"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 14 de março de 2013

COMO PENSA O PAPA FRANCISCO

Jorge Mario Bergoglio já demonstrou forte oposição contra o casamento gay e a legalização do aborto
Papa Francisco I aparece na Basílica de São Pedro após eleição Foto: GIUSEPPE CACACE / AFP
Papa Francisco I aparece na Basílica de São Pedro após eleiçãoGIUSEPPE CACACE / AFP


O argentino Jorge Mario Bergoglio, agora Papa Francisco é, historicamente, um forte opositor do casamento entre pessoas de mesmo sexo e a legalização do aborto. É também próximo do movimento conservador religioso Comunhão e Libertação, que contou com o apoio de João Paulo II e Bento XVI para revitalizar a fé entre os jovens.
 
Aborto: em nenhuma circunstância
 
Repudia totalmente o aborto, mesmo em caso de estupro. Em setembro de 2012, quando a Suprema Corte regulamentou o aborto em Buenos Aires, o cardeal Bergoglio afirmou que a decisão era “lamentável”. Antes, o o arcebispo de Buenos Aires tinha advertido por meio de um comunicado: “Nota-se mais uma vez o avanço deliberado da limitação e eliminação do valor supremo da vida, ignorando o direito da criança de nascer”. Lembrou, também, de um documento publicado na Conferência Episcopal argentina: “Aborto nunca é solução”.
 
“Quando falamos de gravidez, falamos de duas vidas. Ambas devem ser respeitadas e preservadas, pois a vida é um valor absoluto”, acrescentou no mesmo tempo. Como solução, Bergoglio defende “medidas positivas para proteger as mães e seus filhos em todos os casos”.
 
Casamento entre homossexuais
 
Poucos dias antes de a Argentina aprovar um projeto de lei permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo, Bergoglio redigiu uma carta de repúdio em que dizia “Não sejamos ingênuos. Não se trata de uma simples luta política, mas a intenção de destruir os planos de Deus”. Acrescentou, ainda. “Não se trata de um mero projeto legislativo. É um movimento do pai da mentira para confundir e enganar os filhos de Deus. É também mais uma demonstração da inveja do demônio, que introduziu o pecado no mundo para destruir a imagem de Deus: homem e mulher recebem a ordem de crescer, multiplicar-se e dominar a terra”.
 
O Papa Fransciso também já disse considerar a adoção, por gays, uma “forma de discriminação” às crianças.
Batismo de filhos de mães solteiras
 
Considerado um grande evangelizador, o Papa Francisco já criticou os padres que se negam a batizar os filhos de mães solteiras. “Há padres que fazem isso pois as crianças não foram concebidas na santidade do matrimônio. Hoje, esses são hipócritas. Afastam os fiéis. Querem separar o povo de Deus da salvação. Imaginem a pobre menina que, em vez de mandar de volta a criança aos céus, teve coragem de trazê-la ao mundo, ter de peregrinar de igreja a igreja para conseguir o batismo!”
HIV
 
Ainda que seja contra o uso de contraceptivos, mesmo no caso de prevenção de doenças venéreas, o Papa Francisco já mostrou compaixão com pessoas que contraíram o vírus do HIV durante uma visita a um hospital, em 2001. Ele beijou e lavou os pés dos pacientes com Aids.
 
Pobreza e desigualdade
 
Bergoglio, que vivia num apartamento austero ao lado da catedral de Buenos Airese pegava ônibus, já fez declarações contundentes sobre a crise econômica argentina. Em agosto do ano passado, conclamou os argentinos a "se indignar contra a injustiça de que pão e trabalho não chegam a todos".
 
O novo Papa já se referiu muitas vezes ao que chama de dívida social imoral e injusta": "Não se violam os direitos humanos só o terrorismo, a repressão, os assassinatos, senão também condições de extrema pobreza e estruturas econômicas injustas que geram grandes desigualdades", afirmou.
 
14 de março de 2013
La Nación

Nenhum comentário:

Postar um comentário