"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 20 de março de 2012

PRESIDENTE DA OAB/RJ DEFENDE O FIM DE 'ELEIÇÕES ETERNAS' NA CBF

O presidente da OAB/RJ, Wadih Damous, defende mudanças na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) após a renúncia do seu ex-presidente Ricardo Teixeira e a entrada em seu lugar do ex-governador biônico de São Paulo, José Maria Marin.

Para Damous, uma das mudanças urgentes “é a limitação para a reeleição ou para o tempo em que dirigentes fiquem à frente das entidades. É preciso que haja mudanças não apenas de nomes, mas de estatutos, métodos e procedimentos. E não só na CBF, mas também nas demais entidades ligadas a outros esportes”.

“Não é aceitável”, explica Damous,” que os clubes, destinatários da paixão brasileira pelo futebol, vivam à míngua, endividados e destituídos de poder decisório, enquanto a CBF e as federações nadam em dinheiro”.

A seu ver. “é preciso que o debate aberto com a saída de Teixeira abra caminho para uma reforma de fundo na estrutura do esporte. Já é hora de o futebol brasileiro ser comandado por aqueles que o amam e não por quem o trata como mercadoria lucrativa”.

Sobre a renúncia de Ricardo Teixeira, que dirigiu a entidade durante mais de duas décadas, o presidente da OAB afirma que a saída do dirigente não chegou a ser surpresa. “Ela já era objeto de especulações, e não devido a problemas de saúde do dirigente. Estes podem até existir, mas, ao que parece, não foram responsáveis pela saída de Teixeira”.

Waldih Damous cita diversas ações judiciais e inquéritos no Ministério Público, relacionados com questões de natureza ética e que o tinham como alvo, faziam sua situação cada vez mais difícil. Além disso, salienta Damous que “por conta de divergências internas, a Fifa ameaçava tornar pública sua condenação na Suíça por suposto recebimento de propinas.

“Se a saída de Teixeira pode ser um primeiro passo para a democratização da entidade, está longe de garanti-la. Há o risco de que a mudança de nomes não leve ao fim de antigos vícios. Assumiu a presidência da entidade José Maria Marin, dirigente da Federação Paulista de Futebol, ex-governador biônico e político que fez carreira nos tempos da ditadura”, lamenta.

20 de março de 2012
Paulo Peres

Nenhum comentário:

Postar um comentário