Leio no blog do Geraldo Porci de Araújo, em 02 de Agosto de 2012, o seguinte:
“A poucos segundos da hora da verdade, os amigos repetem que José Antonio Dias Toffoli, ministro do Supremo Tribunal Federal, ainda não decidiu se participará do julgamento do mensalão.
A folha corrida do advogado recomenda aos berros que se declare impedido: quem passou quase 15 anos trabalhando para o PT, servindo a José Dirceu ou dando razão a Lula está desqualificado para julgar com isenção velhos companheiros.
A agenda das últimas semanas grita que Dias Toffoli optou por afrontar os fatos e demitir a sensatez: a seqüência de encontros com advogados de mensaleiros avisa que o mais jovem integrante do Supremo não vai cair fora do caso.
Na tarde de 25 de junho, por exemplo, ele recebeu em seu gabinete o amigo José Luiz de Oliveira Lima, que há sete anos cuida da defesa de José Dirceu. O site do STF comunicou que, como nos demais encontros mantidos com doutores a serviço dos réus, os dois trocaram idéias sobre a AP 470, codinome em juridiquês do processo que começou a ser julgado em 2 de agosto.
Se, sobrou tempo, talvez tenham evocado episódios que os juntou na mesma trincheira. Em 2005, por exemplo, quando foi contratado para tentar evitar a cassação do mandato do deputado José Dirceu, o visitante contou com a ajuda de Toffoli, que acabara de deixar o empregão na Casa Civil em companhia do chefe despejado.
O doutor quer um ministro fora por achar que condenará seu cliente. Quer outro dentro por ter certeza de que absolverá todo mundo. Tal convicção se ampara no passado recente. Paulista de Marília, diplomado em 1990 pela Faculdade do Largo de São Francisco, Toffoli sonhava com a vida de juiz de direito.
Tentou o ingresso na magistratura nos concursos promovidos em 1994 e 199. Duas reprovações consecutivas, ambas na primeira fase dos exames, aconselharam Toffoli a conformar-se com a carreira de advogado do PT, anabolizada pela ficha de inscrição no partido. Nem um desconfiou que começaria percorrer uma curtíssima trilha que o levaria ao Supremo Tribunal Federal.
Nos anos seguintes, foi consultor jurídico da CUT, assessor parlamentar do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo, assessor jurídico da liderança do PT na Câmara dos Deputados, subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência e, a partir de março de 2007, chefe da Advocacia Geral da União.
Em outubro de 2009, Lula entendeu que deveria premiar com uma toga o aplicado companheiro que também chefiara a equipe jurídica do candidato nas campanhas presidenciais de 1998, 2002 e 2006. Sem saber o suficiente para virar juiz de primeira instância, Toffoli tinha 42 anos quando se viu premiado com um cargo reservado pela Constituição a gente provida de “notável saber jurídico”.
No País do Futebol, a torcida brasileira condenaria à morte na forca um treinador que ousasse transformar em titular da Seleção um jogador da categoria sub 20 reprovado, em duas tentativas de subir para o time principal.
No Brasil Maravilha, o presidente da República escalou um advogado para jogar no STF a favor do governo. Lula já deixou o Planalto, mas faz questão de ver seu pupilo em campo na final do campeonato que faz questão de ganhar. Sabe-se desde o Dia da Criação que, para ser justa, uma decisão não pode agredir os fatos. Sabe-se desde a inauguração do primeiro tribunal que toda sentença judicial deve amparar-se nos autos do processo.
Não pode subordinar-se a vínculos partidários, laços afetivos ou dívidas de gratidão.
Caso insista em viciar o julgamento mais importante da história do Brasil com o voto que endossará a institucionalização da impunidade, Toffoli será reduzido a uma prova ambulante da tentativa de aparelhar o Supremo, empreendida durante a passagem do PT pelo coração do poder.
Em princípio, o ministro ficará onde está mais 25 anos, até a aposentadoria compulsória em 2037. A Era Lula acabará bem antes. Se errar na encruzilhada, vai percorrer durante muito tempo, e sem padrinhos poderosos por perto, o caminho da desonra. É um caminho sem volta.”
Geraldo informa que pegou este texto no blog do Augusto Nunes e não sabe o autor, só assumiu a divulgação. Mas como a análise está bem escrita, aí está, reproduzida.
13 de agosto de 2012
Magu
(1) Fotomontagem: Toffoli e José Luiz de Oliveira Lima
O Presidente Médici tornou-se tão popular, que era festivamente aclamado quando comparecia aos estádios para assistir a uma partida. Ele gostava de futebol, todavia não era corintiano.
Certa ocasião no Estádio do Maracanã quando prestes a iniciar-se uma importante partida, os alto-falantes anunciaram: – “Acaba de adentrar a este recinto, sua Exia, o Presidente da República – General Emílio Garrastazu Médici”. Imediatamente, 90/100 mil pessoas levantaram-se e o aplaudiram em pé, entusiasticamente.
São recordações inesquecíveis de uma época chamada de “Ditadura”, mas, em que havia liberdade e segurança para todas as pessoas de bem. Ninguém era assaltado, sequestrado constantemente. As mulheres não eram atacadas, estupradas e assassinadas. Havia ordem, vigilância e punição para criminosos. Nossas famílias sentiam-se protegidas. Nossos filhos saiam à noite e voltavam em segurança para casa. Estudavam nas escolas e universidades públicas, em que os professores constituíam um corpo docente, coeso e competente, formando profissionais qualificados e pessoas de bem. Os proprietários rurais, não eram assaltados por nenhum movimento social-terrorista. Os fazendeiros mantinham incontestável o direito de propriedade. O campo vivia e trabalhava em paz, progredindo. Éramos todos, muito felizes. Quantas saudades daqueles Generais.
Finalmente os brasileiros começam descobrir, que durante a “Ditadura Militar”, (que os salvou da escravidão do comunismo), eles eram felizes e não sabiam.
Luiz José Mendonça