenez e Ricardo Rego Monteiro. A foto que acompanha a matéria é de João Laet. A matéria enfoca vários ângulos da questão, menos a ilegalidade flagrante da aplicação atual do produto que cabe ao Estado. Mas a lei existe para ser cumprida. Caso contrário para que lei? Sem lei não há civilização.
O governador Sérgio Cabral, como escrevi recentemente, tem razão em lutar por manter o nível atual dos royalties. Afinal, é um direito assegurado na Constituição, parágrafo primeiro do artigo 20 da Carta de 88. Porém da mesma forma que ele argumenta com a lei magna, tem obviamente que respeitar a lei complementar e a lei ordinária. Esta é uma obrigação e um direito de todos, ao mesmo tempo. Pois a lei, na insuperável definição hegeliana, é a conciliação dos contrários. Ima síntese da sociedade, um ponto de convergência. Daí seu caráter geral. Não é possível alegar-se o direito de um lado, e violá-lo de outro.
Este erro, entretanto, não desqualifica a posição de Sérgio Cabral na questão. Desclassifica, isso sim, Gustavo Barbosa como administrador público.A entrevista aos repórteres de O Dia pode, inclusive ter causado abalos na saúde de grande número de aposentados e pensionistas. Os doentes, os cardíacos, os mais idosos e vulneráveis a choques nervosos. A ameaça foi aterradora. Pensem bem os leitores o que foi praticado. Todos nós temos contas a pagar ao longo do mês, compromissos assumidos, despesas com transporte, tarifas públicas, alimentação, etc., que não podem sofrer interrupção. Tudo isso custa dinheiro, é claro. E para os pensionistas e aposentados o dinheiro só lhes chega às mãos em parcelas mensais. São os seus salários.
Como o governador Sérgio Cabral acha que eles reagiram à notícia?Só podem ter reagido da pior maneira possível. Um reflexo imediato, não considerado por Gustavo Barbosa, a retração do consumo. Mas além disso, fez a sombra e o temor descer sobre a cabeça de aproximadamente 160 mil pessoas.Afinal, quem pode deixar de sentir-se mal com a notícia de que a fonte de sua vida poderá sofrer corte? As palavras têm muita força. É preciso medi-las antes de pronunciá-las. Muito menos de forma ilegal e antiética.
Pedro do Coutto
NOTAS POLÍTICAS
Os partidos na crise que atinge o PCdoB
Debaixo das cinzas tem brasa. Até fogo. Fala-se da situação do ministro dos Esportes, Orlando Silva. Na última sexta-feira ele recebeu da presidente Dilma uma espécie de licença provisória para seu estabelecimento continuar funcionando, como deixou claro o ministro Gilberto Carvalho. Jamais um certificado permanente, muito menos uma carta de alforria. Como as denúncias continuam, menos envolvendo o ministro, mais a lambança praticada no ministério através de ONGs fajutas ligadas ao PC do B, a conclusão surge desfavorável para Orlando Silva. Por quanto tempo suportará a pressão do Congresso, da mídia e do próprio governo?
Nessa novela de trapalhadas, todos os grandes partidos, menos um, posicionam-se contra a permanência do ministro: o PT, de olho na importância dada aos Esportes, pelas vultosas verbas agora descobertas em suas estruturas e pela Copa do Mundo de 2014; o PSDB, pela obrigação de fazer oposição; o DEM, vendo no episódio forma de recuperar-se, como tem deixado claro o líder ACM Neto; até o PDT, sequioso de ver queimada a casa do vizinho, imaginando salvar a sua.
Mas o PMDB, por que se mantém em respeitoso silêncio? Solidariedade do vice Michel Temer para com a hesitação da presidente? Malandragem para aspirar a um novo ministério? Demonstração de desconforto diante de Dilma, por conta da falta de nomeações para o segundo escalão?
Na realidade, os partidos assistem a fritura de um ministro isolado como se assistissem ao ensaio de um ato isolado da peça que em poucos meses vai estrear: a reforma ministerial. Cada legenda tem suas ONGs e suas empreiteiras atuando mais ou menos como o PC do B tinha as suas. A hora é de reforçarem as defesas, porque a tempestade vem aí.
NHAMBÚS E JACUS
Diz-se em Minas que em briga de nhambú, jacu não entra. Fica de lado, no outro galho, assistindo as bicadas entre os primos. Vale a imagem para a equipe econômica brasileira diante da crise que parece longe de terminar na Europa. A Grécia pega fogo, Portugal também. Na França, Espanha e Itália movimenta-se especialmente a classe média, para impedir a adoção da receita do FMI e da União Européia, de aumento de impostos, reduções salariais, demissões em massa e cortes nos investimentos sociais.
Protesta-se, naqueles países, contra a blindagem estabelecida por seus líderes em torno dos lucros da especulação financeira. Aliás, nos Estados Unidos também, através da ocupação de Wall Street.
Por enquanto, escapamos dos efeitos da confusão vivida pelas economias daqueles países. A presidente Dilma deu sucessivos sinais de que não adotaremos as soluções da ortodoxia das elites. Até quando?
TIRO PELA CULATRA?
Invadiram o Iraque, depuseram e mataram Saddam Hussein e agora vão embora, em choque com o novo governo títere que, em Bagdá, pretende cada vez mais enquadrar-se na lei islâmica.
No Egito, incentivaram a queda desonrosa de Hosny Mubarack e assistem a população inclinar-se pelo estabelecimento de um estado teocrático, mais próximo do Irã e afastado de Israel.
Agora, é o governo provisório da Líbia que anuncia a prevalência da lei islâmica na organização do novo estado, depois de uma guerra civil financiada e dirigida pelo Ocidente, coadjuvante no assassinato de Muhamar Kadaffi. Quer dizer: livraram-se de ditadores com os quais, mesmo a contragosto, mantinham relações comerciais e econômicas. Poderão encontrar surpresas.
MAIS UM GALO NO TERREIRO
Engana-se quem supõem o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, disposto a esperar a reeleição de Dilma Rousseff ou a nova eleição do Lula. Ele faz parte do rol dos novos políticos dispostos a suplantar os avôs. Neto de Miguel Arraes, que tinha tudo para ser presidente da República e não foi, Eduardo Campos está próximo de Aécio Neves, neto do presidente Tancredo Neves, que não pode assumir. Uma disputa entre os dois seria fascinante, mas há quem suponha uma conjunção explosiva para o PT: por que não Aécio para presidente e Campos para vice? Pernambuco, é claro, pensa na equação ao contrário. Afinal, PSDB e PSB devem ter mais identidades do que a vã filosofia pode supor.
Carlos Chagas
DEMOCRACIA À BRASILEIRA
Democracia à brasileira, com um ex-presidente que se recusa a deixar o poder e uma presidente que se recusa a exercer o poder.
Acho que todos têm curiosidade e gostariam de assistir ou ouvir o próximo diálogo entre o ex-presidente Lula e a atual presidente Dilma Rousseff, a respeito da situação do ministro do Esporte, Orlando Dias, que está exatamente igual ao antigo programa humorístico da Rádio NacionaL: “Balança…, balança…, mas não cai”.
Ontem, em mais um eletrizante capítulo dessa novela político-administrativa, o milionário policial militar João Dias Ferreira compareceu à Polícia Federal em Brasília, para entregar os áudios de uma conversa que teve com funcionários do alto escalão do Ministério do Esporte em abril do ano passado.
Nesse emocionante encontro, Fábio Hansen, então chefe de gabinete da Secretaria de Esporte Educacional (responsável pelo fraudado programa Segundo Tempo), e Charles Rocha, na época chefe de gabinete da Secretaria Executiva do ministério, orientam João Dias sobre como se livrar das acusações de desvio de verbas públicas repassadas pela pasta.
Como se sabe, as ONGs do policial são acusadas de desviar R$ 3,2 milhões do ministério, e João Dias Ferreira, ex-militante do PCdoB, é o delator do esquema de corrupção no Ministério do Esporte envolvendo o ministro Orlando Silva.
(A imprensa o chama de PM, mas é dificil acreditar que um homem que ficou milionário como ele, às custas da corrupção, continue envergando a farda, na ativa. Se continua, deve estar, no mínimo, licenciado. Afinal, não veste farda, não fica de serviço, está sempre à paisana. Que PM é esse, Francelino? Por Zeus, nos responda!)
Pois o tal PM (?) milionário acusa Orlando Silva de desviar recursos do programa Segundo Tempo por meio de ONGs de fachada. Segundo o policial (?), funcionava uma central de propina no ministério, com o fim de arrecadar recursos para o PCdoB.
O tal PM (?) diz ainda ter mantido diversos encontros informais com o ministro do Esporte, seu correligionário, amigo de fé e camarada (como se tratam os filiados ao PCdoB, acreditem se quiser).
Orlando Silva, é claro, solta a voz e nega as acusações, desafiando o policial (?) a apresentar provas. Pois é exatamente isso que João Dias Ferreira vem fazendo, mas a contagotas, devagarinho, submetendo o ministro a uma espécie de tortura chinesa.
Com as novas denúncias, será que o ex-presidente Lula ainda vai insistir, obrigando (a palavra é exatamente esta) a presidente Dilma Rousseff a manter esse ministro trapalhão e corrupto, que desmoraliza os comunistas brasileiros?
O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, já sinalizou que Orlando Silva será demitido por Dilma Rousseff, ao declarar que a situação ainda não está decidida.
Mas e Lula? O que dirá ao ligar ou se encontrar de novo com a presidente?
É uma situação verdadeiramente patética, com um ex-presidente que se recusa a deixar o poder e uma presidente que se recusa a exercer o poder. Parece peça de ficção, mas é a realidade, que jamais na historia deste país nenhum ficcionista ousaria criar.
Carlos Newton
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
A FORTUNA DO "OPERÁRIO COMUNISTA" LULLALAU, O CASCO DURO
A pobreza deste homem que não sabia e nem sabe de nada...
Sobre o novo mimo que Lula está adquirindo para seu lazer, Cláudio Humberto escreve o seguinte. 'A casa comprada por Lula junto à cooperativa habitacional Bancoop, no Guarujá (SP), fica no condomínio Iporanga, onde veraneiam o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e a viúva do ex-ministro de FHC Sérgio Motta.
Não custam menos de R$ 2 milhões, cada. O presidente e a mulher, d. Marisa passaram boa parte das férias do verão passado na casa de Bastos, nesse condomínio de classe alta, quando decidiram comprar o imóvel '.. Lula, vamos dizer assim, 'trabalhou' 22 anos e foi aposentado por ter estado um dia inteiro como preso político. Recebe do Instituto de Previdência o valor liquido MENSAL de R$ 6.956,40.
Um simples mortal HONESTO que como ele não foi funcionário público, terá que trabalhar 35 anos para aposentar-se e receberá o benefício máximo pago hoje pela Previdência de R$ 2.894,28.
Caso Lula recebesse esse teto levaria 57 anos para comprar seu apartamento , mas Lula não tem instrução nem habilitação para receber o teto do benefício, como disse Brizola (em um de seus raros momentos de lucidez) 'nem bom torneiro mecânico foi', haja vista sua mutilação profissional (alias, que se sabe de fonte segura... foi feita COM ANESTESIA... pois era moda naquela epoca ( entre os espertinhos...) se cortar o dedo na prensa para se aposentar no mole (varios colegas do lula e tambem o irmão dele, tem esse dedinho decepado... que gente esperta e honesta, não ????? outro PS: pessoas que trabalham nessa maquina AFIRMAM = é impossivel POR ACIDENTE se decepar o dedinho da mão esquerda, ele nada tem a ver com os dedos que se usam para trabalhar nessa maquina...
PORTANTO = FRAUDE PURA !!!
Se Lula recebesse mil reais por mês, o tempo para a compra dessa modesta casinha de 2 milhoes... seria de 165 anos, se fosse R$ 500,00 passaria a 330 anos pagando e finalmente se fosse o salário mínimo seriam 450 anos. Mas ele pagará a Vista !!!
E dizer que entre os anos de 1989 a 1998 Lula nem casa tinha, pois, como ele sempre declarou..... morava de graça na casa de seu compadre Roberto Teixeira sem pagar nada.
Portanto nesses quase 10 anos o presidente da República conseguiu comprar um apartamento de cobertura em São Bernardo.
Mas o salario na presidencia é baixo... QUE MILAGRE É ESSE ?
Pois É... ME ENGANA QUE EU GOSTO...
LULA ROUBA e o povo brasileiro paga a conta... Outro dia Lula queixava-se numa roda de amigos que tinha que arrumar outra aposentadoria para continuar mantendo o atual padrão de vida.
