"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 16 de outubro de 2012

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

General Enzo irritará Dilma se cumprir decreto que manda cassar Medalha do Pacificador de Genoíno



O julgamento do Mensalão se transforma em dor de cabeça para o Exército. Militares na reserva começam uma ativa campanha via internet para pedir ao General Enzo Peri, comandante da Força Terrestre, que promova a cassação, ex officio, da Medalha do Pacificador concedida a José Genoíno Netto (ainda assessor especial do Ministério da Defesa, pois não teve seu pedido de exoneração ratificado pela Presidenta Dilma Rousseff, apesar da condenação por corrupção ativa no STF.

O Decreto nº 4.207, de 23 de abril de 2002, que regulamenta a concessão da maior honraria dada pelo Exército, é bem claro em casos como o de Genoíno. O Artigo 10 prescreve que perderá o direito ao uso da Medalha do Pacificador e será excluído da relação de agraciados o condecorado nacional ou estrangeiro que: a) tenha sido condenado pela Justiça do Brasil, em qualquer foro, por sentença transitada em julgado, por crime contra a integridade e a soberania nacionais ou atentado contra o erário, as instituições e a sociedade brasileira; c) tenha praticado atos pessoais que invalidem as razões da concessão, a critério do Comandante do Exército.

O General Enzo fica em uma encruzilhada. Se cassa a medalha de Genoíno arruma uma briga imensa com sua comandante-em-chefe Dilma Rousseff – que até agora ignora, sem confirmar no Diário Oficial, o pedido de exoneração feito publicamente por Genoíno, na semana passada. Se Enzo mantém a medalha com o condenado no Mensalão, além de ficar queimado com seus pares, acaba desrespeitando o Decreto nº 4.207, que lhe confefe poder de cassar, ex officio, a medalha do condecorado nacional que “tenha cometido atos contrários à dignidade e à honra militar, à moralidade da organização ou da sociedade civil, desde que apurados em sindicância ou inquérito”.

O claro e cristalino Decreto nº 4.207, de 23 de abril de 2002, pode ser consultado no link:
http://www.sgex.eb.mil.br/medalhas/pacificador/pdf/DecMedPac.pdf

O Guardião captou...

Quem tem problemas com a Justiça deve evitar o uso de telefones celulares com chips da Europa aqui no Brasil.

Foi interceptada uma ligação gerada em deslocamento pelo interior de São Paulo para Brasília, mais precisamente na região em que residem ministros do Supremo Tribunal Federal.

O aparelho que recebeu o telefonema de “agradecimento” era um celular pré-pago, cujo dono não dá para identificar.

Os dois só precisam ficar tranquilos porque a turma do Guardião não pode nem deve tornar público teor da conversa amigável...

Valério vai falar?

Cada vez fica mais forte e consistente a ameaça de que o publicitário Marcos Valério dará uma entrevista bomba, revelando verdades até agora não ditas sobre o Mensalão.

Se realmente falar, Valério já até teria escolhido o veículo de comunicação para soltar o verbo.

Será a Folha de S. Paulo – embora gente ligada a Valério não saiba explicar o motivo da preferência...

 
Recordar é ficar PT da vida...

Já circula como piada na internet a declaração dada em 2006, à revista Playboy, pelo gênio da raça socialista José Dirceu de Oliveira e Silva:

"O Lula não dá cheque em branco pra ninguém. Ele delega, mas controla, cobra. Sabe de tudo o que acontece. Quem acha o contrário nos subestima".

Pois a Procuradoria Geral da República subestimou os dois, ao não incluir Lula no processo do Mensalão – que culminou com a condenação de Dirceu por corrupção ativa e ainda pode lhe render outra por formação de quadrilha.

Comemoração

José Dirceu de Oliveira e Silva vibrou com a absolvição do publicitário Duda Mendonça e da sócia Zilmar Fernandes pelo placar elástico (10 a 0 e 7 a 3 em duas acusações de lavagem de dinheiro, e 9 a 1 na de evasão de divisas).

Tanto que Dirceu telefonou para seu amigo pessoal, o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que venceu a dura parada no STF para os marketeiros baianos.

Na versão de Kakay sobre a ligação de Dirceu:

Ele disse que estava feliz”.

E a grana?

Onde foi parar o dinheiro depositado nas contas bancárias nas Bahamas de Duda Mendonça?

Quando foi ouvido oficialmente no processo do mensalão, em 2008, Duda afirmou que “os recursos depositados na conta Dusseldorf não voltaram ao Brasil”.

Laudos periciais comprovaram que o dinheiro saiu da conta, mas nenhum perito conseguiu saber onde o dinheiro foi parar depois disto...

Alívio

A petralhada respirou aliviada com a absolvição de Duda Mendonça.

Tinha gente temendo que, se fosse condenado, o publicitário poderia, como se diz na terra dele, rodar a baiana e revelar muita coisa comprometedora que viu durante a primeira campanha presidencial de Lula.

Assim, permanecerá um mistério sem revelação quem foi beneficiado pelas 53 operações de depósitos no exterior na offshore Dusseldorf, do publicitário baiano.

Desaguando

O juiz Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da Primeira Região, concedeu ontem o longamente esperado habeas corpus a Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, pela prisão na Operação Monte Carlo, da PF.

Mas, apesar da decisão favorável, Cachoeira continuará preso no hotel seis estrelas da Papuda, que o hospeda há mais de sete longos meses.

Cachoeira tem outro mandado de prisão ainda em vigor, pela Operação Saint-Michel, comandada pela Justiça do Distrito Federal.

Perdeu

Vola a circular na internet a sentença da Luciana Novakoski Ferreira Alves de Oliveira na ação movida pelo filho de Lula contra a revista Veja, pedindo indenização por danos morais, pela matéria publicada a respeito do seu enriquecimento milagroso e também sobre a frase dita pelo ex-presidente "Meu filho é o Ronaldo dos negócios":

“...O autor (Lulinha) precisa compreender que é de interesse de toda a população brasileira saber como o filho do Presidente da República obteve tamanha ascensão, coincidente ao mandato de seu pai. E há de concordar, que uma imprensa livre para investigar tais fatos é fator essencial para que vivamos num Estado Democrático de Direito, ideal outrora defendido por tantos que, agora, ao que se vê, parecem se incomodar com ele. Desse modo, examinando-se o conflito dos interesses constitucionais envolvidos na publicação da matéria, verifica se que a conduta dos réus não foi abusiva e apenas buscou informar seus leitores sobre assunto de relevante interesse público. Logo, inexiste direito à reparação civil. Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTE o pedido, nos termos do art. 269, inciso I, do Código de Processo Civil".

Em razão da sucumbência, Lulinha ainda teve de arcar com o pagamento das custas e despesas processuais e de honorários advocatícios, fixados, por equidade, em R$ 10.000,00.

O Estado do Morro

A Polícia Militar do Rio de Janeiro apreendeu ontem mais de 30kg de maconha, divididos em 46 tabletes, no Morro do Estado, em Niterói.

O curioso é por que o Governo Serginho Cabral não promove uma ocupação ou a criação de uma UPP no Morro do Estado.

Sempre intocado, para servir de centro de operações para bandidos que fogem do Rio de Janeiro, o lugar parece um elo perdido, na idade da pedra, há décadas sem a efetiva presença do Estado.

O lamentável é que o morro subdesenvolvido, perigoso, e com uma população completamente sem auto-estima, fica bem no centro de Niterói – com uma das mais belas e completas vistas da Baía da Guanabara.


Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.

16 de outubro de 2012
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
alerta total

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