Já foi um dos políticos mais ligados ao deputado Paulo Maluf (PP-SP), além de secretário de Pitta e Serra
SÃO PAULO - O 39º ministro de Dilma, Guilherme Afif Domingos, de 69 anos, um dos fundadores do PSD presidido pelo ex-prefeito Gilberto Kassab, novo aliado do governo petista, é um político que tem um passado bastante eclético.
Já foi um dos políticos mais ligados ao deputado Paulo Maluf (PP-SP) na década de 80 (foi secretário da Agricultura quando Maluf era governador biônico de São Paulo), foi presidente do Sebrae nos governos Collor e Itamar Franco, chegou a ser secretário de Planejamento do ex-prefeito Celso Pitta (PPB), já esteve no PDS que apoiou o regime militar nos anos 80, esteve no PL, no PFL, e também já foi secretário do ex-governador tucano José Serra (secretário do Trabalho) e até recentemente era secretário de Desenvolvimento do também governador tucano Geraldo Alckmin, de quem é vice-governador, mas com quem anda às turras nos últimos meses, sobretudo depois que resolveu ajudar a criar o PSD, partido que tirou deputados tanto da base do PSDB quanto do DEM.
O auge da divergência com Alckmin, no entanto, ocorreu no mês passado. A filha de Afif, Maria Cecília Domingos Sayoun, de 33 anos, sofreu uma tentativa de assalto no bairro do Morumbi, a 1 quilometro do Palácio dos Bandeirantes, quando levava o filho de 2 anos para a escola. Assaltantes dispararam dois tiros no carro da filha do vice-governador, mas não atingiram ninguém no interior do veículo porque os vidros eram blindados. Afif não se conteve e fez duras críticas à segurança de Alckmin.
- São Paulo vive uma epidemia de insegurança - disse Afif, propondo a adoção de um "plano de tolerância zero" ao crime organizado em São Paulo, depois de lembrar que há quatro anos oito assaltantes armados invadiram sua casa.
Mas ele se destacou mesmo foi no meio empresarial e na defesa dos temas ligados à pequena e média empresa. Formado em economia no Colégio São Luis, foi diretor-presidente da Indiana Seguros desde 1967 (a empresa foi vendida em 2007). Ligado ao malufismo, em 1976 tornou-se diretor da Associação Comercial de São Paulo, que também já foi presidida por Maluf nas décadas de 60 e 70.
Ele presidiu a Associação Comercial por duas vezes, o que o credenciou a ser porta-voz dos pequenos comerciantes paulistas. Em 1979 presidiu o Congresso Brasileiro da Pequena Empresa, o que deu início ao Estatuto da Pequena Empresa. Também presidiu o Sebrae de 1990 a 1994.
Com base nessa experiência, ajudou a criar o Simples (regime de tributação diferenciado para a micro e pequena empresa) e foi o idealizador do Impostômetro (painel gigante instalado no centro de São Paulo que mostra em tempo real os valores bilionários de arrecadação de impostos no Brasil).
A defesa do pequeno empresário norteou sua carreira política. Depois de perder a eleição para vice-governador em 1982 na chapa ao lado do malufista Reynaldo de Barros (PDS), derrotado por Franco Montoro (PMDB), Afif deu a volta por cima e, em 1986, já no PL, foi o terceiro deputado federal mais bem votado do país, com 500 mil votos, ajudando a formular projetos das pequenas empresas na nova Constituição de 1986. Foi aí que conheceu o jovem Gilberto Kassab, seu assessor na época.
Sempre com a bandeira da pequena empresa, Afif disputou a eleição para presidente da República em 1989, também pelo PL, disputa vencida por Fernando Collor de Mello, mas acabou com uma das surpresas da eleição, ficando em 6º lugar, com 3,2 milhões de votos, à frente de Ulysses Guimarães, Fernando Gabeira e Roberto Freire.
Descendente de libaneses, Afif nasceu em São Paulo e ajudava o pai nos negócios da família, uma pequena indústria de tecidos. Apreciador de charutos, Afif sempre gostou de música. Na faculdade de administração nos anos 60, Afif organizava bailes de calouros ao som da orquestra de Dick Farney, um dos seus cantores preferidos até hoje.