Sugiro que o presidente peça ajuda ao seu fenomenal filho, que num curto e magico período, depois que o pai chegou à presidência, passou de pequeno funcionário do Zoológico (estagiário com 600 reais de salario) a grande fazendeiro de gado..
Vocês sabiam que o filho do presidente Lula, o Lulinha, que há 05 anos era empregado do zoológico em São Paulo, acabou de comprar a fazenda Fortaleza (de porteira fechada) localizada às margens da rodovia Marechal Rondon, município de Valparaíso-SP, de propriedade do sr. José Carlos Prata Cunha, um dos maiores produtores de nelore do Brasil, pela simples bagatela de R$ 47.000.000,00 (quarenta e sete milhões de reais), e a imprensa, não divulgou!!!! como isso é possível???????
Nada contra o pecuarista que é muito conhecido no meio, mas onde o Lulinha arrumou esta grana toda?
Será verdade?
Se for como ele é inteligente, né? E viva a farra do BOI...
Tem também aquela conversa mole, mal contada, da Telemar, dos cinco milhões por mês.........
Pode até ser como Lula disse: 'que ninguém tem a autoridade ética e moral do PT ', acho que ele está certo = se isso é verdade, precisaremos reerguer o PRESIDIO CARANDIRU so para abrigar toda essa etica e moral petista pois ao que parece, ladroeira mudou de nome.......
Pobre Brasil... que por seus ignorantes, e pelos cegos intelectualoides,
elege e glorifica esse LULA SAFADO e sua quadrilha petista e cumplices!
Por Giulio Sanmartini
UPEC
A AZÊMOLA MAIS BEM PAGA DO MUNDO
Eu, cá com os meus botões, tenho sérias dúvidas sobre essas fortunas que se dizem pagar para um energúmeno como Lula dizer que “um operário sem um dedo fez mais que Steve Jobs e Bill Gates”, como foi dito por ele numa palestra supostamente patrocinada pelo Bank of America.
Banqueiros não são burros e sabem muito bem que essa azêmola não consegue balbuciar duas palavras sequer que lhes possam ser de alguma utilidade, portanto, não iriam gastar seu rico dinheirinho à toa, a não ser que essas tais palestras sejam com o intuito de divertir apenas: devem achar Lula bem mais engraçado que o Steve Martin ou Eddie Murphy.
Caso não seja isso, que tem lavagem de grana nas paradas, lá isso tem.
Ou então o mundo enlouqueceu de vez.
Por Ricardo Froes
ENQUANTO ISSO, NA CASA DO ESPANTO... UM ESPANTO!
A Casa do Espanto se supera: filho de Lobão aparteia Sarney para propor que a corrupção seja considerada crime hediondo
Emocionado com o discurso do senador José Sarney que qualificou de “uma chaga da nossa sociedade” a impunidade dos homicidas, o senador Lobão Filho aparteou o orador para avisar que apresentará até quinta-feira um projeto de lei que transforma a corrupção em crime hediondo.
Segundo a legislação, delitos enquadrados nessa categoria, como o homicídio qualificado e o tráfico de drogas, não admitem fiança, são punidos com mais severidade e obrigam os condenados a cumprirem a pena em presídios de segurança máxima.
Sim, parece piada. Mas é só o Brasil.
Quem subiu à tribuna para exigir que os pecadores sejam castigados foi Madre Superiora, animadíssimo com a estatização da Fundação José Sarney, penúltima delinquência cometida pela Famiglia (veja reportagem na seção O País quer Saber).
E quem promete jogar pesado em favor da moral e dos bons costumes é o filho e suplente do ministro Edison Lobão, vulgo Magro Velho.
“O crime de desvio de recurso público na área da saúde, da educação, tem um poder de homicídio em massa”, entusiasmou-se Lobinho ao anunciar “uma contribuição à ideia de Vossa Excelência”.
Sarney matou a bola no peito, baixou no gramado e devolveu de trivela. Depois de cumprimentar o colega do PMDB maranhense pela feliz iniciativa, jurou que se sentia “profundamente gratificado por ter sensibilizado o Senado para o problema da impunidade”.
Não, nenhum dos dois ficou maluco. É que a dupla está cansada de saber que, se uma coisa dessas for aprovada e a Justiça fizer o que deve, a Casa do Espanto será fechada por falta de quórum.
augusto nunes
GARIS ATROPELADOS E MORTOS POR BEBUM
Na madrugada de Sábado tres funcionários da limpeza urbana da prefeitura de SP, mais conhecidos como garis, faziam a limpeza no canteiro central da marginal Pinheiros quando subitamente um playboyzinho de merda com o fucinho cheio de cachaça e sabe-se-lá o que mais, atropelou os três trabalhadores, matou dois e mandou outro para o hospital com fraturas multiplas.
Após o acidente o motorista se negou a fazer o teste do bafômetro e foi avaliado clinicamente como embriagado.
Na minha opinião, a partir do momento em que uma pessoa se nega a fazer o bafômetro já é uma admissão de culpa, uma vez que quem não deve não teme.
A imprensa noticiou o ocorrido, alguns telejornais deram uma nota ou reportagem pequena outros simplesmente ignoraram o fato.
Mas o barulho que vimos quando dos outros acidentes onde os mortos eram pessoas de classe média/alta já não foi o mesmo. Será porque os mortos e ferido no acidente eram pessoas simples trabalhadores invisíveis na sociedade brasileira? Ou porque essa situação de cachaceiros irresponsáveis a bordo de seus supercarrões cometendo atrocidades no trânsito já virou lugar comum e ninguém mais dá a mínima para essas mortes?
O que sei é que mais vidas foram ceifadas por conta da irresponsabilidade de idiotas que bebem e saem dirigindo pela cidade acreditando na impunidade e pouco ligando para a vida humana. O assassino está em cana à espera de um Habeas Corpus que certamente sairá em mais algumas horas e vai passar os próximos quinze/vinte anos dirigindo e bebendo, empurrando o processo com a barriga contando com a já manjada ineficiência do judiciário e os buracos nas leis mal feitas de um país de bosta.
Todos os que mataram inocentes nos últimos meses por conta da soma entre direção é álcool estão livres, leves, soltos e dirigindo. E os punidos são sempre os que não tem culpa alguma pela irresponsabilidade de cretinos desse gabarito que acabam sendo vítimas deles. Os mortos e feridos não recebem indenizações, e na maioria dos casos nem a solidariedade das familias dos culpados, recebem um atendimento médico de péssima qualidade do estado que acaba se tornando co-responsável pela tragédia e é obrigado tratar por anos à fio as sequelas dos que sobreviveram no falido sistema público de saúde atravéz dos nossos impostos, e os vagabundos do volante não são responsabilizados a ressarcir o estado pelos custos que eles causaram .
