"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 22 de abril de 2013

SANATÓRIO DA "POLITÍCA" BRASILEIRA

Neurônio faminto

“A seca é um sofrimento que a gente sabe que na hora ela não vê ninguém. Ela ataca todo mundo, obviamente, quanto mais pobre pior. Mas, além disso, uma coisa nós tivemos o cuidado: o Brasil não pode mais ver aquela história de retirante faminto atacando supermercado, não tendo aonde cair…”.

Dilma Rousseff, na antológica discurseira sobre a seca eternizada pelo Portal do Planalto, suavizando com reticências a revelação de que os ataques aos supermercados acabaram porque agora, graças ao governo do Brasil Maravilha, todo retirante nordestino tem onde cair morto.

Neurônio sedento (4)

“Em muitos lugares, vocês sabem, o programa Garantia Safra permite que a gente pague para aquele produtor que perdeu a sua produção, que não conseguiu colher, enfim, que a gente pague a safra dele. Nós antecipamos esse pagamento. E antecipamos em nove parcelas. Nove parcelas que variaram entre 135 e 140 reais”.

Dilma Rousseff, na histórica discurseira sobre a seca divulgada pelo Portal do Planalto, festejando a invenção do pagamento antecipado póstumo (dividido em nove parcelas), concebido para reduzir o prejuízo dos lavradores que provarem não ter colhido a safra.

Neurônio sedento (3)

“Até o final de 2014, desde o início do meu governo, até o final de 2014, nós tínhamos de construir, de colocar 750 mil cisternas. Nós já tínhamos 263 mil que a gente estava fazendo, que tinham sido concluídas”.

Dilma Rousseff, na discurseira sobre a seca no Nordeste, informando que, para aperfeiçoar o Brasil Maravilha, o neurônio solitário continua fazendo coisas que já ficaram prontas.

Neurônio sedento (2)

“Esses caminhões-pipa teriam por função abastecer a urgência, a absoluta urgência, porque não tem água e não dá para explicar, falar: olha, espera para depois de amanhã. Não, não tem água, é um drama. Tem de atender de qualquer jeito”.

Dilma Rousseff, em outro trecho da discurseira sobre a seca no Nordeste reproduzida sem revisão nem tradução pelo Portal do Planalto, agora revelando em dilmês vulgar que acabou de descobrir que, se não beber água a tempo, que está morrendo de sede vai morrer de sede.

Neurônio sedento

“Eu chamei eles, todos os governadores, e disse: olha, nós temos de ter um programa, um programa forte, porque tudo indica que vai ser uma seca muito violenta e o grande problema é que muitas coisas que nós fizemos… e que nós podemos perder”.

Dilma Rousseff, num trecho de outra discurseira reproduzida sem revisão nem tradução pelo Portal do Planalto, tentando explicar em dilmês rústico que foi por causa da seca no Nordeste que a transposição das águas do São Francisco não resolveu o problema da seca no Nordeste.

22 de abril de 2013
in Augusto Nunes

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