Muito ligado à família, Afif gosta de passeios ao lado dos netos para Serra Negra ou Praia da Baleia, no Litoral Norte de São Paulo, para onde vai dirigindo sua van.
Já foi um dos políticos mais ligados ao deputado Paulo Maluf (PP-SP) na década de 80 (foi secretário da Agricultura quando Maluf era governador biônico de São Paulo), foi presidente do Sebrae nos governos Collor e Itamar Franco, chegou a ser secretário de Planejamento do ex-prefeito Celso Pitta (PPB), já esteve no PDS que apoiou o regime militar nos anos 80, esteve no PL, no PFL, e também já foi secretário do ex-governador tucano José Serra (secretário do Trabalho) e até recentemente era secretário de Desenvolvimento do também governador tucano Geraldo Alckmin, de quem é vice-governador, mas com quem anda às turras nos últimos meses, sobretudo depois que resolveu ajudar a criar o PSD, partido que tirou deputados tanto da base do PSDB quanto do DEM.
O auge da divergência com Alckmin, no entanto, ocorreu no mês passado. A filha de Afif, Maria Cecília Domingos Sayoun, de 33 anos, sofreu uma tentativa de assalto no bairro do Morumbi, a 1 quilometro do Palácio dos Bandeirantes, quando levava o filho de 2 anos para a escola. Assaltantes dispararam dois tiros no carro da filha do vice-governador, mas não atingiram ninguém no interior do veículo porque os vidros eram blindados. Afif não se conteve e fez duras críticas à segurança de Alckmin.
- São Paulo vive uma epidemia de insegurança - disse Afif, propondo a adoção de um "plano de tolerância zero" ao crime organizado em São Paulo, depois de lembrar que há quatro anos oito assaltantes armados invadiram sua casa.
Mas ele se destacou mesmo foi no meio empresarial e na defesa dos temas ligados à pequena e média empresa. Formado em economia no Colégio São Luis, foi diretor-presidente da Indiana Seguros desde 1967 (a empresa foi vendida em 2007). Ligado ao malufismo, em 1976 tornou-se diretor da Associação Comercial de São Paulo, que também já foi presidida por Maluf nas décadas de 60 e 70.
Ele presidiu a Associação Comercial por duas vezes, o que o credenciou a ser porta-voz dos pequenos comerciantes paulistas. Em 1979 presidiu o Congresso Brasileiro da Pequena Empresa, o que deu início ao Estatuto da Pequena Empresa. Também presidiu o Sebrae de 1990 a 1994.
Com base nessa experiência, ajudou a criar o Simples (regime de tributação diferenciado para a micro e pequena empresa) e foi o idealizador do Impostômetro (painel gigante instalado no centro de São Paulo que mostra em tempo real os valores bilionários de arrecadação de impostos no Brasil).
A defesa do pequeno empresário norteou sua carreira política. Depois de perder a eleição para vice-governador em 1982 na chapa ao lado do malufista Reynaldo de Barros (PDS), derrotado por Franco Montoro (PMDB), Afif deu a volta por cima e, em 1986, já no PL, foi o terceiro deputado federal mais bem votado do país, com 500 mil votos, ajudando a formular projetos das pequenas empresas na nova Constituição de 1986. Foi aí que conheceu o jovem Gilberto Kassab, seu assessor na época.
Sempre com a bandeira da pequena empresa, Afif disputou a eleição para presidente da República em 1989, também pelo PL, disputa vencida por Fernando Collor de Mello, mas acabou com uma das surpresas da eleição, ficando em 6º lugar, com 3,2 milhões de votos, à frente de Ulysses Guimarães, Fernando Gabeira e Roberto Freire.
Descendente de libaneses, Afif nasceu em São Paulo e ajudava o pai nos negócios da família, uma pequena indústria de tecidos. Apreciador de charutos, Afif sempre gostou de música. Na faculdade de administração nos anos 60, Afif organizava bailes de calouros ao som da orquestra de Dick Farney, um dos seus cantores preferidos até hoje.
Muito ligado à família, Afif gosta de passeios ao lado dos netos para Serra Negra ou Praia da Baleia, no Litoral Norte de São Paulo, para onde vai dirigindo sua van.
07 de maio de 2013
Germano Oliveira
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