Ex-ministro foi condenado no processo do mensalão e está proibido de deixar o país
BRASÍLIA - Condenado no processo do mensalão e proibido de deixar o país, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu pediu nesta quarta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para comparecer ao enterro do presidente Hugo Chávez, na Venezuela.
Após o julgamento, Dirceu foi obrigado a entregar o passaporte ao tribunal, bem como os outros 24 condenados no processo.
O pedido será analisado pelo relator do caso e presidente da Corte, o ministro Joaquim Barbosa.
Veja também
Vídeo: o último pronunciamento de Chávez na TVA defesa de Dirceu explica que a decisão tomada por Barbosa no ano passado foi a proibição de deixar o país sem prévio conhecimento e autorização do tribunal. Os advogados fizeram o pedido “em caráter de urgência”, já que o enterro acontece na próxima sexta-feira. Caso a autorização seja concedida, o ex-ministro da Casa Civil estaria de volta ao Brasil 24 horas após o funeral.
“Diante dessa decisão, Dirceu requer autorização para viajar para a cidade de Caracas, na Venezuela, no intuito de acompanhar o enterro do presidente do referido país”, diz a defesa, explicando que Dirceu era amigo de Chávez. “O requerente pretende estar presente ao funeral em razão da relação de amizade que mantinha com o excelentíssimo presidente Hugo Chávez”.
A defesa também pede que a decisão de reter os passaportes dos réus seja submetida ao plenário. Nesta quarta-feira à noite, a assessoria de imprensa do STF informou que o presidente ainda não tinha tido a chance de ler a petição.
Em seu blog, Dirceu publicou na terça-feira uma mensagem manifestando "pêsames, solidariedade e condolências ao povo venezuelano pela morte do presidente Hugo Chávez".
Ele ainda anexou um vídeo gravado em evento realizado em João Pessoa "pouco depois de saber da triste notícia, sobre o importantíssimo legado de Chavez para seu país e a América Latina".
Dirceu foi condenado pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa. A pena imposta a ele foi de dez anos e dez meses de prisão. Segundo a maioria dos ministros do STF, o ex-ministro teria comandado o esquema de desvio de dinheiro público e de pagamento de propina a parlamentares em troca de apoio político ao governo Lula.
07 de março de 2013
Carolina Brígido, O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário