"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 16 de novembro de 2012

HADDAD COMEÇA A MOSTRAR A QUE VEIO

 

Fernando Haddad venceu e, a conta-gotas, começa a anunciar o nome de seus auxiliares diretos.

Todavia logo mostrou, que mesmo sem ter experiência política, absorveu de forma irreprochável o sistema petista de seleção.

De saída quebrou uma promessa de campanha, quando garantiu que não aceitaria interferências na formação da sua equipe de governo e que vestiria desde o primeiro dia a camisa da honestidade.

Mas não é exatamente isso que está acontecendo.

Entre os primeiros, Haddad escolheu o deputado federal José De Filippi Júnior (PT-SP) para secretário de Saúde, trata-se do amigo pessoal de Lula e diretor do instituto Lula e ex-prefito de Diadema (SP) e tesoureiro da campanha de Dilma. Ele é da cota paulistana do ex-presidente.

No que concerne à camisa da honestidade, está está sendo esmerdada, pela folha corrida de De Filippi.

Primeiro, em agosto desse ano, o ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot (de honestidade muito duvidosa) admitiu ter atendido ao pedido do ex-tesoureiro da chapa de Dilma, para procurar empreiteiras que mantinham contratos com o Dnit em busca de apoio financeiro.

Pior que isso, é o fato de José De Filippi Júnior ter sido condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a devolver aos cofres de Diadema, onde foi prefeito, R$ 2,1 milhões. A decisão resultou da contratação sem licitação do escritório do advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, o mesmo que fez o papel de moleque de recado do banqueiro oportunista flagrado na Operação Satiagraha.

O escritório de Greenhalgh foi contratado pela prefeitura de Diadema entre 1983 e 1996, defendeu apenas duas causas, segundo o Ministério Público, e ganhou cerca de R$ 2,1 milhões. A prefeitura contava com 51 procuradores para defender os interesses da cidade, de acordo com a Promotoria, mas De Filippi preferiu ajudar o companheiro de legenda.
Vai mal a coisa, mesmo antes da posse, Fernando Haddad começa a abrigar um peculatário.

(1) Fotomontagem: De Filippi e Haddad

16 de novembro de 2012
Giulio Sanmartini

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