"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 12 de fevereiro de 2012

A INTERPRETAÇÃO ERRÔNEA SOBRE GONÇALVES DIAS

Descontada a má comparação entre o Patrono do Exército, Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, e o General Gonçalves Dias, vê-se nas palavras do Juiz Federal e Professor de Direito na Universidade Federal da Bahia (UFBA), Durval Carneiro Neto, uma visão distorcida dos fatos e acontecimentos históricos.

O professor Durval Carneiro Neto, comunga muito bem o pensamento dessa esquerda retrógada que enaltece qualquer cidadão que destoa dos princípios morais das Forças Armadas. Seria a mesma coisa que atribuir o mesmo paladar a um pão aquecido na manteiga e um suculento acarajé baiano, aquele feito e vendido num tabuleiro de uma esquina da Bahia de Todos os Santos. O pão alivia a fome, mas o acarajé é muito mais especial.

A UFBA fez história quando saiu na frente outorgando o título de doutor honoris causa ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Seria o caso de também agraciar o seu ex ajudante de ordem, a final o cidadão foi mantido na cola do ex presidente por longos e dourados oitos anos.

O General Gonçalves Dias é um militar conceituado e querido por grande parte de colegas de farda, embora essa empatia não chegue a ser uma unanimidade na Força.

Eu não tenho nada contra o general, só acho que extrapolou no seu modo de agradecimento dado em retribuição ao presente de aniversário. Um pouco mais de recato caberia melhor na postura de um comandante militar que chefiava as forças de segurança que protegia uma população dos distúrbios e violências praticados por policiais militares amotinados e em greve. Pleitear melhoria de condições de vida é mais do que natural e humano; mas contribuir para a intranqüilidade de milhões de seres humanos, é cruel e reprovável.

Daí porque não vi sentido naquele tipo de confraternização. Qual moral este militar teria se houvesse a necessidade de tomar-se uma atitude rígida para coibir os grevistas? Levantaria a bandeira banca e se debandaria para o lado dos insurretos? “Renda-se general” e o ‘disciplinado’ se renderia. Este comportamento jamais passaria pela cabeça de um Luiz Alves de Lima e Silva. O duque de Caxias respeitou os derrotados e os tratou com urbanidade! Diferente na forma e no estilo!

O professor Durval Carneiro Neto comete outro erro ao insinuar comparação entre ‘militares de hoje e a brutalidade dos militares do passado’. Nos anos conflituosos de 64 / 85 o grosso da tropa esteve de prontidão. Uma parcela mínima recebeu a incumbência de combater os terroristas e guerrilheiros que infernizavam a nação, querendo à todo o custo implantar uma nova forma de governo no país, à semelhança do regime vigente na ex URSS. Na Colômbia o quadro não era diferente.

Só que fomos mais competentes e abortamos os planos dos comunistas, muitos infiltrados nas FFAA, como hoje está acontecendo escancaradamente. Se não tivesse sido assim, estaríamos vivendo uma Farc à moda brasileira. Houve excesso, verdade, mas os criminosos deixaram um rastro de violências e 120 mortes, muitas praticadas com atrocidades. Esses criminosos, os sobreviventes que se refugiaram no exterior, reescrevem a história à sua maneira, e até confundem general baderneiro com o i nsigne Marechal-de-campo Luiz Alves de Lima e Silva.

2 de fevereiro de 2012
José Geraldo Pimentel é Capitão Reformado do EB.

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