"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 13 de maio de 2013

O VELHO COMBATENTE CONTRA OS DRAGÕES DA MALDADE


Coronel Ustra, hoje na reserva, disse à Comissão da Verdade: “Nunca ocultei cadáver; nuca cometi assassinatos”. Lembrou que o Exército combateu terroristas que queriam implantar uma ditadura comunista do tipo cubano no Brasil. E referiu-se à presidente Dilma Rousseff, que fez parte de quatro organizações terroristas. Fica uma pergunta: por que a Comissão da Verdade não chama Dilma para depor?
Tenho, e os li com extrema atenção, os dois livros escritos pelo Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra sobre os tempos da ditadura; tanto “Rompendo o Silêncio” (1987), como “A Verdade Sufocada – A história que a esquerda não quer que o Brasil conheça.” (na oitava edição).
 
Recomendo a leitura das obras do coronel Ustra; ela joga imensa luz sobre as trevas nas quais a esquerda quer manter a verdade sobre a lenda da luta armada.
Sim, já li o suficiente sobre o assunto, além de que tenho mais de 60 anos e, portanto, tenho a experiência de haver vivido na época dos fatos.
Há muitos anos formo uma biblioteca - com obras de autores de diferentes naturezas, inclusive muitos marxistas -  sobre os tempos da ditadura, as guerrilhas, e as fabulações dos terroristas que, agora, querem nos enganar dizendo que lutavam contra os militares pela volta da democracia.
Não, os terroristas lutavam pela implantação de uma ditadura comunista, assim como agora, nos países árabes, a luta contra ditadores se faz, principalmente, por rebeldes que querem, apenas, implantar uma ditadura religiosa, aos moldes da iraniana.
Basta observar o que ocorre no Egito, na Líbia, e em outros países libertados de seus antigos ditadores.
Sim, tivemos um período ditatorial, mas Jango foi derrubado porque já estava tudo preparado para um golpe da esquerda comunista, que faria de Jango o nosso Kerenski.
O uso de armas pela esquerda no Brasil, para tentar derrubar o governo, não começou após o golpe (ou contragolpe?) de 1964. Começou muito antes. Leiam o livro "Camaradas" de William Waack, por exemplo, sobre Prestes. Ou o livro de Francisco Julião sobre as ligas camponesas (antecessoras de grupos como o MST.)
Basta pesquisar e ser intelectualmente honesto para que a verdade dos fatos seja aceita sem máscara.
Hoje, ao ler algumas matérias sobre o depoimento do Coronel Ustra, fiquei um tanto intrigado com a maior parte dos títulos que li. Quase todos diziam que Ustra depôs e que ele disse que Dilma foi terrorista.
Ela foi mesmo, conforme faz parte da história do Brasil. Não se sabe, exatamente, o que ela fez (ela sabe, com certeza absoluta); mas fica a impressão de que a imprensa, numa certa covardia, fica esperando que tais temas ou revelações saiam da boca de pessoas de coragem como o Coronel Ustra.
Dilma não foi terrorista porque Ustra disse, ela mesma já o disse. A nossa imprensa é que acovardada, ou acomodada pelas verbas de propaganda, mostra-se sem interesse em prestar um serviço à História e aos jovens brasileiros.
Creio, mesmo, que a presidente deveria se apresentar, a primeira da fila, para depor sobre seu passado, algo assim: "fiz, achava certo, lamento os danos, etc..."
Seria ela capaz de tal gesto de grandeza e desprendimento?

13 de maio de 2013
Gutenberg Júnior é blogueiro

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