"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

HOMOFOBIA E CRIME HOMOFÓBICO SÃO DUAS COISAS DISTINTAS

Em primeiro lugar, a homofobia – rejeição ou aversão a homossexual e à homossexualidade – não deve ser confundida com a aversão aos comportamentos sociais incompatíveis, à superexposição sexual, à permissividade, à imposição da ideia da naturalidade do homossexualismo e ao uso do de uma orientação sexual como instrumento para se obter vantagens, como querem alguns – ou muitos – militantes da “causa” gay.

Prosseguindo, a mera aversão ao homossexualismo não constitui, por si só, um crime, como muitos querem fazer entender. O problema está em saber distinguir o momento em que uma aversão se converte em crime público.

Por mais que isso ofenda os politicamente corretos, é perfeitamente legítimo que um heterossexual não goste de homossexuais. Como é perfeitamente legítimo o seu inverso.

Vou mais longe: no vasto mundo da estupidez humana, é perfeitamente legítimo não gostar de brancos; de negros; de asiáticos; de portugueses; de brasileiros; de judeus; de cristãos; de muçulmanos; de ateus; de gordos ou de magros. Um adulto entende que o mundo não tem, necessariamente, que gostar dele.

O que não é legítimo é transformar uma aversão em instrumento de discriminação ou violência.
Não porque isso seja um crime homofóbico. Mas porque isso é simplesmente um crime e ponto.

E os crimes não têm sexo, nem cor, nem religião. É só olhar para a estátua da Justiça, que vamos entender que os olhos da figura estão vendados por uma boa razão.

Pretender criminalizar a homofobia porque não se gosta de ideias homofóbicas é querer limpar o lixo que há na cabeça dos seres humanos.
Essa pretensão é compreensível em regimes autoritários, que faziam da lavagem cerebral um método de uniformização. Não pode ser levada a sério por um Estado democrático.


16 de fevereiro de 2012
Por Ricardo Froes

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