Como eu já disse em outra postagem, vamos aguardar para ver a nova tragédia do trânsito que virá, com novos mortos e feridos, e mais um playboyzinho de merda e embriagado, livre por conta de leis fajutas e advogados extremamente rápidos em tirar seus clientes da cadeia.
E viva o Brasil o país do pão, circo e impunidade!!!!
mascate
HISTORINHAS DO ZÉ DIRCEU
O chefe da sofisticada organização criminosa do mensalão(*) sai em defesa do Ministro do Esporte.
O ex-ministro e deputado cassado José Dirceu afirmou hoje que, mesmo sem provas, a oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff está fazendo uso político das denúncias contra o ministro dos Esportes, Orlando Silva, para tentar derrubar mais um integrante do primeiro escalão do governo federal.
Segundo Dirceu, partidos como PSDB, DEM e PPS montaram "mais uma operação política para tirar um ministro do governo". Para o ex-ministro, pode haver desvio de verbas em convênios do ministério, mas "prefeito é responsável, ONG é responsável". >"Não quer dizer que a presidente da República, o partido ou o ministro estão envolvidos".
Para ele, o governo agiu certo ao não afastar Orlando Silva porque não pode "fazer pré-julgamento nem aceitar linchamento" sem a devida investigação.
Com relação aos outros ministros que saíram do governo - e à sua própria saída do governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva -, de acordo com Dirceu, foram questões "políticas" ou decisão dos próprios acusados de irregularidades, como Antônio Palocci.(Do Estadão)
coroneLeaks
"A DEMOCRACIA PRECISA SER APRIMORADA A PARTIR DE UMA REFORMA POLÍTICA"
A procuradora do Distrito Federal, Roberta Fragoso Kaufmann, está convicta de que a Justiça poderá exercer o seu papel na plenitude, bastando apenas combater a ideia de impunidade, que é o sentimento geral do brasileiro. É preciso que a população volte a acreditar no Poder Judiciário, não sendo admissível “esperar vinte, quinze anos para que um réu confesso comece a executar a pena”.
Ela acrescenta que a lentidão é, em parte, causa desse sentimento de impunidade, que considera muito mais grave do que, “eventualmente, alguma lesão a um direito individual”. Na entrevista, também afirma que algumas leis no Brasil são simbólicas, representando apenas o interesse de transmitir para a população uma imagem positiva, citando como exemplo a implementação de cotas raciais no país, “que tem a função de passar para a população a imagem de que aquele governador é um governador politicamente correto, engajado com as minorias, mas que, na verdade, não se apercebe dos danos que essa norma pode ocasionar”.
Professora de Direito Constitucional e da Escola do Ministério Público, ela está sempre pronta para debater sobre a impunidade, um tema que a empolga.
Por Marcone Formiga
É possível julgar com a sobrecarga de trabalho a que os juízes estão expostos?
Roberta Fragoso Kaufmann: Sobrecarga de processo de juízes dificulta bastante, sem dúvida nenhuma. Hoje, o grande problema do Judiciário, em termos de morosidade e em termos de impunidade, é a sobrecarga que acontece no Supremo Tribunal Federal. Talvez, se houvesse uma diminuição nas competências originárias no STF, a situação judiciária, como um todo, ficasse melhor, no sentido de que a Corte teria que julgar grandes temas, e os temas de varejo, ou seja, os temas que não têm importância nacional, ficariam a cargo apenas dos juízes. O problema é que hoje o Supremo tem muitas competências originárias.
Por exemplo.
Kaufmann: Habeas-corpus, recursos extraordinários, ações diretas de inconstitucionalidade, reclamações, mandados de injunção… Isso termina inviabilizando todo o Judiciário, porque a pessoa só vai ser condenada depois que o último recurso for julgado, e isso significa, na prática, mais de uma década após o julgamento inicial. Inclusive se desprestigia o julgamento que um juiz de primeira instância realizou, e ele se sente um pouco intimidado, porque a decisão que ele teve, por mais primorosa que tenha sido, nem sequer é considerada, quando a questão chega ao Supremo.
Por que a Constituição de 1988 é alvo de tantas críticas?
Kaufmann: Porque é uma Constituição muito analítica, ela diz demais. E, nesse sentido, termina sendo uma Constituição apenas simbólica, passando uma imagem para a população, que foi feita muito mais “para inglês ver” do que efetivamente para ser cumprida. O que ela protege, protege de uma maneira excessiva, e não tem condições materiais de ser concretizada. Nesse sentido, lembro-me de uma frase do Roberto Campos, quando ele afirmou que a Constituição brasileira prometeu uma seguridade social da Suécia, com recursos de Moçambique. Não adianta apenas colocar a norma, sem ter condições de concretizar aquilo que a norma prevê. E isso é pernicioso para todo mundo, porque, no final, dá aquela sensação e sentimento que as normas existem, mas que elas são cumpridas ao sabor da ocasião.
Como assim?
Kaufmann: Para mim, isso revela, muitas vezes, uma falha de caráter da pessoa, dela não ser capaz de fazer uma escolha e assumir a responsabilidade que aquela escolha ocasionar. Nesse sentido, eu acho que a Constituição demonstra isso também, uma vontade de garantir sempre direitos e direitos, e ficam faltando os deveres. O cidadão acha que até a felicidade dele é um dever do Estado. Tudo é dever do Estado, como se nada ele pudesse conseguir. Se ele, infelizmente, nasceu pobre, se não consegue um bom emprego, a culpa é do Estado! Existe uma cultura de sempre atribuir a um terceiro a responsabilidade pelas suas escolhas malfeitas.
O que fazer, então?
Kaufmann: Por que não sai de frente da televisão e vai estudar e tentar um emprego melhor? Por que não batalha? Por que não consegue se esforçar para poder contar melhor as consequências dessa sua escolha e conseguir uma vida melhor? Existe uma cultura aqui de que todo mundo é responsável pela vida de todo mundo, essa diluição de responsabilidades individuais faz com que as pessoas se alienem e se acomodem. Esse é um problema sério no Brasil.
O que falta para a Justiça exercer o seu papel na sua plenitude?
