Internacional - América Latina
Nessa edição do Notalatina reproduzo o artigo que escrevi para o Jornal Inconfidência de Minas Gerais, mas antes quero denunciar um fato que está ocorrendo na Colômbia, que demonstra claramente quem é e o que está fazendo Juan Manuel Santos contra seu próprio povo.
Os colombianos estão fartos das traições de Santos e não escondem sua insatisfação com os rumos que o país está tomando, uma vez que, enquanto o presidente afirma em seus discursos que “as FART estão acuadas e rendidas”, os ataques à Força Pública se acentuam exponencialmente. Não há dia em que não se tenha notícia de atentados terroristas, de mortes de policiais e militares, atentados contra crianças, seqüestros, explosões de minas terrestres.
Desde há duas semanas que os colombianos vêm sendo vítimas de censura, tendo suas contas de Facebook e Twitter bloqueadas, porque reclamam e cobram do presidente que fale a verdade, que cuide da segurança e que não desejam impunidade para os terroristas. Hoje, soube de uma combativa amiga colombiana que, além de ter suas contas bloqueadas, também está sem internet, porque criticava Santos através de suas contas de Twitter e Facebook.
Quero, portanto, denunciar este abuso de autoridade, esta C
ENSURA indevida do presidente Juan Manuel Santos contra seu próprio povo, um povo que o elegeu para dar continuidade ao exitoso trabalho do presidente Uribe e que desde que assumiu não faz outra coisa senão servir aos caprichos das FART e de Chávez. Não é amordaçando um povo que se lhe conquista, mas trabalhando em prol do bem-estar, da segurança e da prosperidade de toda a nação. Fiquem com Deus e até a próxima!
Na queda de braço da paz na Colombia, perdem as vítimas das FART
Devo, antes de tudo, explicar porque uso um “T” em vez do conhecido “C” para designar a guerrilha narcoterrorista colombiana. É que lá as pessoas de bem entenderam que é mais justo e adequado chamá-las pelo que de fato são: “Forças Armadas Revolucionárias Terroristas”, e não “da Colômbia”, pois isto é uma indignidade para com o país e suas incontáveis vítimas.
No dia 7 de outubro houve eleições presidenciais cujo resultado, como já estava acordado desde o último Encontro do Foro de São Paulo, deu vitória a Chávez e a oposição nada fez, embora as fraudes tenham sido tão gritantes que até no exterior foi comentado e provado. Se o fraudador fosse o candidato da oposição o mundo inteiro viria abaixo e de imediato se pediria a anulação ou, pelo menos, uma auditoria. Mas nada se fez porque disto dependiam as negociações com as FARC, da qual Chávez foi o mentor principal.
No dia seguinte haveria a primeira rodada de “negociações” em Oslo, onde os terroristas já se encontravam há alguns dias gozando das delícias do capitalismo - que abominam da boca para fora - mas foi adiada porque um de seus membros teve dificuldades para chegar. Foi precisamente Iván Márquez, que substituiu Raúl Reyes nas Relações Internacionais. Uma das exigências das FART é que participassem da mesa de negociações a terrorista holandesa Tanja Niemeijer e Simón Trinidad que está preso nos Estados Unidos condenado a 60 anos de prisão. Era necessário mostrar ao mundo por um lado, que até uma linda estrangeira vive feliz nas selvas e por outro, que podem dobrar até os Estados Unidos com seus caprichos.
Na coletiva de imprensa dada no dia 17, Iván Márquez abusou do direito que se lhe outorgou de ser tratado como gente e afrontou não só aos colombianos como a todos que conhecem o drama de suas vítimas. Em sua mensagem Márquez negou que as FART tenham em seu poder seqüestrados, que continuam cometendo seqüestros, que cultivam, processam e comercializam coca, que praticam atos de terrorismo, etc. Entretanto, desde que começaram as negociações os atos de terrorismo aumentaram consideravelmente, com destruição de redes de energia elétrica, oleodutos, carros-bomba, assassinatos de policiais e militares e seqüestros de pessoas inocentes. Há três chineses de uma empresa que desde janeiro foram seqüestrados e não se tem qualquer notícia deles.
