"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 13 de maio de 2013

"TODOS JUNTOS, NAS VASTAS TETAS DO GOVERNO. EX-OPOSICIONISTA AFIF CHEGOU LÁ"

Carlos Brickmann: Todos juntos, nas vastas tetas do governo federal — e o ex-oposicionista Afif chegou lá


Collor, Afif, Lula e Maluf, tudo junto e misturado (Fotos: Ag. Senado :: Paulo Giandalia / Estadão Conteúdo :: Ricardo Stucker :: Acervo)
Collor, Afif, Lula e Maluf, tudo junto e misturado (Fotos: Ag. Senado :: Paulo Giandalia / Estadão Conteúdo :: Ricardo Stucker :: Acervo)
  
TODOS JUNTOS, ELE CHEGOU LÁ

Em sua excelente propaganda eleitoral, em 1989, Guilherme Afif Domingos prometia aos eleitores: “Juntos chegaremos lá”.
 
Demorou, mas metade da promessa foi cumprida: ele chegou lá. Talvez a promessa inteira se tenha realizado, dependendo de como for interpretada.
 
Juntos, nas fartas tetas do governo federal, estão muitos dos protagonistas daquela campanha: os candidatos Collor, Afif, Lula e Maluf, o então presidente Sarney, o PDT de Brizola, o PMDB de Ulysses, parte do PFL de Aureliano, ex-adversários inconciliáveis, hoje unidos.
 
O poder, o poder! Como o poder transforma ódios eternos em ternura!
 
E como é que Guilherme Afif transformou sua opinião sobre Dilma, Lula e o PT a ponto de servi-los como ministro?
 
Explica o próprio Afif que é servidor de governo, não de partido. Como servidor de governo, quer ocupar o máximo de espaço. Ministro de Dilma, vice-governador de São Paulo, tudo ao mesmo tempo.
 
E se o governador Alckmin se licenciar, ele assume?
 
Depende: num dia, disse que não, que bastaria Alckmin avisá-lo antes para que saísse do país e o presidente da Assembleia ocupasse o cargo; no outro dia, disse que poderia ser exonerado do Ministério, assumir o governo e, terminada a licença do titular, voltar a Brasília e ser nomeado de novo.
 
Sua agenda pessoal passa a comandar o país.
 
Triste – porque Afif tem preparo, competência e – até agora – coerência.
 
Triste – porque agora diz que suas críticas a Dilma eram “retórica de campanha”.
 
Ou seja, o que ele diz não se escreve. Aliás, não se escreve sequer o que ele escreve.

Oi ele aí tra veiz

João Paulo Cunha, mensaleiro condenado, participa de programa de TV do PT (Foto: Antonio Cruz / ABr)
João Paulo Cunha, mensaleiro condenado, participa de programa de TV do PT (Foto: Antonio Cruz / ABr)

Não, caro leitor, não é nenhum engano: quem apareceu na propaganda do PT, na televisão, foi mesmo o deputado João Paulo Cunha, condenado no Mensalão.
 
Depois se queixam
 
Os irmãos Cravinhos, condenados por assassinar a pauladas o pai e a mãe de Suzanne Richtofen, foram autorizados a passar o Dia das Mães em liberdade.

13 de maio de 2013
Carlos Brickmann
Com Blog Ricardo Setti - Veja

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