"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 21 de maio de 2013

A VIDA DOS OUTROS


          Media Watch - O Globo 
       

obamanalinhaOs seios de Angelina Jolie são mais importantes para a grande mídia do que os três escândalos simultâneos - mas previsíveis - da ditadura Obama:

1) Violação do sigilo telefônico de jornalistas para fins de espionagem e monitoramento;

2) Perseguição do Fisco a grupos conservadores, como o Tea Party, que se opõem às políticas do presidente.

3) Mentiras, recusas de socorro e ocultação de informações comprovadas pelas novas investigações sobre o ataque terrorista ao complexo da embaixada dos EUA em Benghazi, na Líbia, que resultou na morte de 4 americanos, incluindo o embaixador.

O processo de retirada preventiva dos seios de Angelina durou quase quatro meses. Para que o câncer socialista não se alastre ainda mais pelos EUA, seria ótimo se o processo de retirada de Obama não durasse tanto.

Impeachment nele!

*****

Eu não deveria gargalhar ao ler O Globo Online, o site oficial de Barack Obama no Brasil, mas não consigo me conter diante de manchetes assim:

"Governo Obama é acusado de intimidação e perseguição política"

(Chego quase a pensar: Puxa vida! Coitadinho dele! Tão fofo!)

A lógica nesses casos é sempre a mesma: se o governo faz (ou finge que faz) algo de bom, então ele é que fez. Se faz algo de ruim (e se o jornal já não pode ignorar), então ele é acusado por seus adversários de tê-lo feito.

Em outras palavras: Obama é sempre herói ou vítima. Não tem outra opção.

Mas o subtítulo, como de hábito, consegue ser ainda mais cômico:

"Monitoramento de jornalistas e discriminação a conservadores na Receita atingem governo democrata"

Isso mesmo: "ATINGEM governo democrata". O governo Obama - imagine - foi "atingido" pelo monitoramento e pela discriminação que ele mesmo fez.

Não é lindo?

É a soma de milhões de inversões jornalísticas como essas que fazem um país inteiro amar ou odiar alguém, como os brasileiros amam Obama e odeiam Bush, sem ter a menor ideia do que se passa nos Estados Unidos.

Eis o poder dos jornalistas.

"E como eles aproveitam esse poder que lhes dá", já alertava Lima Barreto há mais de 100 anos, "a fatal estupidez das multidões! Fazem de imbecis gênios, de gênios imbecis; trabalham para a seleção das mediocridades".

Mas é claro que O Globo Online não fez nada de mais.

Eu é que estou acusando...

*****

E por falar em manipulações, vamos entender algumas das mais graves de todas? Vamos sim! Venha com o Tio Pim!

Da noite para o dia, o comunicado do governo sobre o ataque terrorista em Benghazi — que em 11 de setembro de 2012 resultou na morte do embaixador Chistopher Stevens, do especialista em informação Sean Smith e de dois ex-membros do Navy Seal, o grupo de elite da Marinha americana, Glen Doherty e Tyrone Woods — sofreu 12 alterações. Segundo o Weekly Standard, “o rascunho do comunicado da CIA enviado a altos funcionários do governo Obama naquela noite de sexta-feira incluía mais de meia dúzia de referências ao inimigo — al-Qaeda, Ansar al Sharia, os jihadistas, os extremistas islâmicos, e assim por diante. A versão recebida [pelo General David Petraeus] no sábado não tinha nenhuma.”

Mas não foram retiradas apenas as menções aos grupos responsáveis pelo ataque. As informações foram manipuladas de modo a sugerir que não havia qualquer indício de inteligência mostrando que o consulado já estava sob perigo. Um e-mail obtido pela rede ABC mostra que a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland, orientou sua equipe a sumir com a menção às ameaças terroristas prévias: “Isso pode ser indevidamente usado por congressistas para atacar o departamento por não ter dado atenção aos avisos”, escreveu ela, com o intuito evidente de proteger o governo Obama em meio à campanha para a reeleição, durante a qual o presidente se vangloriava da morte de Bin Laden, como se a al-Qaeda e o terrorismo tivessem acabado ali. Mas isto é o que o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, chamou apenas de uma edição “estilística”...

Na última sexta-feira, Carney ainda sustentava que não havia provas de que a al-Qaeda estava envolvida no ataque no domingo em que a embaixadora dos EUA na ONU, Susan Rice, falou em diversos programas de TV com base no comunicado e atribuiu a culpa pela tragédia a um vídeo anti-islâmico do Youtube. Na segunda-feira, Obama repetiu a ladainha: “Temos sido muito claros de que imediatamente depois do ocorrido, não tínhamos certeza de quem exatamente havia feito aquilo, como acontecera ou quais tinham sido as motivações.” Agora você se pergunta: se não tinham certeza, por que passaram mais de duas semanas culpando o vídeo?