Nesse discurso Márquez usou da retórica leninista de acusar os outros do que eles fazem, afirmou para o mundo inteiro que “eles” sim, são as grandes vítimas do Estado e que os colombianos é que têm uma dívida com eles. Como se insistiu em que entregassem os seqüestrados, Márquez afirmou numa carta:
“É necessário que (...) optemos por não descontextualizar e não delimitar inserindo visões pessoais do assunto. (...) Está estabelecido no Acordo a possibilidade de que outros atores da confrontação política e social possam confluir ao processo, (...) e é claro também que assunto sem importância com o das vítimas não pode deixar de lado a literalidade mesma do compromisso assumido em Cuba”.
Segundo cifras oficiais, 1.258 seqüestrados entre policiais, militares e civis encontram-se em poder das FART, alguns há mais de 10 anos. Entretanto, Santos disse publicamente acreditar na palavra dos terroristas. Embora a mídia internacional venha dando apoio total a essa insensatez, 90% dos colombianos estão entre revoltados e desesperados com a traição de Santos e o rechaço a seu governo é cada dia mais patente e claro.
No domingo 28 houve a convenção nacional do Partido da U, fundado por Álvaro Uribe, e do qual Santos se serviu sem qualquer escrúpulo para se eleger. Tive o prazer de assistir ao vivo e sou testemunha ocular disto que falo. Quando se anunciou a chegada de Uribe este foi aplaudido de pé aos gritos de “A U é de Uribe!” durante vários minutos. E ele começou o discurso dizendo exatamente isso: “Diego Piñeros foi seqüestrado no dia 17 de outubro no Meta, pelas FARC. ‘Paguem a extorsão que depois será pior’, é a ameaça das FART”, quer dizer, no mesmo dia em que Márquez anunciava para o mundo que não seqüestravam nem tinham mais ninguém em seu poder. Todo o seu discurso foi interrompido pelos aplausos, do mesmo modo de quando se retirou e que compartilho ao final do artigo com exclusividade para meus leitores brasileiros.
Santos só apareceu muito depois, com um discurso agressivo, rancoroso, febril de inveja. E como foi vaiado em várias oportunidades e a platéia que o ouvia era ínfima em relação à multidão que aplaudiu Uribe, não se sabe que destino tomou o vídeo de sua alocução pois nem na página da Presidência foi publicado. Todavia, ao contrário de Uribe que demonstrou seu amor e preocupação pelos rumos do país, o discurso de Santos foi raivoso, invejoso e auto-referente. Incontáveis vezes ele começa a frase com “eu”, e nessa sua ira contra o sucesso de Uribe soltou esta pérola: “É de dupla moral vir preparar uma punhalada contra a coletividade debaixo do poncho. Eu não venho a um pugilato, como um rufião de esquina, para demonstrar quem é que manda no bairro”. Não havia quem o aplaudisse, pelo contrário, foi vaiado e a platéia havia se esvaziado consideravelmente.
Com este desrespeito monumental, o que Santos conseguiu com toda sua baixeza moral e de caráter foi ampliar ainda mais o abismo que separa os verdadeiros uribistas daqueles oportunistas, como ele, que se elegeram com os votos e a plataforma de quem hoje ele vilmente chama de “rufião de esquina”.
Em resumo: enquanto Uribe mesmo sem um cargo público continua lutando pela liberdade e democ
racia da Colômbia, Santos só pensa em fazer algo para “deixar sua marca”, mesmo que isto signifique vender o país ao mais sanguinário e cruel bando terrorista do continente. E o povo que o elegeu, confiando que iria ver-se livre deste flagelo, vê-se agora completamente a mercê de seus algozes que são os verdadeiros mandantes do país.
06 de novembro de 2012
Graça Salgueiro
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