"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 16 de setembro de 2012

O POVO ESTÁ FORA DO JOGO DEMOCRÁTICO

 

 O emérito jornalista Carlos Chagas fez aqui no Blog da Tribuna uma análise precisa sobre o atual momento do Legislativo, que foi rifado das grandes questões nacionais, cujos protagonistas Executivo e Judiciário dão as cartas em diferentes ocasiões.

Os parlamentares, ao contrário, perdem força e credibilidade junto ao povo, situação agravada em dois episódios lamentáveis: o processo do Mensalão e a CPI do Cachoeira.



Nos dois casos mais rumorosos dos últimos tempos está envolvida a nata do Parlamento, permeada por chefes de Executivos estaduais.

A nação encara o Legislativo como chacota nacional, ao observarmos a propaganda eleitoral e seus candidatos absurdos, o que demonstra a pouca evolução democrática desde os tempos da censura, na qual só aparecia a foto do candidato, o número e o partido.

Do jeito que a coisa anda e a continuar o processo destrutivo da imagem do Legislativo atual, nos sentiremos constrangidos e com muitas saudades da ARENA e do antigo MDB.

A atividade legislativa foi ocupada pelos poderes Executivo e Judiciário, que avançaram naquele terreno vazio e tomaram posse sem que o verdadeiro dono denunciasse o esbulho constitucional.

Ponto negativo para a democracia, porque em derradeira análise, os parlamentares são os representantes do povo e se esses representantes não fazem a sua parte, o povo está fora do jogo e do seu destino como nação democrática, solidária e fraterna.

A quem interessa o descrédito da função legislativa? Essa é a verdadeira questão posta em comento.

16 de setembro de 2012
Roberto Nascimento

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