Não bastassem as edições do comunicado e o e-mail de Nuland, há outras provas de que altos funcionários sabiam, no dia seguinte, que a Ansar al-Sharia reivindicara a responsabilidade: 1) “O grupo que conduziu os ataques, a Ansar al-Sharia, está associado com terroristas islâmicos”; “o governo dos EUA tinha múltiplos indícios de inteligência indicando que a Ansar al-Sharia estava envolvida”, escreveu Beth Jones, por e-mail, respectivamente 24 horas e 48 horas depois da tragédia; 2) O oficial Greg Hicks, a maior autoridade americana em Benghazi depois do embaixador assassinado Christopher Stevens, conversou com a própria Hillary Clinton às 2 horas daquela madrugada e já sabia o que estava acontecendo, como afirmou em audiência na Câmara, revelando ainda que Susan Rice sequer entrou em contato com ele antes de ir a público; 3) O próprio presidente da Líbia veio à TV americana no domingo e chamou o episódio de ataque terrorista.

Obama, com a sua peculiar cara-de-pau, ainda alega ter feito isso já no dia seguinte, muito embora tenha usado a expressão “ato de terror” somente de maneira genérica (dizendo que eles não seriam tolerados) quando se referia na verdade ao 11 de setembro de 2001. E tanto é mentira que ele tenha se referido especificamente a Benghazi como um ataque terrorista que, dias depois, foi a dois programas de TV (“60 minutes”, da CBS, e “The View”, da ABC) e, questionado a respeito, afirmou que ainda era cedo para chamá-lo assim e precisava esperar as investigações.

Abraham Lincoln dizia: “Você pode enganar algumas pessoas o tempo todo e todas as pessoas por algum tempo, mas você não pode enganar todas as pessoas o tempo todo”. Hoje, com a cumplicidade da mídia, você pode enganar as pessoas por algum tempo (o suficiente para uma reeleição) e depois, caso as cobranças comecem a aparecer, você pode mentir à vontade e alegar, com a impaciência dos cínicos, que tal episódio já aconteceu “há muito tempo” (Jay Carney), “Que diferença faz a esta altura?” (Hillary Clinton), “Não podemos deixar isto absorver toda a atenção do Congresso” (Nancy Pelosi, que chama a coisa de “obsessão” do Partido Republicano), “Caça às bruxas continua” (senador Dick Durbin) e, last but not least — seguindo pela enésima vez a máxima leninista “Acuse-os do que você faz, xingue-os do que você é” — chamar de “circo político” (Barack Obama) a simples busca da oposição pela verdade. E não se esqueça de dizer, antes de demitir um ou outro bode expiatório de menor alçada, que o mais importante é fazer o possível para que isto não aconteça de novo, como se o presidente não fosse também ele um empregado do povo, sujeito à demissão por negligências e fraudes criminosas de seu governo, sobretudo se distribuiu armas para rebeldes derrubarem um ditador (Kadafi) e se depois esses rebeldes acabaram matando diplomatas americanos.

(“Tudo é feito para maximizar a tragédia, já de olho na campanha eleitoral de 2016”, escreve o jornalista brasileiro Caio Blinder, obamista até o fim.)

Eu sei o quão aborrecido é para um revolucionário ter de dar satisfação a seus inimigos. Por isso é melhor intimidá-los com os recursos do Fisco, perseguindo-os e investigando até suas contas no facebook. É melhor violar o sigilo telefônico até dos jornalistas de estimação (da AP — Associated Press), para não deixar que eles saiam da linha. É melhor tentar desarmar a população e aumentar o arsenal do Homeland Security, com milhares de armas e bilhões de munições que só poderiam ser usadas contra ela. Se tudo corresse bem, em pouco tempo ninguém mais reclamaria da morte do vizinho, nem do aumento dos impostos, nem de coisa alguma.

A mãe de Sean Smith, morto em Benghazi, declarou na TV: “Eu quero desejar um Feliz Dia das Mães a Hillary Clinton. Ela tem o filho dela. Eu não tenho o meu por causa dela.” Por mais velada que seja, como nos EUA obamista ou no Brasil petista, toda ditadura é assim: você começa sem informação, e depois acaba sem seus filhos.

É uma questão "estilística"...


21 de maio de 2013
Felipe Moura Brasil

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