"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A PESQUISA CNI-IBOPE

“Não vai falar da pesquisa Ibope?” Sim, claro que vou!

O chato, eu juro!, não é noticiar que, segundo pesquisa CNI-Ibope, 56% dos brasileiros consideram o governo Dilma “bom ou ótimo”. O chato é os petralhas acharem que estou arrasado com isso, como se eu esperasse outro resultado. E eu não esperava. Até porque já escrevi aqui umas 200 vezes que as sucessivas demissões de ministros mais beneficiam do que prejudicam a reputação do governo. Leiam as informações sobre a pesquisa, publicadas pelo Globo Online. Ficam aqui como registro. No próximo post, analiso os resultados.
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Prestes a completar um ano, o governo da presidente Dilma Rousseff é considerado bom ou ótimo por 56% da população brasileira, aponta pesquisa Ibope divulgada nesta sexta-feira e encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Houve um crescimento em relação à última pesquisa Ibope encomendada pela CNI, de setembro, quando 51% avaliaram o governo como bom ou ótimo.
O índice de Dilma é o melhor se comparado às avaliações do primeiro ano dos governos de FH e Lula. Outros 32% avaliam o governo como regular e 9% como ruim ou péssimo, enquanto 3% não responderam.
Na pesquisa de setembro, 34% o classificaram como regular e 11% disseram que é ruim ou péssimo. Outros 4% não responderam na ocasião.

Ao que parece, os escândalos que levaram seis ministros a deixarem o governo não pesaram contra a avaliação da presidente. A aprovação da maneira como Dilma está governando o Brasil alcançou 72%. O índice era de 71% em setembro. Outros 21% desaprovam (mesmo percentual de setembro) e 7% não responderam (eram 8% na última pesquisa).
“Você tem uma população bastante satisfeita com a economia, com o emprego e a renda, e isso se reflete na aprovação do governo”, explicou o gerente executivo de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca. “Melhorou a avaliação do governo. Mas em termos da aprovação e confiança na presidente não houve alteração”, acrescentou.

Em todas as regiões do país, mais da metade da população considerou o governo Dilma bom ou ótimo. O Sul, que foi a região com maior avaliação positiva do governo em setembro, permanece na dianteira, acompanhada pelo Nordeste, que voltou ao topo.
Em ambas as regiões, 61% disseram que o governo é bom ou ótimo. No Norte/Centro-Oeste, o percentual foi de 55% e no Sudeste de 53%. O Ibope ouviu 2.002 pessoas entre 2 e 5 de dezembro em 142 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

De nove áreas, população aprova o governo em apenas três
A pesquisa revela também que 68% confiam na presidente, enquanto 26% não confiam e 6% não responderam. Os percentuais são exatamente os mesmos de setembro.
No geral, Dilma apresentou um desempenho melhor na avaliação do governo, na aprovação pessoal e na confiança quando comparada ao fim do primeiro ano de mandato dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso.
Apenas no quesito confiança, ela aparece empatada com Lula. Em dezembro de 2003 (primeiro ano do primeiro mandato de Lula), 69% afirmaram que o governo era bom ou ótimo.

Apesar dos números positivos para a presidente, de nove áreas de atuação, a população aprova o governo em apenas três - combate à fome e à pobreza (56% contra 39% que desaprovam), combate ao desemprego (50% a 45%) e meio ambiente (48% a 44%). Ainda assim, a diferença em meio ambiente está dentro da margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Nas outras seis áreas, a desaprovação superou a aprovação. A mais desaprovada foi saúde (67%), seguida de impostos (66%), segurança (60%), taxa de juros (56%), combate à inflação (52%) e educação (51%).

Em relação a setembro, não houve alteração quanto às áreas aprovadas e desaprovadas. Por outro lado, Fonseca destacou que, mesmo nas três áreas bem avaliadas, caiu a aprovação quando se compara com a pesquisa de setembro.
Quando perguntados sobre as expectativas com o restante do governo Dilma, 59% disseram esperar um governo ótimo ou bom. Outros 24% acreditam que ele será regular e 10% disseram que ele será ruim ou péssimo.
Não responderam 6%. Na comparação com o governo Lula, a maioria - 57% - considera que Dilma faz uma gestão igual. Para 28%, Lula foi melhor, enquanto 12% tem uma opinião contrária e preferem o governo da presidente Dilma Rousseff.

Corrupção é o tema mais lembrado

O assunto relacionado ao governo Dilma mais citado pela população foram as denúncias de corrupção contra o ex-ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e a sua manutenção no cargo por um mês mesmo após o início das acusações.
Do total, 23% lembraram disso. Em segundo lugar, com 10%, vem outro tópico relacionado à corrupção: a queda de ministros do governo.
Em setembro, as denúncias de corrupção que atingiram vários ministérios foram o fato mais lembrado (19%), seguido pela “faxina” contra a corrupção (13%). No total, 28% das pessoas citaram alguma denúncia de corrupção. A soma dos tópicos relacionados ao tema dá uma percentual maior porque uma mesma pessoa pode citar vários casos diferentes.

“Já é a terceira pesquisa em que aparece a corrupção, denúncia contra algum ministro, em primeiro lugar”, disse Renato da Fonseca, que, no entanto, fez uma ressalva: “Mesmo com alguma demora em alguns casos, como no caso do Lupi, você percebe que a presidente conseguiu se distanciar dessas denúncias. Elas ficaram restritas aos respectivos ministros.

Ele comparou Dilma e Lula
“Dilma se distanciou das denúncias assim como o presidente Lula conseguiu se descolar da questão do mensalão. A minha percepção é que houve um descolamento. As pessoas estão culpando mais os ministros que a presidente”.

O Ibope mostrou também que 21 % consideraram o noticiário favorável ao governo, 35% nem favorável nem desfavorável, 19% desfavorável, e 25% não responderam. O eleitor com renda familiar de até um salário mínimo e com residência no interior é o que mais aprova o governo Dilma.
Por grau de instrução, a avaliação das pessoas com ensino superior é inferior a de outros grupos. Por sexo, 56% dos homens consideram o governo como ótimo ou bom, percentual que vai a 58% no caso das mulheres. A diferença está dentro da margem de erro.

Na solenidade em que foi divulgado o balanço do programa Brasil Sem Miséria, no Palácio do Planalto, Dilma não quis comentar o resultado da pesquisa. “De pesquisa nós já conversamos 500 vezes. Pesquisa é pesquisa”, afirmou ela. A presidente estava bem-humorada. Após a longa solenidade, ela ainda gravou uma mensagem de Natal e Ano Novo para rádio e TV, desejando que o país tenha um ano extremamente próspero em 2012.

Reinaldo Azevedo

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