Kaufmann: Inicialmente, o que falta é combater essa ideia de impunidade, que é o sentimento geral do brasileiro. As pessoas não acreditam mais na Justiça, acham que ela é lenta demais. Acredito particularmente na PEC que o ministro Cezar Peluso, presidente do STF, apresentou: que os recursos que cheguem, não possam impedir a execução do julgado, as condenações têm que ser realizadas e têm que ser executadas logo após a decisão do Tribunal de Justiça. Com isso, a gente prestigia a atuação do juiz de primeiro grau, que certamente é o que está mais perto do povo. Prestigia-se também o julgamento do Tribunal de Justiça. Na verdade, a gente faz com que a população volte a acreditar no Poder Judiciário, porque esperar vinte, quinze anos para que um réu confesso comece a executar a pena, como é agora, causa um sentimento de impunidade perante todos e, isso, do meu ponto de vista, é muito mais grave do que, eventualmente, alguma lesão a um direito individual.
Qual é a sua conclusão desse gesto?
Kaufmann: Essa postura do Supremo é muito garantista, prevalece hoje a ideia de que a pessoa tem a presunção de inocência até que o último recurso seja julgado. Entretanto, ao agir assim, o STF, de fato, protege ao máximo os direitos individuais, mas se esquece da própria ideia de interesse público, que é a ideia de diminuir e combater a impunidade no Brasil.
A senhora concorda que as leis brasileiras são malfeitas, como afirmou o ex-ministro Francisco Rezek?
Kaufmann: Concordo, porque as leis no Brasil são muito simbólicas, então não existe nenhuma preocupação com o cumprimento e com a resolução do problema efetivo. O que se quer, muitas vezes, é passar uma imagem para a população. Por exemplo, eu poderia citar a que implementa cotas raciais no Brasil, que tem a função de passar para a população a imagem de que aquele governador é um governador politicamente correto, engajado com as minorias, mas, na verdade, eles é que não se apercebem dos danos que essa norma pode ocasionar. E não só isso! Por exemplo, todos nós sabemos o caos que é a educação pública no Brasil.
Mas o que falta é ensino público eficiente no país…
Kaufmann: Então, em vez de se preocupar em realizar um ensino público de qualidade para poder dar condições iguais para que todos possam passar no vestibular, ou almejar um concurso público melhor, quando você faz uma norma simbólica, o que você diz, na verdade é: eu não estou nem um pouco preocupado com a resolução do problema, estou preocupado é com as próximas eleições. Esse é o grande problema do Brasil! Por exemplo, essa política de cotas em universidades, elas não ampliam o número de vagas existentes. O número de vagas vai continuar rigorosamente o mesmo. Vamos supor, se fossem 100 vagas, reservaríamos 20 vagas para negros e 80 vagas para os demais.
Mas qual é o grande problema?
Kaufmann: O problema que se coloca é o seguinte: por que você não amplia o número de vagas, se você quer um grupo minoritário? Ou então, por que não melhora as condições de um ensino público de qualidade, para que todos tenham condições de concorrer na mesma situação? Mas isso não é interessante, o que eu quero dizer é que a legislação, hoje, no Brasil, apenas quer passar uma imagem. Dou outro exemplo, o de um decreto da governadora do Pará, à época em que foi descoberto que uma menina ficou na cadeia junto com dezenas de homens. Na mesma hora em que a notícia veio a público, que essa menina tinha ficado na cadeia de uma maneira totalmente ofensiva à dignidade dela, obviamente, sendo estuprada diuturnamente, ela baixou um decreto dizendo que mulheres e homens não podem ficar juntos na mesma cela.
Ou seja, descobriram a roda?
Kaufmann: Nada mais simbólico, porque é obvio que não podem ficar juntos. Já existe a lei de execução penal que diz a mesma coisa. Mas qual é a preocupação dela? A preocupação dela, quando fez o decreto, não foi de resolver o problema, mas de passar uma imagem para a população de que ela era uma pessoa que não tinha nada a ver com aquilo, que não estava nem sabendo o que estava acontecendo na sua delegacia, o que é totalmente falso!.
Qual é a sua visão de tudo isso?
Kaufmann: O que a gente vê é a lei sendo utilizada como massa de manobra para poder convencer a população ignorante de que alguma coisa está sendo feita em prol dos direitos dela, mas na prática não passa de um jogo de palavras, porque nada daquilo é implementado. Cada vez mais, existe uma nova emenda constitucional para inserir um novo direito ao salário mínimo. Mas se o salário mínimo não consegue sequer cuidar da alimentação e da moradia, então, como pode colocar inúmeros outros direitos dentro do salário, se nem o primeiro deles consegue ser implementado?
Faz sentido afirmar que no Brasil só vai para a cadeia preto, pobre e prostituta?
Kaufmann: O que eu concordo, é que no Brasil só vai para a cadeia pobre, mas, infelizmente, a maioria pobre do Brasil é negra, então, por isso, o negro se legitima dentro dessa frase, mas não por conta da cor da pele, e sim porque no Brasil, lamentavelmente, ainda existe uma correlação entre a pobreza e a cor da pele. A prostituta a que você se refere está relacionada à pobreza, e não à profissão mais antiga que se tem conhecimento no mundo.
Na sua opinião, o que é preciso para se aprimorar a democracia no Brasil?
Kaufmann: A democracia precisa ser aprimorada a partir de uma reforma política. Especialmente, eu sou super favorável à ideia do voto distrital – fazer com que a população consiga cobrar mais efetivamente dos seus representantes. O modelo atual é um modelo péssimo. É um modelo que faz com que a pessoa depois se esqueça em quem votou e não cobre de seus representantes. O próprio representante não se sente cobrado. Essas passeatas contra a corrupção, sem ter um ponto específico de combate, representam apenas grandes festas em que se protesta de uma maneira niilista, ou seja, contra tudo e contra o nada, visto que hoje em dia existe de fato uma indignação geral quanto à política no Brasil, quanto à esses resquícios de estado patrimonial que nós ainda temos.
24 de outubro de 2011
Roberta Kaufmann
Fonte: Brasília em Dia
Ela acrescenta que a lentidão é, em parte, causa desse sentimento de impunidade, que considera muito mais grave do que, “eventualmente, alguma lesão a um direito individual”. Na entrevista, também afirma que algumas leis no Brasil são simbólicas, representando apenas o interesse de transmitir para a população uma imagem positiva, citando como exemplo a implementação de cotas raciais no país, “que tem a função de passar para a população a imagem de que aquele governador é um governador politicamente correto, engajado com as minorias, mas que, na verdade, não se apercebe dos danos que essa norma pode ocasionar”.
