O estudo dos pesquisadores Dean Falk, Frederick E. Lepore e Adrianne Noé, da Universidade do Estado da Flórida e Museu Nacional de Saúde e Medicina dos Estados Unidos, foi publicado originalmente pela revista médica “Brain”, em novembro, e repercutiu em jornais, revistas, rádios e televisões do mundo inteiro.
Eintein era mesmo diferente
Após a morte de Einstein em 1955, seu cérebro foi removido e fotografado de diversos ângulos, com a permissão de sua família. O órgão foi seccionado em 240 blocos, a partir dos quais foram preparadas lâminas histológicas – mas a maioria das fotografias, blocos e lâminas ficou perdida por mais de 55 anos. As 14 fotografias usadas pelos pesquisadores estão agora em poder do Museu Nacional de Saúde e Medicina dos Estados Unidos.
Os três cientistas estudaram minuciosamente14 fotografias tiradas do cérebro de Albert Einstein logo após sua morte, que mostram características incomuns. As imagens, nunca divulgadas e analisadas antes, apontam para uma maior complexidade do córtex cerebral do físico alemão. Essa região do cérebro, rica em neurônios, é responsável pelo processamento neural mais sofisticado.
O cérebro de Einstein tem um córtex pré-frontal extraordinário, o que pode ter contribuído para os substratos neurológicos que lhe deram suas conhecidas habilidades cognitivas.
O antropólogo Dean Falk, da Universidade do Estado da Flórida, afirmou que as imagens foram comparadas com fotos de 85 cérebros humanos considerados normais. A maioria das fotografias descobertas foi tirada de ângulos incomuns e mostram estruturas que não eram visíveis nas imagens que já haviam sido divulgadas.
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DIFERENÇAS
De acordo com Falk, o achado mais surpreendente diz respeito à complexidade e ao padrão de concavidades e saliências do córtex cerebral de Einstein.
De acordo com os pesquisadores, esses complexos padrões podem ter sido responsáveis por dar à área cerebral uma grande superfície — o que pode ter contribuído para o desenvolvimento das habilidades cognitivas de Einstein.
Uma particularidade do cérebro do físico está na região somatossensorial, responsável por receber informações sensoriais do corpo. Nela, o lado correspondente à mão esquerda é mais expandido.
Os pesquisadores acreditam que isso pode ter contribuído para suas realizações ao tocar o violino, por exemplo.
Os lóbulos parietais (parte superior do cérebro) de Einstein também são incomuns e podem ter fornecido algumas das bases neurológicas para suas habilidades visuais, espaciais e matemáticas.
02 de janeiro de 2013
Carlos Newton
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