"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

"O GOVERNO ESTÁ ABRINDO MÃO DE UM CONTROLE PRA A INICIATIVA PRIVADA, ISSO É PRIVATIZAÇÃO".

O jornalista, que participou do Fórum Econômico Mundial 2012, em Davos, comentou a questão mais abordada no evento: o futuro do capitalismo. Merval acredita na necessidade em aperfeiçoar o sistema e aprofundar as discussões baseadas no lucro e em questões sociais: “O capitalismo não vai acabar e o socialismo não é uma alternativa. Mas precisamos encontrar uma visão mais social do sistema. Ele precisa voltar a ser um regime que produz riqueza e bem estar à população.”

A entrevista também abordou as reformas necessárias para o Brasil avançar em desenvolvimento sócio-econômico. Merval destacou a urgência do país por reformas estruturais que acabam sendo realizadas apenas em momentos de crise, como vem acontecendo na Grécia e em Portugal. As reformas da previdência, tributária e política foram destacas: “Lula escolheu o caminho mais fácil. Agradou a todos e não resolveu questões estrututais. A presidente Dilma retomou a discussão sobre fundos de previdência do serviço público, uma questão importante, abandonada pelo ex-presidente devido às reações negativas dos sindicatos e de sua base eleitoral”, disse.

Ao ser questionado sobre as recentes privatizações dos aeroportos de Viracopos, Brasília e Guarulhos, Merval foi enfático: “O PT quer entrar em uma discussão semântica boba ao destacar as diferenças de privatização e concessão. O governo está abrindo mão de um controle para a iniciativa privada, isso é privatização e tem que ser extendido à outros setores”.

Merval também acredita em uma crise das instituições brasileiras, que definiu como um “quase hiperpresidencialismo”: “Temos um Poder Executivo muito forte, que controla completamente o Legislativo, e um Judiciario como um tênue contraponto, mas com problemas relativos à corrupção”. No entanto, não é pessimista: “A democracia brasileira continua muito forte.”

Merval Pereira
29 de fevereiro de 2012
Comunicação Millenium

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