CARINHOSAMENTE : INCOMPETÊNCIA ! O BRASIL REAL SEM "MARQUETINGUE/PAI E MÃE" E SEU VAMPIRISMO ECONÔMICO.
Quatro países sul-americanos cresceram bem mais
que o Brasil, no ano passado, com taxas de inflação muito menores. Resultados
melhores que os brasileiros foram alcançados também por economias emergentes da
Europa.
No Brasil, empresários desconhecem ou menosprezam esses dados e se mostram dispostos, mais uma vez, a embarcar na aventura de "um pouco mais de inflação" para conseguir um pouco mais de crescimento - como se prosperidade e estabilidade fossem objetivos incompatíveis.
Segundo um representante da indústria, o governo tem de bancar o risco inflacionário gerado pela alta do dólar para garantir mais atividade e preservar a produção nacional. Opiniões desse tipo têm aparecido com frequência e são um complemento previsível dos apelos por mais protecionismo e mais intervenções paternalistas (ou maternalistas) do governo.
O filme é conhecido:
a história inclui produtos vagabundos e caros para consumidores desprotegidos, inflação alta, desemprego estrutural e crises periódicas de balanço de pagamentos.
A segurança criada pelas barreiras é tão enganadora quanto injusta.
Em 2011, a inflação média do Brasil chegou a 6,6%, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu apenas 2,7%.
Estes são os números de alguns latino-americanos administrados com maturidade:
No Brasil, empresários desconhecem ou menosprezam esses dados e se mostram dispostos, mais uma vez, a embarcar na aventura de "um pouco mais de inflação" para conseguir um pouco mais de crescimento - como se prosperidade e estabilidade fossem objetivos incompatíveis.
Segundo um representante da indústria, o governo tem de bancar o risco inflacionário gerado pela alta do dólar para garantir mais atividade e preservar a produção nacional. Opiniões desse tipo têm aparecido com frequência e são um complemento previsível dos apelos por mais protecionismo e mais intervenções paternalistas (ou maternalistas) do governo.
O filme é conhecido:
a história inclui produtos vagabundos e caros para consumidores desprotegidos, inflação alta, desemprego estrutural e crises periódicas de balanço de pagamentos.
A segurança criada pelas barreiras é tão enganadora quanto injusta.
Em 2011, a inflação média do Brasil chegou a 6,6%, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu apenas 2,7%.
Estes são os números de alguns latino-americanos administrados com maturidade:
Colômbia,
3,4% de inflação e 5,9% de crescimento;
Peru, 3,4% e 6,9%;
Chile, 3,3% e 5,9%;
Equador, 4,5% e 7,8%.
Alguns europeus conseguiram, apesar da crise regional, combinar expansão e estabilidade:
Peru, 3,4% e 6,9%;
Chile, 3,3% e 5,9%;
Equador, 4,5% e 7,8%.
Alguns europeus conseguiram, apesar da crise regional, combinar expansão e estabilidade:
Polônia,
4,3% de inflação e 4,3% de aumento do PIB;
Lituânia, 4,1% e 5,9%;
Turquia, 6,5% e 8,5%.
A conversa sobre inflação intensificou-se nos últimos dias, quando o dólar passou de R$ 1,90 e rapidamente se aproximou de R$ 2,00. Alguns economistas logo chamaram a atenção para o possível efeito inflacionário do câmbio desvalorizado.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, mostrou pouca ou nenhuma preocupação com esse risco e preferiu dar ênfase ao efeito benéfico da variação cambial. Dólar mais caro significa maior poder de competição para o produtor brasileiro.
A discussão é um tanto vaga, neste momento, porque ninguém pode dizer com segurança como será o câmbio dentro de alguns meses, se a crise europeia amainar, os investidores se acalmarem e a procura de ativos em dólares ficar menos intensa.
Falta saber, além disso, como estará a relação entre os juros brasileiros e os ganhos proporcionados por outras aplicações. Vários analistas mantêm a aposta numa acomodação do câmbio em cerca de R$ 1,85 por dólar.
Enquanto os especialistas tentam projetar a cotação da moeda americana, empresários festejam a depreciação do real, em coro com o ministro Mantega e sua chefe. Segundo o ministro, ele, "a torcida do Flamengo e a do Fluminense" estão satisfeitos com o câmbio atual.
Além disso, a presidente Dilma Rousseff mostra-se preocupada com a competitividade da indústria, não com o dólar mais caro, acrescentou.
Mas a pressão inflacionária é apenas um dos possíveis efeitos indesejáveis da depreciação cambial. Pode-se atenuar esse efeito com a moderação do gasto público e uma gestão prudente do crédito. Surto inflacionário por causa do câmbio não é fatalidade, exceto em ambiente de tolerância.
É o risco brasileiro.
