Porque se o bicho está solto, no caso pretendendo pegar o PT e o Lula, seria
bom lembrar o mote de que “se correr, o bicho pega; se ficar, o bicho come”. A
solução é encará-lo, partir para cima dele de forma atabalhoada, com resultados
mais do que previsíveis sobre a força de suas garras e presas?
Tem uma solução. A única, aliás, capaz de salvar o partido e seu chefe: domesticar o bicho. Transformar o tigre num gatinho, com paciência e firmeza.
Como? Renovando o PT e segurando o Lula. Porque correr não vai adiantar nada. Nem ficar, se não mudarem. É definitivo o desgaste sofrido pelos companheiros desde que chegaram ao poder. Importa menos saber se cederam à tentação ou se, desde o início, planejavam ocupar as estruturas do Estado visando satisfazer seus anseios mais baixos.
Nomeações aos milhares, sem a contrapartida da competência para exercer a maioria das funções. Negociatas sem fim, apropriando-se da máquina administrativa oficial para engordar não só os cofres do partido, mas o bolso de seus dirigentes e penduricalhos. Acima de tudo, porém, descaso diante das promessas anteriores de mudar o país, coisa que o assistencialismo jamais conseguirá realizar.
Do que o PT precisa para não ser devorado é renovar-se. Substituir lideranças envolvidas em práticas que abominava antes de chegar ao governo. Buscar inspiração nos ideais de sua fundação e encontrar gente disposta a recuperar o tempo não propriamente perdido, mas empregado nessa lambança tornada pública e que agora acirra o apetite do bicho.
Quanto ao Lula, melhor faria se mergulhasse algum tempo na meditação de seus erros e na lembrança de seus acertos, para reaparecer mais tarde reciclado e pronto para recomeçar. Será cruel lançá-lo agora em caravanas percorrendo o país, tendo esquecido as origens e sem lembrar dos desvios em que se meteu. Um Lula diferente do atual daria certo depois de razoável quarentena. O mesmo, agora, apenas fornecerá carne para o bicho.
Em suma, o diagnóstico de Gilberto Carvalho acerta no varejo mas erra no atacado. Nas grandes batalhas, há tempo de avançar e tempo de reajustar dispositivos.
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É INÓCUO MATAR O MENSAGEIRO
Séculos atrás, era comum reis, imperadores e déspotas de toda espécie mandarem matar o mensageiro que lhes trazia más notícias.
Pois não é que tanto tempo depois, a moda voltou? No PT e no governo aumenta a tendência de culparem a imprensa pelas denúncias divulgadas a respeito de seus malfeitos. Identificam uma conspiração da mídia. Atribuem aos jornais, revistas, televisões e emissoras de rádio a culpa pelo conteúdo que apresentam.
Caso não se referissem ao mensalão, à Operação Porto Seguro e às propostas de Marcos Valério e Carlinhos Cachoeira, só para ficarmos nos fatos mais recentes, nada estaria abalando suas boas intenções e suas realizações.
Por conta disso aguarda-se no Congresso nova campanha pela adoção de medidas restritivas da liberdade de imprensa. Que exageros acontecem, nem há que duvidar, mas para puni-los e coibi-los existem a Constituição e as leis. Além do Poder Judiciário.
18 de dezembro de 2012
Carlos Chagas
Tem uma solução. A única, aliás, capaz de salvar o partido e seu chefe: domesticar o bicho. Transformar o tigre num gatinho, com paciência e firmeza.
Como? Renovando o PT e segurando o Lula. Porque correr não vai adiantar nada. Nem ficar, se não mudarem. É definitivo o desgaste sofrido pelos companheiros desde que chegaram ao poder. Importa menos saber se cederam à tentação ou se, desde o início, planejavam ocupar as estruturas do Estado visando satisfazer seus anseios mais baixos.
Nomeações aos milhares, sem a contrapartida da competência para exercer a maioria das funções. Negociatas sem fim, apropriando-se da máquina administrativa oficial para engordar não só os cofres do partido, mas o bolso de seus dirigentes e penduricalhos. Acima de tudo, porém, descaso diante das promessas anteriores de mudar o país, coisa que o assistencialismo jamais conseguirá realizar.
Do que o PT precisa para não ser devorado é renovar-se. Substituir lideranças envolvidas em práticas que abominava antes de chegar ao governo. Buscar inspiração nos ideais de sua fundação e encontrar gente disposta a recuperar o tempo não propriamente perdido, mas empregado nessa lambança tornada pública e que agora acirra o apetite do bicho.
Quanto ao Lula, melhor faria se mergulhasse algum tempo na meditação de seus erros e na lembrança de seus acertos, para reaparecer mais tarde reciclado e pronto para recomeçar. Será cruel lançá-lo agora em caravanas percorrendo o país, tendo esquecido as origens e sem lembrar dos desvios em que se meteu. Um Lula diferente do atual daria certo depois de razoável quarentena. O mesmo, agora, apenas fornecerá carne para o bicho.
Em suma, o diagnóstico de Gilberto Carvalho acerta no varejo mas erra no atacado. Nas grandes batalhas, há tempo de avançar e tempo de reajustar dispositivos.
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É INÓCUO MATAR O MENSAGEIRO
Séculos atrás, era comum reis, imperadores e déspotas de toda espécie mandarem matar o mensageiro que lhes trazia más notícias.
Pois não é que tanto tempo depois, a moda voltou? No PT e no governo aumenta a tendência de culparem a imprensa pelas denúncias divulgadas a respeito de seus malfeitos. Identificam uma conspiração da mídia. Atribuem aos jornais, revistas, televisões e emissoras de rádio a culpa pelo conteúdo que apresentam.
Caso não se referissem ao mensalão, à Operação Porto Seguro e às propostas de Marcos Valério e Carlinhos Cachoeira, só para ficarmos nos fatos mais recentes, nada estaria abalando suas boas intenções e suas realizações.
Por conta disso aguarda-se no Congresso nova campanha pela adoção de medidas restritivas da liberdade de imprensa. Que exageros acontecem, nem há que duvidar, mas para puni-los e coibi-los existem a Constituição e as leis. Além do Poder Judiciário.
18 de dezembro de 2012
Carlos Chagas
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