Reportagem de Ana Cláudia Costa, Athos Moura e Sérgio Ramalho, O Globo de 15 de outubro, com foto expressiva de Pablo Jacob, focaliza a ocupação pelas forças de Segurança do governo do Estado das Favelas de Manguinhos e Jacarezinho.
Ocupação não é bem o termo. Melhor será reocupação, uma vez que o próprio Secretário José Mariano Beltrame assegurou a derrubada de pontos de domínio do tráfico e sua substituição pelas Unidades de Polícia Pacificadora.
A operação demandou e se estendeu por alguns anos, o que demonstra a complexidade da iniciativa. Complexidade forjada por omissões que se acumularam no tempo incluindo até a absoluta falta de saneamento.
A foto de Pablo Jacob, aberta em oito colunas, assinala de forma frontal e inegável o abandono das condições de preservação do meio ambiente. Num panorama assim como exigir ou pelo menos esperar a contribuição dos habitantes das localidades para o respeito à lei e a boas normas de comportamento social.
As fronteiras desse comportamento já haviam sido complicadas, favorecendo as ações legais e a violação dos direitos legítimos dos moradores. Se o poder estatal, assim, não cumpria sua parte no que representaria um pacto social entre os contribuintes e os órgãos tributários. Afinal a arrecadação de impostos diretos e indiretos tem como destino a oferta de condições de vida que preservem a dignidade humana.
A favelização, decorrência de fatores como o desemprego e a perda dos salários para a inflação, os reajustes perdendo a corrida para os índices do custo de vida, criou em torno de si atmosfera propícia para a ruptura dos valores sociais e dos limites contidos dentro de faixas legais básicas.
Finalmente, o problema foi enfrentado pela força policial física, mas ninguém se iluda, tal processo para sustentar-se, terá que contar com ações econômicas e sociais que completem a operação, atuando nas raízes do desequilíbrio que leva à extrema pobreza e, com isso, a todo um rol de consequências que acarreta.
É claro que o governo Sérgio Cabral alcançou êxito na operação Manguinhos e Jacarezinho. Mas este êxito na pode ser apenas episódico. Tem que assegurar a ocupação, por parte do poder público, de todo um sistema de liberdade e direitos civis à populações ordeiras até aqui dominadas pelo terror do crime e do banditismo.
A ocupação física do espaço conquistado, aliás reconquistado, é um lance importante numa ação conjunta, multiforme, difícil, mas que tem de se expandir para tornar-se duradoura. E na apenas em Manguinhos e Jacarezinho.
Mas em todo universo público ocupado pela exploração do vício, pelo crime e portanto também pelos criminosos que desrespeitam os moradores das áreas carentes, com isso desrespeitando os próprios poderes constituídos.
As ações saneadoras conjuntas devem prosseguir. Caso contrário, a reocupação obtida não alcançará o êxito que passou a representar.
16 de outubro de 2012
Pedro do Coutto
Ocupação não é bem o termo. Melhor será reocupação, uma vez que o próprio Secretário José Mariano Beltrame assegurou a derrubada de pontos de domínio do tráfico e sua substituição pelas Unidades de Polícia Pacificadora.
A operação demandou e se estendeu por alguns anos, o que demonstra a complexidade da iniciativa. Complexidade forjada por omissões que se acumularam no tempo incluindo até a absoluta falta de saneamento.
A foto de Pablo Jacob, aberta em oito colunas, assinala de forma frontal e inegável o abandono das condições de preservação do meio ambiente. Num panorama assim como exigir ou pelo menos esperar a contribuição dos habitantes das localidades para o respeito à lei e a boas normas de comportamento social.
As fronteiras desse comportamento já haviam sido complicadas, favorecendo as ações legais e a violação dos direitos legítimos dos moradores. Se o poder estatal, assim, não cumpria sua parte no que representaria um pacto social entre os contribuintes e os órgãos tributários. Afinal a arrecadação de impostos diretos e indiretos tem como destino a oferta de condições de vida que preservem a dignidade humana.
A favelização, decorrência de fatores como o desemprego e a perda dos salários para a inflação, os reajustes perdendo a corrida para os índices do custo de vida, criou em torno de si atmosfera propícia para a ruptura dos valores sociais e dos limites contidos dentro de faixas legais básicas.
Finalmente, o problema foi enfrentado pela força policial física, mas ninguém se iluda, tal processo para sustentar-se, terá que contar com ações econômicas e sociais que completem a operação, atuando nas raízes do desequilíbrio que leva à extrema pobreza e, com isso, a todo um rol de consequências que acarreta.
É claro que o governo Sérgio Cabral alcançou êxito na operação Manguinhos e Jacarezinho. Mas este êxito na pode ser apenas episódico. Tem que assegurar a ocupação, por parte do poder público, de todo um sistema de liberdade e direitos civis à populações ordeiras até aqui dominadas pelo terror do crime e do banditismo.
A ocupação física do espaço conquistado, aliás reconquistado, é um lance importante numa ação conjunta, multiforme, difícil, mas que tem de se expandir para tornar-se duradoura. E na apenas em Manguinhos e Jacarezinho.
Mas em todo universo público ocupado pela exploração do vício, pelo crime e portanto também pelos criminosos que desrespeitam os moradores das áreas carentes, com isso desrespeitando os próprios poderes constituídos.
As ações saneadoras conjuntas devem prosseguir. Caso contrário, a reocupação obtida não alcançará o êxito que passou a representar.
16 de outubro de 2012
Pedro do Coutto
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