Professora de Direito Constitucional e da Escola do Ministério Público, ela está sempre pronta para debater sobre a impunidade, um tema que a empolga.
Por Marcone Formiga
É possível julgar com a sobrecarga de trabalho a que os juízes estão expostos?
Roberta Fragoso Kaufmann: Sobrecarga de processo de juízes dificulta bastante, sem dúvida nenhuma. Hoje, o grande problema do Judiciário, em termos de morosidade e em termos de impunidade, é a sobrecarga que acontece no Supremo Tribunal Federal. Talvez, se houvesse uma diminuição nas competências originárias no STF, a situação judiciária, como um todo, ficasse melhor, no sentido de que a Corte teria que julgar grandes temas, e os temas de varejo, ou seja, os temas que não têm importância nacional, ficariam a cargo apenas dos juízes. O problema é que hoje o Supremo tem muitas competências originárias.
Por exemplo.
Kaufmann: Habeas-corpus, recursos extraordinários, ações diretas de inconstitucionalidade, reclamações, mandados de injunção… Isso termina inviabilizando todo o Judiciário, porque a pessoa só vai ser condenada depois que o último recurso for julgado, e isso significa, na prática, mais de uma década após o julgamento inicial. Inclusive se desprestigia o julgamento que um juiz de primeira instância realizou, e ele se sente um pouco intimidado, porque a decisão que ele teve, por mais primorosa que tenha sido, nem sequer é considerada, quando a questão chega ao Supremo.
Por que a Constituição de 1988 é alvo de tantas críticas?
Kaufmann: Porque é uma Constituição muito analítica, ela diz demais. E, nesse sentido, termina sendo uma Constituição apenas simbólica, passando uma imagem para a população, que foi feita muito mais “para inglês ver” do que efetivamente para ser cumprida. O que ela protege, protege de uma maneira excessiva, e não tem condições materiais de ser concretizada. Nesse sentido, lembro-me de uma frase do Roberto Campos, quando ele afirmou que a Constituição brasileira prometeu uma seguridade social da Suécia, com recursos de Moçambique. Não adianta apenas colocar a norma, sem ter condições de concretizar aquilo que a norma prevê. E isso é pernicioso para todo mundo, porque, no final, dá aquela sensação e sentimento que as normas existem, mas que elas são cumpridas ao sabor da ocasião.
Como assim?
Kaufmann: Para mim, isso revela, muitas vezes, uma falha de caráter da pessoa, dela não ser capaz de fazer uma escolha e assumir a responsabilidade que aquela escolha ocasionar. Nesse sentido, eu acho que a Constituição demonstra isso também, uma vontade de garantir sempre direitos e direitos, e ficam faltando os deveres. O cidadão acha que até a felicidade dele é um dever do Estado. Tudo é dever do Estado, como se nada ele pudesse conseguir. Se ele, infelizmente, nasceu pobre, se não consegue um bom emprego, a culpa é do Estado! Existe uma cultura de sempre atribuir a um terceiro a responsabilidade pelas suas escolhas malfeitas.
O que fazer, então?
Kaufmann: Por que não sai de frente da televisão e vai estudar e tentar um emprego melhor? Por que não batalha? Por que não consegue se esforçar para poder contar melhor as consequências dessa sua escolha e conseguir uma vida melhor? Existe uma cultura aqui de que todo mundo é responsável pela vida de todo mundo, essa diluição de responsabilidades individuais faz com que as pessoas se alienem e se acomodem. Esse é um problema sério no Brasil.
O que falta para a Justiça exercer o seu papel na sua plenitude?
Kaufmann: Inicialmente, o que falta é combater essa ideia de impunidade, que é o sentimento geral do brasileiro. As pessoas não acreditam mais na Justiça, acham que ela é lenta demais. Acredito particularmente na PEC que o ministro Cezar Peluso, presidente do STF, apresentou: que os recursos que cheguem, não possam impedir a execução do julgado, as condenações têm que ser realizadas e têm que ser executadas logo após a decisão do Tribunal de Justiça. Com isso, a gente prestigia a atuação do juiz de primeiro grau, que certamente é o que está mais perto do povo. Prestigia-se também o julgamento do Tribunal de Justiça. Na verdade, a gente faz com que a população volte a acreditar no Poder Judiciário, porque esperar vinte, quinze anos para que um réu confesso comece a executar a pena, como é agora, causa um sentimento de impunidade perante todos e, isso, do meu ponto de vista, é muito mais grave do que, eventualmente, alguma lesão a um direito individual.
Qual é a sua conclusão desse gesto?
Kaufmann: Essa postura do Supremo é muito garantista, prevalece hoje a ideia de que a pessoa tem a presunção de inocência até que o último recurso seja julgado. Entretanto, ao agir assim, o STF, de fato, protege ao máximo os direitos individuais, mas se esquece da própria ideia de interesse público, que é a ideia de diminuir e combater a impunidade no Brasil.
A senhora concorda que as leis brasileiras são malfeitas, como afirmou o ex-ministro Francisco Rezek?
Kaufmann: Concordo, porque as leis no Brasil são muito simbólicas, então não existe nenhuma preocupação com o cumprimento e com a resolução do problema efetivo. O que se quer, muitas vezes, é passar uma imagem para a população. Por exemplo, eu poderia citar a que implementa cotas raciais no Brasil, que tem a função de passar para a população a imagem de que aquele governador é um governador politicamente correto, engajado com as minorias, mas, na verdade, eles é que não se apercebem dos danos que essa norma pode ocasionar. E não só isso! Por exemplo, todos nós sabemos o caos que é a educação pública no Brasil.
Mas o que falta é ensino público eficiente no país…
Kaufmann: Então, em vez de se preocupar em realizar um ensino público de qualidade para poder dar condições iguais para que todos possam passar no vestibular, ou almejar um concurso público melhor, quando você faz uma norma simbólica, o que você diz, na verdade é: eu não estou nem um pouco preocupado com a resolução do problema, estou preocupado é com as próximas eleições. Esse é o grande problema do Brasil! Por exemplo, essa política de cotas em universidades, elas não ampliam o número de vagas existentes. O número de vagas vai continuar rigorosamente o mesmo. Vamos supor, se fossem 100 vagas, reservaríamos 20 vagas para negros e 80 vagas para os demais.
Mas qual é o grande problema?
