"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 7 de março de 2013

QUE ALGUÉM ME EXPLIQUE

 

Que alguém me explique como incentivar o sex lib, o feminismo, o movimento gay e a liberdade de culto ao mesmo tempo que se fomenta o avanço do fundamentalismo islâmico que promete matar todos os libertinos, feministas, gays, judeus e cristãos?
Pois é. Esse é um dos paradoxos dessa mixórdia que se chama marxismo - ou no que ele se transformou - após o desmascaramento e queda do socialismo ortodoxo como forma de governo no mundo inteiro.
Estranho é que aqui no Brasil essa nova “vertente” só tenha tomado corpo agora, com décadas de atraso, e pior, tendo como símbolo e principal incentivador um semi-analfabeto sem a menor noção do que ele mesmo representa e do que seja ideologia - ou seja lá o nome que possam dar a essa aberração.
 
Mas o Brasil é um país estranho mesmo. Começou a ficar assim com Getúlio Vargas que, em quinze anos de ditadura, conseguiu atrasar o país em pelo menos cinquenta e, apesar disso, é endeusado até hoje pela sua política nacionalista e paternalista. A ele se deve essa estranha obsessão que o brasileiro tem até hoje por empresas estatais. Muita gente boa, que se diz até liberal, tem arrepios e convulsões quando se fala em privatização. A ele também se deve a verdadeira salada ideológica que rege a nossa política, onde esquerda e direita se confundem, se alinham e se aliam.
Getúlio fez um governo essencialmente de direita, a ponto de imitar escancaradamente Mussolini, de quem copiou, inclusive, a legislação trabalhista, vigente até hoje, por incrível que pareça. Não obstante, ele foi o principal inspirador da “moderna” esquerda brasileira, através das crias que deixou, como Jango e Brizola, que por pouco não meteram o país em uma guerra civil. Não confundir essa nova, digamos, vertente com o pessoal do velho partidão, que sempre azucrinou Vargas, que os perseguia incansavelmente.
Partindo dessa insensatez, é claro que a esquerda atual não poderia dar em boa coisa mesmo e nem ser digna de ser levada a sério. O pessoal do partidão pelo menos tinha dignidade e coerência que, de certa forma mantém até hoje, muito embora sejam de um anacronismo e teimosia atrozes.
O resto, liderado pelo Imperador de Caetés, desinventou o socialismo e criou um monstro quimérico formado por getulistas com sérios desvios de conduta supostamente justificados por suas posições políticas “de esquerda”, como se isso funcionasse como habeas corpus para toda e qualquer roubalheira.
 
Estes, que nunca souberam bem diferenciar a esquerda da direita nem mesmo na hora de botar o relógio no pulso, órfãos de um muro que era seu ícone sagrado, sem mais o que fazer depois que o socialismo deixou evidente ter sido um desastre para os países por onde passou, resolveram abraçar as causas das minorias e, ao mesmo tempo, apoiar regimes teocráticos abomináveis cuja principal característica é perseguir essas mesmas minorias. Isso, além de uma absoluta falta do que fazer, é a demonstração inconteste que essa turminha só usa a cabeça para separar as orelhas.
Vejam os judeus que, apesar de terem tido um papel importantíssimo na Revolução Bolchevique e de contarem hoje com pouco mais de 13 milhões em todo o mundo, viraram os vilões da história, os algozes de “apenas” 1,5 bilhão de muçulmanos (115 para 1).
Vejam Cuba, um fracasso retumbante em termos de tudo e uma ditadura que depois que a URSS se desmilinguiu e deixou de mandar mesada e virou Chávez-dependente, que ainda é cantada em prosa e verso pelos esquerdopatas como um paraíso terreno. E vejam os muitos outros absurdos de conhecimento geral que saem pelas cloacas dessa gente. É desnecessário relatá-los todos os que eu sei sob pena de um simples texto virar um compêndio.
Por favor, se alguém isento conseguir me explicar se há lógica nessa mixórdia, que o faça. Agradeço penhoradamente.
07 de março de 2013

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