Michel Temer convidou alguns senadores para um jantar ontem no Palácio do Jaburu com um objetivo claro: acalmar o líder na Câmara, Henrique Eduardo Alves, que continua chateado com o governo ainda por conta da troca de comando no DNOCs e também o senador Vital do Rego, que ficou aborrecido por não ter sido o padrinho de um desembargador escolhido em seu Estado, a Paraíba.
Na chegada, Henrique Alves contou uma história, segundo um dos presentes: a da reação brusca de Marco Maia para encerrar uma conversa telefônica com a ministra -chefe da Casa Civil, Geisi Hoffmann. Segundo o relato de Henrique, Maia reclamava que um diretor do Banco do Brasil por ele indicado fora transferido para Angola – e ele gostaria de ficar no Brasil onde está a família. Marco Maia teria se exasperado e a ministro reclamou do tom da conversa. Maia teria, então, encerrado bruscamente a conversa. Foi quando o presidente da Câmara decidiu, então, não colocar em votação o projeto que cria o Fundo de Previdência do Setor Público, o Funpresp, uma das prioridades do governo na Câmara.
Henrique Alves consultou os colegas sobre a possibilidade de o PMDB apoiar a entrada na pauta da chamada PEC 300, a que cria piso salarial nacional para os policiais militares e bombeiros. Todos assustados com a proposta, Henrique ainda perguntou a Temer como ele avaliava que o governo receberia tal pauta na Câmara.
– Receberia muito mal … – teria dito Temer, segundo um dos presentes. E os peemedebistas passaram a dissuadir Henrique Alves da idéia, a mesma de Vital do Rego.
O tom da conversa entre peemedebistas e o gesto de Marco Maia em telefonema com Gleisi Hoffmann dão uma noção da dificuldade da presidente Dilma Rousseff no Congresso. Ela tem uma base de sustentação bastante confortável, mas sujeita à grande ebulição.
09/02/12
G1
Cristiana Lôbo
NOTA AO PÉ DO TEXTO
É assim que se faz política nesse país. É desse jeitinho maroto, malandro, safado... Penso que esse é o tal do "jeitinho brasileiro". Penso ainda que tal jeitinho é a raiz daquele provérbio "quem não tem padrinho, morre pagão".
Não interessa servir às causas importantes do país, ou votar projetos que digam respeito aos interesses do governo. O que realmente pesa é jogar o interesse pessoal acima de qualquer 'res publica'. E cada apadrinhado, suponho eu, deve render frutos doces ao apadrinhador, pois caso contrário, não se justificaria tanto rancor e mal-estar. Tanta desordem e puxasaquismo.
Uma política de faz-de-conta, mas o que conta mesmo é o "quanto eu vou levar nisso aí..."
Política de interesses pessoais, muito bem enraizada lá no planalto. Daí aquela perguntinha indiscreta da jornalista Patrícia Poeta a Dona Dilma, quanto a política do "toma lá, dá cá".
m.americo
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
Nenhum comentário:
Postar um comentário