Kaufmann: O problema que se coloca é o seguinte: por que você não amplia o número de vagas, se você quer um grupo minoritário? Ou então, por que não melhora as condições de um ensino público de qualidade, para que todos tenham condições de concorrer na mesma situação? Mas isso não é interessante, o que eu quero dizer é que a legislação, hoje, no Brasil, apenas quer passar uma imagem. Dou outro exemplo, o de um decreto da governadora do Pará, à época em que foi descoberto que uma menina ficou na cadeia junto com dezenas de homens. Na mesma hora em que a notícia veio a público, que essa menina tinha ficado na cadeia de uma maneira totalmente ofensiva à dignidade dela, obviamente, sendo estuprada diuturnamente, ela baixou um decreto dizendo que mulheres e homens não podem ficar juntos na mesma cela.
Ou seja, descobriram a roda?
Kaufmann: Nada mais simbólico, porque é obvio que não podem ficar juntos. Já existe a lei de execução penal que diz a mesma coisa. Mas qual é a preocupação dela? A preocupação dela, quando fez o decreto, não foi de resolver o problema, mas de passar uma imagem para a população de que ela era uma pessoa que não tinha nada a ver com aquilo, que não estava nem sabendo o que estava acontecendo na sua delegacia, o que é totalmente falso!.
Qual é a sua visão de tudo isso?
Kaufmann: O que a gente vê é a lei sendo utilizada como massa de manobra para poder convencer a população ignorante de que alguma coisa está sendo feita em prol dos direitos dela, mas na prática não passa de um jogo de palavras, porque nada daquilo é implementado. Cada vez mais, existe uma nova emenda constitucional para inserir um novo direito ao salário mínimo. Mas se o salário mínimo não consegue sequer cuidar da alimentação e da moradia, então, como pode colocar inúmeros outros direitos dentro do salário, se nem o primeiro deles consegue ser implementado?
Faz sentido afirmar que no Brasil só vai para a cadeia preto, pobre e prostituta?
Kaufmann: O que eu concordo, é que no Brasil só vai para a cadeia pobre, mas, infelizmente, a maioria pobre do Brasil é negra, então, por isso, o negro se legitima dentro dessa frase, mas não por conta da cor da pele, e sim porque no Brasil, lamentavelmente, ainda existe uma correlação entre a pobreza e a cor da pele. A prostituta a que você se refere está relacionada à pobreza, e não à profissão mais antiga que se tem conhecimento no mundo.
Na sua opinião, o que é preciso para se aprimorar a democracia no Brasil?
Kaufmann: A democracia precisa ser aprimorada a partir de uma reforma política. Especialmente, eu sou super favorável à ideia do voto distrital – fazer com que a população consiga cobrar mais efetivamente dos seus representantes. O modelo atual é um modelo péssimo. É um modelo que faz com que a pessoa depois se esqueça em quem votou e não cobre de seus representantes. O próprio representante não se sente cobrado. Essas passeatas contra a corrupção, sem ter um ponto específico de combate, representam apenas grandes festas em que se protesta de uma maneira niilista, ou seja, contra tudo e contra o nada, visto que hoje em dia existe de fato uma indignação geral quanto à política no Brasil, quanto à esses resquícios de estado patrimonial que nós ainda temos.
24 de outubro de 2011
Roberta Kaufmann
Fonte: Brasília em Dia
NOTAS POLÍTICAS
A NECESSIDADE DA REFORMA
Estaria a presidente Dilma Rousseff disposta a antecipar para novembro a reforma ministerial antes prevista para janeiro? No Congresso, há quem acredite na hipótese. Afinal, dois meses perdidos podem fazer falta. O fim do ano aproxima-se com o governo desgastado. Claro que existem ministérios funcionando, e bem. Mas há ministros que até hoje não mostraram competência. Nem probidade, referência àqueles lambuzados por malfeitos. Parece claro que, com as exceções de sempre, fracassaram aqueles impostos pelos partidos ou pelo Lula. Cinco já se foram. Existem outros.
Depois de quase um ano de exercício do poder, a presidente Dilma estará suficientemente forte para substituir aqueles que não indicou. Terá tido grata surpresa com um ou outro, mas deixa a desejar a média dos que recebeu como herança ou dos que foram pendurados no seu governo sem sua participação.
De qualquer forma, antecipada ou não a mudança, a expectativa é de que 2012 exprima nova fase na administração federal. Sem descuidar da contenção de gastos e sempre de olho no combate à inflação, seria hora da retomada de projetos de desenvolvimento econômico e social. Tempo para demonstrar a falência do modelo que o FMI tenta impor na Europa, combatendo crises com aumento de impostos, reduções salariais, demissões em massa e cortes nos investimentos sociais.
LIÇÃO OPORTUNA
“O objetivo supremo do Estado não é dominar os homens, nem contê-los pelo medo. É, sim, livrar cada um deles do medo, permitindo-lhe viver e agir em plena segurança e sem prejuízo para si e seu vizinho. O objetivo do Estado não é transformar seres racionais em feras e máquinas. É fazer com que seus corpos e suas mentes funcionem em segurança. É levar os homens a viver segundo uma razão livre, e exercitá-la, para que não desperdicem suas forças com o ódio, a raiva e a perfídia, nem atuem uns com os outros de maneira injusta. Assim, o objetivo do Estado é, realmente, a liberdade.”
Quem assim se expressou foi Baruch Spinoza, em 1660. Pena que sua lição até hoje não prevaleça.
ORDEM NO NINHO
Começa a germinar no ninho dos tucanos uma proposta sensata: do jeito que as coisas vão, o PSDB continuará no fundo do poço. Por que não aproveitar, então, a campanha paras eleições municipais, para uma reordenada completa em suas estruturas e lideranças? Não se trata de substituir ninguém, mas, apenas, de encontrar uma linguagem única. Mais do que tudo, porém, torna-se urgente reunir Aécio Neves, José Serra, Sergio Guerra, Geraldo Alckmin, Fernando Henrique, Aloisio Nunes Ferreira e outros, de preferência numa capela sem teto e com portas e janelas muradas. Algo parecido com o que um rei francês fez com os cardeais em Avignon, deixando-os ao sol e ao sereno até que escolhessem o novo Papa.
