O PT veiculou ontem mais uma peça de ficção em cadeia nacional de rádio e TV. O programa partidário dos mensaleiros faz uso das mistificações de sempre, apresenta um país muito diferente do real, sugere que o Brasil inexistia até 2003 e ignora que aqui vivam cidadãos.
Para o PT, somos todos agora meros consumidores.
Em seus dez minutos de duração, o programa é um ato de campanha eleitoral. Mais uma vez, vincula umbilicalmente a atual presidente a seu antecessor, talvez para não ter que enfrentar a dura constatação de que, passados quase dois anos e meio, o governo de Dilma Rousseff praticamente inexiste.
Quando apresenta realizações, o PT ou apropria-se de feitos alheios ou, muitas vezes, lança mão de informações gelatinosas.
Em seus dez minutos de duração, o programa é um ato de campanha eleitoral. Mais uma vez, vincula umbilicalmente a atual presidente a seu antecessor, talvez para não ter que enfrentar a dura constatação de que, passados quase dois anos e meio, o governo de Dilma Rousseff praticamente inexiste.
Quando apresenta realizações, o PT ou apropria-se de feitos alheios ou, muitas vezes, lança mão de informações gelatinosas.
Como, por exemplo, quando fala do número de empregos gerados nos últimos dez anos:
foram muitos, é verdade, mas nenhuma estatística oficial disponível no Ministério do Trabalho chancela os mais de 19 milhões de vagas que o partido apregoa ter criado.
A diferença se conta na casa dos milhões.
Os petistas também falam em 41 mil bolsas concedidas a estudantes por meio do Ciência sem Fronteiras, repetindo o mesmo número que Dilma usara em pronunciamento à nação em 1° de maio. Recentemente, porém, a Folha de S.Paulo mostrou que as estatísticas estão inchadas por bolsistas que nada têm a ver com o programa e o total de beneficiários não chega nem à metade do que o governo diz.
Na seção das mistificações, há as de sempre.
Os petistas também falam em 41 mil bolsas concedidas a estudantes por meio do Ciência sem Fronteiras, repetindo o mesmo número que Dilma usara em pronunciamento à nação em 1° de maio. Recentemente, porém, a Folha de S.Paulo mostrou que as estatísticas estão inchadas por bolsistas que nada têm a ver com o programa e o total de beneficiários não chega nem à metade do que o governo diz.
Na seção das mistificações, há as de sempre.
Dilma apresentada como quem está "moralizando o serviço público" talvez seja a mais risível delas - desta vez, pelo menos, nos pouparam de vê-la posando na TV como "gerente eficiente"...
Mas há também a falácia de que o governo petista está "combatendo a inflação de forma implacável", vocalizada pelo insuspeito Guido Mantega.
Não faltaram também as promessas de que, agora, enfim, virão as melhorias na nossa caquética infraestrutura: milhares de quilômetros de rodovias e de ferrovias, novos portos, usinas e linhas de transmissão. A julgar pela vacilação em torno da definição das regras de concessão, num eterno jogo de tentativa e erro, e da total incapacidade de arbitrar as mudanças no marco legal do setor portuário, é melhor esperarmos sentados...
Mas um dos aspectos mais evidentes da propaganda, e que também tem marcado os posicionamentos petistas nos últimos tempos, é a redução dos cidadãos brasileiros à condição de simples consumidores. Ontem, o PT se apresentou como o partido que "ajudou o brasileiro a consumir mais e melhor", "valorizou o consumidor" e transformou shoppings em "direito de todos".
Não faltaram também as promessas de que, agora, enfim, virão as melhorias na nossa caquética infraestrutura: milhares de quilômetros de rodovias e de ferrovias, novos portos, usinas e linhas de transmissão. A julgar pela vacilação em torno da definição das regras de concessão, num eterno jogo de tentativa e erro, e da total incapacidade de arbitrar as mudanças no marco legal do setor portuário, é melhor esperarmos sentados...
Mas um dos aspectos mais evidentes da propaganda, e que também tem marcado os posicionamentos petistas nos últimos tempos, é a redução dos cidadãos brasileiros à condição de simples consumidores. Ontem, o PT se apresentou como o partido que "ajudou o brasileiro a consumir mais e melhor", "valorizou o consumidor" e transformou shoppings em "direito de todos".
Valesse ainda o slogan do governo Lula, poderíamos dizer:
Brasil, um país de consumidores.
É curioso que o partido que passou longos anos pregando as fracassadas ideias socialistas, hoje tente se caracterizar como a agremiação que abriu as portas do mercado de consumo para milhões de pessoas. Conquistas e direitos da cidadania parecem não interessar mais.
É curioso que o partido que passou longos anos pregando as fracassadas ideias socialistas, hoje tente se caracterizar como a agremiação que abriu as portas do mercado de consumo para milhões de pessoas. Conquistas e direitos da cidadania parecem não interessar mais.
Deve ser por que, como diz Rui Falcão no programa, eles "não se prenderam a velhos dogmas"...
O que realmente interessa para a melhoria das condições de vida da população é apresentado como um desafio futuro. Dar saúde, educação e segurança que prestem aos brasileiros seria a próxima etapa do venturoso projeto petista. "A questão básica agora é qualidade", diz a presidente-candidata.
O que realmente interessa para a melhoria das condições de vida da população é apresentado como um desafio futuro. Dar saúde, educação e segurança que prestem aos brasileiros seria a próxima etapa do venturoso projeto petista. "A questão básica agora é qualidade", diz a presidente-candidata.
Mas só agora, Dilma?
Só onze anos depois de o PT subir ao poder?
Com mais da metade de seu mandato perdido em torno do nada?
Por trás desta visão de mundo, parece estar também a forma pela qual o PT encara os brasileiros:
Por trás desta visão de mundo, parece estar também a forma pela qual o PT encara os brasileiros:
"Boa parte da nossa população não está preparada para um mundo cada vez mais desenvolvido e altamente competitivo", diz Dilma.
Será que os governos petistas não tiveram tempo suficiente para mudar isso?
Ou será que a opção foi deixar tudo como está?
Por tudo o que se viu ontem na TV, os petistas demonstram preferir que assim os brasileiros permaneçam, a fim de que continuem a ser usados como massa de manobra de suas políticas nada emancipatórias, seu discurso mentiroso e sua maneira torpe de retratar a realidade do país.
Agradar consumidores é sempre mais fácil do que enfrentar cidadãos.
Será que os governos petistas não tiveram tempo suficiente para mudar isso?
Ou será que a opção foi deixar tudo como está?
Por tudo o que se viu ontem na TV, os petistas demonstram preferir que assim os brasileiros permaneçam, a fim de que continuem a ser usados como massa de manobra de suas políticas nada emancipatórias, seu discurso mentiroso e sua maneira torpe de retratar a realidade do país.
Agradar consumidores é sempre mais fácil do que enfrentar cidadãos.
Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Brasil: um país de consumidores
12 de maio de 2013
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