"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 16 de outubro de 2012

DESABAFO DE UM TRABALHISTA HISTÓRICO DIANTE DA POLÍTICA ATUAL

 

Antonio Santos Aquino escreve aqui no Blog da Tribuna cheio de razão. Depois da morte de Leonel Brizola, está substituindo-o no conhecimento da história do trabalhismo brasileiro. É como se fosse o fio da história.


Um político de verdade

Conhecemos os méritos da caminhada política de Waldir Pires. Sem deixar de conhecer-lhe os grandes equívocos. A troca de partidos, mencionada por Leandro Almeida, diminui-lhe, sem dúvida, a biografia.
Seu lugar natural era, ao lado de Brizola e do amigo Darcy, liderando o PDT na Bahia, fazendo-o forte e respeitado. Houvesse sido candidato à vice-presidência na chapa do maior brasileiro desse nosso tempo — do campeão da defesa das causas da educação e da nacionalidade — teríamos sido vitoriosos. Não precisa dizer da superlativa envergadura de quem teria sentado na cadeira presidencial!

Não sufragamos o nome de Waldir, no dia 7 do fluente para a vereança de Salvador porque nos veio à lembrança a decepção política que cravara, tanto em Leonel Brizola quanto em Darcy Ribeiro.

Desta vez, não votamos em candidato algum. Quando Brizola era vivo, sufragávamos a legenda do PDT em se tratando de cargos proporcionais. Neste pleito eleitoral, não tivemos opção. Fomos obrigado a anular os votos. Antes, votávamos na legenda pedetista em homenagem a Brizola.

Ficamos muito triste quando vemos a falta de idealismo dos atuais pequenos dirigentes do PDT.

Rebaixaram-no, mormente aqui na Bahia, transformando-o em pouso de políticos carreiristas. Tanto resvalaram que tornaram o partido de tantas lutas populares em legenda de aluguel. Pior. Fizeram desse bastião — símbolo de honra da resistência — mero apêndice da agremiação partidária que se tornou dominante. Causa muito sofrimento quando temos de falar sobre página tão triste!

Deixamos claro que, por toda a vida, desde adolescente quando estudávamos no Colégio Central, em Salvador, o único político — cuja inteligência, probidade, coragem, lealdade e firmeza — sempre admiramos, nas lutas em prol do Brasil e de seu povo, foi Leonel Brizola.

16 de outubro de 2012
Hugo Gomes de Almeida

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