Chegando aos quase cinquenta anos de jornalismo insistente, na maioria das vezes quebrando a cara contra muralhas intransponíveis, volta e meia converso com jovens que optam pela cansativa profissão de jornalista.
O aprendizado para capacitar a sobrevivência da teoria ensinada desenvolve-se em dois cenários: fora e dentro da redação.
Antes de encerrar a conversa sempre faço a mesma pergunta mais ou menos sem graça: o que é que há em comum entre um plantão numa delegacia de polícia, conversa de políticos no cafezinho do Congresso Nacional e nos vestiários de um estádio de futebol, neste caso, após uma partida.
A resposta é uma só: todos são casos de polícia.
Por isso, recomendo aos atuais e futuros jovens coleguinhas: não tratem desses setores antes de fortalecerem o estômago. Um poço de ioga ajuda.
Mas, para não dizer que somente esses setores, nesta semana que chega ao fim li matéria publicada no jornal O Globo, traduzida do jornal Espanhol El País, assinada por Pablo Ordaz.
El País, é bom que se diga, é um dos melhores jornais europeus e não é de hoje.
Vazamento dos chamados assuntos internos do Vaticano sacudiram não só a comunidade católica como os meios diplomáticos.
Afinal de contas, o Vaticano é um Estado, reconhecido por Benito Mussolini, jornalista que virou Il Duce e morreu pendurado pelos pés em praça pública junto com Clara Petacci, jovem romana da classe alta que se tornou sua amante.
Pois bem, o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, admite que a Igreja está sofrendo o seu “VatiLeaks” mencionando o WeakLeaks. O assunto também é um caso de polícia que a Guarda Suíça não conseguirá resolver: vazou uma denúncia interna de corrupção e de um complô para assassinar Bento XVI.
Pablo Ordaz bate pesado: “Embora seja o representante de Deus na Terra, Joseph Ratzinger é, na realidade, um homem doente às vésperas de completar 85 anos”.
Ou, nas palavras usadas pelo jornal “L’Osservatore Romano” – o porta-voz do Vaticano é “... pastor rodeado de lobos”.
Como sempre, a vida imita a arte ou os enredos e temas de escritores. Dan Brown é mestre no assunto. Antes de decifrar “O Código Da Vinci”, Robert Langdon, o famoso personagem-professor de simbologia de Harvard, vive sua primeira aventura em “'Anjos e Demônios”', quando tenta impedir que uma antiga sociedade secreta destrua a Cidade do Vaticano.
Às vésperas do conclave que vai eleger o novo Papa, Langdon é chamado às pressas para analisar um misterioso símbolo marcado a fogo no peito de um físico assassinado em um grande centro de pesquisas na Suíça.
Compre, leia e depois mande um e-mail pra mim.
26 de fevereiro de 2012
Carlos Eduardo Behrensdorf
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
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