A depreciação do real pode ser acompanhada também de efeitos perigosos na gestão da economia. Durante décadas, no Brasil, o câmbio desvalorizado serviu para disfarçar uma porção de ineficiências tanto das empresas quanto do ambiente econômico.
As exportações avançavam muito devagar e o Brasil era insignificante no mercado internacional. Mas o câmbio depreciado funcionava como um energético, a indústria era protegida por enormes barreiras e os consumidores eram explorados sem perceber claramente a patifaria.
O controle represava os preços internos e a indexação enganava assalariados e pequenos poupadores. Pouca gente contestava a aliança entre o governo voluntarista e balofo e os favoritos da corte.
Alguns itens desse roteiro talvez estejam descartados, mas o voluntarismo, o protecionismo, a ineficiência do governo, o intervencionismo e a engorda do setor público são cada vez mais sensíveis. Sem compromisso com a reforma do péssimo sistema tributário, o governo se limita a remendos.
Sua incompetência gerencial se reflete na incapacidade de conduzir programas e projetos para o aumento da produtividade geral do País.
De vez em quando, empresários cobram reformas relevantes.
Mas brigam a maior parte do tempo pela redução dos juros e pela correção do câmbio, como se isso resolvesse os problemas de competitividade.
Obviamente não resolve.
Quanto ao voluntarismo, será bem-vindo enquanto resultar em domesticação do Banco Central, reserva de mercado e formas variadas de protecionismo.
O passado, em alguns países, é tão difícil de enterrar quanto um vampiro.
Lituânia, 4,1% e 5,9%;
Turquia, 6,5% e 8,5%.
A conversa sobre inflação intensificou-se nos últimos dias, quando o dólar passou de R$ 1,90 e rapidamente se aproximou de R$ 2,00. Alguns economistas logo chamaram a atenção para o possível efeito inflacionário do câmbio desvalorizado.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, mostrou pouca ou nenhuma preocupação com esse risco e preferiu dar ênfase ao efeito benéfico da variação cambial. Dólar mais caro significa maior poder de competição para o produtor brasileiro.
A discussão é um tanto vaga, neste momento, porque ninguém pode dizer com segurança como será o câmbio dentro de alguns meses, se a crise europeia amainar, os investidores se acalmarem e a procura de ativos em dólares ficar menos intensa.
Falta saber, além disso, como estará a relação entre os juros brasileiros e os ganhos proporcionados por outras aplicações. Vários analistas mantêm a aposta numa acomodação do câmbio em cerca de R$ 1,85 por dólar.
Enquanto os especialistas tentam projetar a cotação da moeda americana, empresários festejam a depreciação do real, em coro com o ministro Mantega e sua chefe. Segundo o ministro, ele, "a torcida do Flamengo e a do Fluminense" estão satisfeitos com o câmbio atual.
Além disso, a presidente Dilma Rousseff mostra-se preocupada com a competitividade da indústria, não com o dólar mais caro, acrescentou.
Mas a pressão inflacionária é apenas um dos possíveis efeitos indesejáveis da depreciação cambial. Pode-se atenuar esse efeito com a moderação do gasto público e uma gestão prudente do crédito. Surto inflacionário por causa do câmbio não é fatalidade, exceto em ambiente de tolerância.
É o risco brasileiro.
A depreciação do real pode ser acompanhada também de efeitos perigosos na gestão da economia. Durante décadas, no Brasil, o câmbio desvalorizado serviu para disfarçar uma porção de ineficiências tanto das empresas quanto do ambiente econômico.
As exportações avançavam muito devagar e o Brasil era insignificante no mercado internacional. Mas o câmbio depreciado funcionava como um energético, a indústria era protegida por enormes barreiras e os consumidores eram explorados sem perceber claramente a patifaria.
O controle represava os preços internos e a indexação enganava assalariados e pequenos poupadores. Pouca gente contestava a aliança entre o governo voluntarista e balofo e os favoritos da corte.
Alguns itens desse roteiro talvez estejam descartados, mas o voluntarismo, o protecionismo, a ineficiência do governo, o intervencionismo e a engorda do setor público são cada vez mais sensíveis. Sem compromisso com a reforma do péssimo sistema tributário, o governo se limita a remendos.
Sua incompetência gerencial se reflete na incapacidade de conduzir programas e projetos para o aumento da produtividade geral do País.
De vez em quando, empresários cobram reformas relevantes.
Mas brigam a maior parte do tempo pela redução dos juros e pela correção do câmbio, como se isso resolvesse os problemas de competitividade.
Obviamente não resolve.
Quanto ao voluntarismo, será bem-vindo enquanto resultar em domesticação do Banco Central, reserva de mercado e formas variadas de protecionismo.
O passado, em alguns países, é tão difícil de enterrar quanto um vampiro.
16 de maio de 2012
Rolf Kunts O Estado de S. Paulo
camuflados
Rolf Kunts O Estado de S. Paulo
camuflados
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