Carlos Chagas
Estaria a presidente Dilma Rousseff disposta a antecipar para novembro a reforma ministerial antes prevista para janeiro? No Congresso, há quem acredite na hipótese. Afinal, dois meses perdidos podem fazer falta. O fim do ano aproxima-se com o governo desgastado. Claro que existem ministérios funcionando, e bem. Mas há ministros que até hoje não mostraram competência. Nem probidade, referência àqueles lambuzados por malfeitos. Parece claro que, com as exceções de sempre, fracassaram aqueles impostos pelos partidos ou pelo Lula. Cinco já se foram. Existem outros.
Depois de quase um ano de exercício do poder, a presidente Dilma estará suficientemente forte para substituir aqueles que não indicou. Terá tido grata surpresa com um ou outro, mas deixa a desejar a média dos que recebeu como herança ou dos que foram pendurados no seu governo sem sua participação.
De qualquer forma, antecipada ou não a mudança, a expectativa é de que 2012 exprima nova fase na administração federal. Sem descuidar da contenção de gastos e sempre de olho no combate à inflação, seria hora da retomada de projetos de desenvolvimento econômico e social. Tempo para demonstrar a falência do modelo que o FMI tenta impor na Europa, combatendo crises com aumento de impostos, reduções salariais, demissões em massa e cortes nos investimentos sociais.
LIÇÃO OPORTUNA
“O objetivo supremo do Estado não é dominar os homens, nem contê-los pelo medo. É, sim, livrar cada um deles do medo, permitindo-lhe viver e agir em plena segurança e sem prejuízo para si e seu vizinho. O objetivo do Estado não é transformar seres racionais em feras e máquinas. É fazer com que seus corpos e suas mentes funcionem em segurança. É levar os homens a viver segundo uma razão livre, e exercitá-la, para que não desperdicem suas forças com o ódio, a raiva e a perfídia, nem atuem uns com os outros de maneira injusta. Assim, o objetivo do Estado é, realmente, a liberdade.”
Quem assim se expressou foi Baruch Spinoza, em 1660. Pena que sua lição até hoje não prevaleça.
ORDEM NO NINHO
Começa a germinar no ninho dos tucanos uma proposta sensata: do jeito que as coisas vão, o PSDB continuará no fundo do poço. Por que não aproveitar, então, a campanha paras eleições municipais, para uma reordenada completa em suas estruturas e lideranças? Não se trata de substituir ninguém, mas, apenas, de encontrar uma linguagem única. Mais do que tudo, porém, torna-se urgente reunir Aécio Neves, José Serra, Sergio Guerra, Geraldo Alckmin, Fernando Henrique, Aloisio Nunes Ferreira e outros, de preferência numa capela sem teto e com portas e janelas muradas. Algo parecido com o que um rei francês fez com os cardeais em Avignon, deixando-os ao sol e ao sereno até que escolhessem o novo Papa.
Carlos Chagas
LULA USA ORLANDO SILVA PARA AFIRMAR QUE SERÁ CANDIDATO EM 2014
Ao interferir de forma ilegítima para tentar manter o ministro Orlando Silva no cargo , afinal ele não é o chefe do executivo, e sim a presidente Dilma Rousseff, Lula aproveitou o episódio para anunciar que será candidato em 2014. Conclamou o PCdoB a resistir para que o titular do esporte no fique no cargo. Incrível.
Reportagem excelente de Luiza Damé, Chico de Gois, Gerson Camarotti e Maria Lima, manchete principal de O Globo de sábado, 22, focalizou tanto a investida e a concordância (temporária) de Dilma. Acompanha a matéria foto de Gustavo Miranda focalizando o momento em que, no Planalto, em entrevista, Orlando Silva anunciava ter passado do segundo tempo para a prorrogação.
Não sei por que, se a entrevista foi coletiva, só O Globo publicou o fato. Acontece. O imprevisto, que deu força à reportagem, realçando sobretudo sua importância política, não foi somente Orlando Silva não submergir no lago de Brasília, mas Lula emergir no cenário e, praticamente, antecipar que será ele, e não Dilma, o candidato do PT à sucessão presidencial de 2014. Sem dúvida. Não fosse isso, ele não teria incentivado abertamente o Partido Comunista do Brasil – que de comunista não tem nada – a resistir. Resistir a quem? Resistir a quê? Neste segundo caso à tempestade de denúncias. No primeiro, evidentemente à própria presidente da República.
Não se entende a atitude. A maior figura do PT incentivando um dos partidos da coligação a enfrentar uma decisão da governante do próprio Partido dos Trabalhadores. A contradição é indiscutível.Lula, com seu posicionamento abriu uma dissidência, um divisor de águas. Passou a existir um PT de Lula e outro PT de Dilma? Não dá. Não tem o menor cabimento.
A explicação só pode ser encontrada no caminho das urnas de 2014. Isso de um lado. Mas de outro causa o enfraquecimento do atual governo. Pois se alguém, afastado do palco central, entra em cena e consegue inverter uma decisão já sinalizada na tarde de sexta-feira, quando a presidente deixava escapar que convidada Orlando Silva a pedir demissão, é porque politicamente se configura uma situação de dependência entre o eleitor e a eleita.
Pelo que conheço de política, não deve ter sido fácil o diálogo entre Lula e Dilma. Tampouco será fácil, ninguém pense o contrário, a permanência efetiva de Orlando Silva. Uma questão de autoridade encontra-se em jogo. Porque será eternamente um desempenho solitário de quem está com a caneta na mão. Os exemplos ao longo da história são múltiplos. O mais recente o do ministro Golbery do Couto e Silva. O presidente Ernesto Geisel, depois de escolher João Figueiredo para sucedê-lo no crepúsculo da ditadura, conseguiu sua permanência na chefia da Casa Civil, certo de que controlaria o Palácio do Planalto. Ledo engano, como costuma dizer Carlos Heitor Cony: pouco mais de um ano depois, era afastado do cargo.
Assim, Lula erra o cálculo de forçar uma divisão das decisões presidenciais. Dilma errará se aceitá-la. Por essas e outras, é de se pensar que a prorrogação da permanência de Orlando Silva nas reuniões ministeriais será curta.
Não há clima para sua participação, inclusive com a notícia, divulgada pela Folha de São Paulo também a 22, de que a FIFA o afastou do diálogo em torno da realização da Copa das Confederações de 2013, e da Copa do Mundo, 2014.
Por uma coincidência do destino, ano das próximas eleições presidenciais no Brasil.
A manutenção de Orlando Silva, por sinal, dá ânimo à oposições se o candidato for Aécio Neves. E isso nem Dilma nem Lula desejam.
Pedro do Coutto
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